3 de dez. de 2010

Standart ideal do periquito ondulado de exposição

Standart ideal do periquito ondulado de exposição
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Condição: A condição é essencial. Os periquitos que não tenham “condição” serão excluídos do julgamento.
Tipo: Possante e robusto. As formas do corpo devem definir curvas harmoniosas e apresentar proporções ajustadas de todas as partes do corpo, de acordo com a imagem ideal.

Comprimento: 24.5 cm desde a parte mais alta da cabeça até à ponta da cauda.

Asas: Em boa posição, junto ao corpo, apenas levantadas acima das penas do obispilho, sem se cruzarem. Cada asa deve apresentar sete rémiges completamente crescidas e sem falhas. Devem medir 12 cm desde os ombros até à ponta.

Cauda: De desenvolvimento rectilíneo, na continuidade do final do corpo. As penas devem ser bem desenvolvidas e completamente crescidas.

Posição: Temerária e natural. A ave deve posicionar-se no poleiro com um ângulo de 60º em relação à horizontal.

Cabeça: Grande, redonda e ampla, simétrica desde qualquer ponto de observação. A abóbada craniana deve começar na cera, seguindo até à fronte e mais acima sobre a nuca, até à base posterior do crânio, num arco proporcional e simétrico.

Bico: Pequeno e bem incrustado na cara. A parte superior deve cobrir suficientemente a inferior.
Olhos: Expressivos e luminosos, posicionados de forma equidistante entre a frente, a coroa a base da cabeça. Devem ser parcialmente cobertos pelas sobrancelhas.

Pescoço: Cheio e largo, quando observado de qualquer ângulo.

Cor: Correspondente à descrição de cada variedade. Pura, regular e sem variações.

Máscara e “spots” : Máscara de cor pura, ampla e larga que se estenda do cimo da cabeça até à base do pescoço, terminando no peito num arco regular. Ornamentada com seis manchas circulares simétricas (spots), grandes e redondas, implantadas no terço inferior da máscara, formando uma cadeia completa com separação simétrica. As duas manchas periféricas deverão ser parcialmente cobertas pelas suíças. A cor da máscara e spots deverão ser conforme a descrição da variedade correspondente.

Patas e pés: Fortes e rectas com dois dedos para a frente e dois para trás, com unhas curvas que agarrem o poleiro. Cor conforme a descrição da variedade.

Desenho: Conforme a descrição para as diferentes variedades, bem claro e definido ou bem delineado.

DEFEITOS E DIRECTRIZES PARA A QUALIFICAÇÃO SEGUNDO AS REGRAS DA C.O.M.

Condição: Entende-se por condição o estado de saúde e de plumagem, a posição que apresenta no poleiro, na gaiola de exposição, depois de certo treino. Se estas deixam muito a desejar, então esses periquitos não deverão fazer parte do julgamento. Os principais defeitos podem ser o contínuo embolado da plumagem, demasiado gordo ou demasiado magro, (notando-se o externo), a plumagem do ânus muito pegajosa, feridas com sangue, falta excessiva de plumagem: por exemplo, se faltam ambas as penas compridas da cauda, se faltam mais do que dois spots (excepto naquelas colorações que não necessitam ter estas manchas), penas a sangrar, partes sem penas e os mínimos sinais de tinha. Também é válido para periquitos que por acessos de raiva contínuos se atiram contra a gaiola e não se colocam sobre o poleiro senão por uns segundos. Em caso de objecções insignificantes na Condição, descontam-se pelo menos dois pontos por cada defeito, segundo sejam relativos, ao tipo, à postura, à cor, ao desenho, etc. Os pássaros jovens, que não tenham toda a sua coloração, não serão aceites a julgamento.

Tipo: Forte e compacto, as formas do corpo em curvas harmoniosas. Ombros e corpo largos. As costas rectas, o corpo caindo desde a parte mais alta até à ponta da cauda, peito arqueado para a frente numa curva elegante. Todo o pássaro deve ser compacto sem ser gordo. Entende-se, em geral como bom tipo a distribuição harmónica e proporcionada das partes do corpo. Tudo o que não esteja incluído nesta tipificação, vai-se classificando e retirando pontos, desde o mínimo de 3 por defeitos menores até 10 por defeitos mais graves.

Tamanho: Em caso de um tamanho muito pequeno ou muito grande, baixam-se 2 pontos; por asas caídas, muito altas ou que se cruzem, descontam-se no mínimo 3 pontos.

Cauda: Não só se deve penalizar as penas roídas, curvas ou abertas, mas também o comprimento destas. As mais compridas quase sempre são identificadas porque pairam abaixo do eixo do corpo. Descontam-se de 2 a 5 pontos segundo a importância do defeito. Quando falta uma das penas compridas descontam-se 5 pontos.

Cabeça: É uma das características mais importantes dos periquitos de exposição. O mais difícil é criá-los na forma e tamanho desejados. Retiram-se 10 pontos aos que tenham forma original (vulgo periquitos normais), com cabeças pequenas e bicos salientes, e 8 pontos aos mais pequenos, com cabeças mais proporcionadas. São defeitos importantes as cabeças muito estreitas ou planas, a falta de curva na frente, assim como a parte posterior da cabeça muito torneada (linha angulada da nuca, ver lista de penalizações). Cada um destes defeitos retira pontos. As fêmeas têm uma frente mais plana, mas mais larga quando vista de perfil.

Posição: A posição ideal é apresentada no standard. Uma má posição é frequentemente resultado do medo. Defeitos permanentes são por exemplo costas torcidas ou côncavas, pernas abertas ou desviadas da posição standard, etc.. Defeitos de posição são, por exemplo, falta de musculatura peitoral, um corpo gordo e pesado, que tende a cair do poleiro. Os pontos que se perdem por tais defeitos são no mínimo 5 pontos. O peito inchado não se deve confundir com gordura. O ângulo com o poleiro será mais pequeno para pássaros mais pesados, no entanto, se esses pássaros em toda a exposição estão em fase de cío, este ângulo será maior. Nesse caso, o juiz deve confiar na sua intuição e conhecimentos como criador.

Bico: Um bico proeminente é um defeito frequente. Outras falhas: gretas ou feridas no bico, feridas e degenerações da pele cerosa do nariz e a côr (compare com a descrição standard), retiram de 2 a 5 pontos. Uma falha que leva à desclassificação é o bico superior descansar dentro do inferior e não sobre o inferior.

Olhos: Motivo de eliminação são periquitos com defeitos nos olhos e feridas, inclusive tinha nas pálpebras e bordos, assim como uma cor inadequada no desenho, segundo a descrição do standard.

Pescoço: Perdem-se pelo menos 5 pontos por um pescoço muito delgado.

Cor: Devem corresponder aos tons do standard. As variedades que, com mais frequência, apresentam defeitos são o verde azeitona, o malva, os inos e os de asas claras e violeta. Os que menos apresentam são o verde cinzento, cinzento e os diluídos de olhos negros. Nos tons verde escuro, e cobalto permite-se uma certa variação nas sombras devidas ao cruzamento do factor violeta de um pássaro com outro, no entanto, esta não se permite no mesmo pássaro. Um julgamento correcto das cores exige o conhecimento da influência dos diferentes efeitos de luz sobre os mesmos. No caso de uma participação elevada e com escassez de espaço, o juiz deve ser capaz de julgar as cores inclusive com luz artificial. Nesse caso, a luz amarela intensifica os tons verdes e torna opacos os tons azuis e a luz de néon provoca um efeito contrário. A mais aceitável é a luz branca natural, apesar de se perder o amarelo das caras: a luz do dia ao entardecer intensifica o azul e torna-o violeta, e violeta a lilás. Defeitos importantes são em todas as cores escuras a presença no mesmo pássaro de manchas claras ou de cambiantes de tonalidade. Muitos lutinos mostram um reflexo esverdeado, e os albinos um reflexo azulado.
São faltas frequentes, nas aves de asas claras, a falta de contraste e nos arlequins e nos opalinos a cor muito pálida e impura. Os expositores e juizes devem dominar a escala de pontos de modo a penalizar adequadamente a cor, que tem uma valorização que depende da variedade: de 10 a 35 pontos. Assim, pode descontar-se a um pássaro normal uma pontuação de 10 por palidez, diminuir-se no máximo 4 a 5 pontos a um lutino,ou um máximo de cinco pontos nos normais.

FATOR VIOLETA

FATOR VIOLETA  
     


     O fator Violeta é uma mutação autêntica e que se expressa na sua plenitude quando ocorre em homozigose (duplo fator) num exemplar Cobalto. Ele tem característica hereditária de Dominância Incompleta, posto que há uma diferença fenotípica discreta entre os exemplares de 1 fator (heterozigotos) e o de 2 fatores (homozigotos). Os exemplares Violetas de 2 fatores tem a coloração mais intensa. Por se tratar de uma mutação com característica hereditária dominante, ela sempre irá alterar o fenótipo (aparência) do exemplar, independentemente da cor que ele tenha.
     O gene que produz o violeta promove uma alteração na estrutura das penas, de modo que os espectros de luz que conseguem ser refletidos são apenas os das ondas de luz mais curtas, no caso o da cor violeta. Vale observar que o fator Violeta também irá sempre escurecer a cor do exemplar, muito embora ele seja produzido por um gene completamente diferente e independente do gene que produz o chamado "Fator Escuro". Sendo assim, um exemplar Verde Claro por exemplo, que tenha o fator Violeta, terá uma coloração um pouco mais escura, numa tonallidade intermediária entre o Verde Claro e o Verde Escuro. Da mesma forma, um exemplar Celeste com fator Violeta também terá uma coloração mais escura, intermediária entre o Celeste e o Cobalto.
     Em função do fator violeta sempre alterar o fenótipo do exemplar, mesmo quando se apresenta em apenas um fator, não é correto dizer que determinado exemplar "porta" ou "é portador" de violeta. Os genes que podem ser portados são somente aqueles que não alteram o fenótipo do exemplar quando se apresentam em apenas 1 fator, são os chamados "Recessivos", que podem ser "Autossômicos" (quando ocorrem nos cromossomos que não o sexual) ou "Halossômicos" (quando ocorrem no cromossomo sexual).
     Não é tão fácil identificar o fator violeta em exemplares que não sejam os Cobaltos, menos ainda nos exemplares das séries verdes, mas com a prática em criar esses exemplares você acaba identificando esse fator em praticamente todas as cores. Existem acasalamentos que produzem 100% de filhotes violetas visuais. Partindo-se do princípio de que o Fator Violeta se expressa na sua plenitude quando  ocorre nos exemplares Cobaltos (que associam "ausência de pigmento amarelo" com "1 fator escuro" ), se acasalarmos um exemplar Celeste ("ausência de pigmento amarelo" sem "nenhum fator escuro") com um exemplar Mauva ("ausência de pigmento amarelo" com, "2 fatores escuros") teremos como resultado desse acasalamento 100% de filhotes Cobaltos (tanto machos quanto fêmeas). Pois bem, se associarmos "Fatores Violetas" aos exemplares do acasalamento citado, teremos os seguintes resultados:
1ª possibilidade - caso um dos exemplares do acasalamento sugerido tenha apenas 1 Fator Violeta, ou seja, "Celeste c/1 fator Violeta X Mauva" ou então "Celeste X Mauva c/1 Fator Violeta"
50% de filhotes Cobaltos (tanto machos quanto fêmeas)
50% de filhotes Violetas com apenas 1 Fator Violeta  (Violetas visuais, tanto machos quanto fêmeas)
2ª possibilidade - caso ambos os exemplares do acasalamento sugerido tenham 1 Fator Violeta cada, ou seja, "Celeste c/ 1 Fator Violeta"  X  "Mauva c/ 1 Fator Violeta" :
25% de filhotes Cobaltos (tanto machos quanto fêmeas)
50% de filhotes Violetas com apenas 1 Fator Violeta (Violetas visuais, tanto  machos quanto fêmeas).
25% de filhotes Violetas com 2 Fatores Violetas (Violetas visuais com a coloração muito intensa, tanto machos quanto fêmeas).
3ª possibilidade - um dos exemplares do acasalamento sugerido com 1 Fator Violeta e o  outro exemplar com 2 Fatrores Violetas, ou seja, "Celeste c/1 Fator Violeta" X "Mauva com 2 Fatores Violetas" ou então "Celeste c/ 2 Fatores Violetas" X "Mauva c/ 1 Fator Violeta" :
50% de filhotes Violetas com apenas 1 fator violeta (Violetas visuais, tanto machos quanto fêmeas)
50% de filhotes Violetas com 2 Fatores Violetas (Violetas visuais com a coloração muito intensa, tanto machos quanto fêmeas).
4ª possibilidade - ambos os exemplares do acasalamento sugerido com 2 Fatores Violetas, ou seja "Celeste c/ 2 Fatores Violeta" X "Mauva c/ 2 Fatores Violetas" :
100% de filhotes Violetas com 2 Fatores Violetas (Violetas visuais com a coloração muito intensa, tanto machos quanto fêmeas).
     Claro que você também pode produzir exemplares violetas visuais a partir de outras recombinações, mas o problema está justamente em identificar a presença do fator violeta em outros exemplares. Nos exemplares Verde Escuros por exemplo, é fácil identificar o fator violeta. Os Verde Escuros com fator violeta tem a coloração mais "queimada" e opaca (além de mais escura também), o que faz inclusive com que muitos criadores os confunda com os Verde Oliva, no entanto são duas colorações bastante distintas, pois o verde Oliva tem a tonalidade de verde mais próxima do Verde Cinza, embora com as retrizes Azuis-marinho. Já vi inclusive, em campeonatos brasileiros, criadores experientes confundirem essas cores.
     A melhor maneira de se familiarizar com os efeitos visuais que o fator violeta promove nos exemplares é criando-os mesmo. Com o tempo torna-se bem mais fácil a identificação.

TIPOS DE FACE AMARELA

TIPOS DE FACE AMARELA

 
     Primeiramente, o comportamento hereditário de um gene deve sempre ser analisado em relação à um gene equivalente, principalmente quando se trata de uma das séries chamadas de "Alelos Múltiplos", em que o gene apresenta, além do estado selvagem, mais de um estado mutante diferente.
     No caso das mutações que produzem o aspecto visual Face-Amarela, embora elas apresentem comportamento hereditário de codominância sobre o azul (que é a forma mais recessiva dessa série específica de alelos múltiplos), são completamente inibidos pela ação do gene selvagem (verde) quando confrontados com o mesmo, o que mostra um comportamento de recessividade em relação ao gene nativo (selvagem).
     O Face-Amarela Cobalto Tipo I, tem como característica, além de uma tonalidade mais fraca de amarelo, o fato de o exemplar homozigoto (2 fatores) apresentar a face completamente branca, indistinguível em relação aos exemplares azuis.
     O Face-Amarela Tipo II, tem realmente a tonalidade do amarelo mais intensa, além do fato de o exemplar homozigoto (2 fatores) também ter a face amarela (diferentemente dos exemplares do Tipo I), só que o pigmento amarelo se restringindo basicamente à face, sem infiltração pelo corpo.
     O que eles chama de "Face-Amarela" Tipo III é a mutação "Australian Yellow-Face", conhecida também como "Golden-Face"ou "Face Dourada".
     Os Golden Faces tem a intensidade do amarelo mais forte, das três mutações e também tem como característica a presença de pigmento amarelo restrita à face nos exemplares homozigotos.
     Na realidade, todas as mutações que produzem o aspecto visual (fenótipo) face amarela, apresentam um "defeito" na constituição do pigmento amarelo, o que faz com que esse pigmento se apresente em menor quantidade do que nos exemplares selvagens (verdes).
     Pois bem, se essas mutações apresentam "defeito" na produção do pigmento amarelo e, portanto uma diminuição na quantidade desse pigmento, não teria sentido dizer que os exemplares que apresentam um gene de verde e um gene de face-amarela (Verde portador de face amarela, sim, é possível usarmos essa denominação) tenha uma maior intensidade na tonalidade do amarelo da face, uma vez que o gene face-amarela diminui a produção de pigmento amarelo, e não aumenta.
     Nas exposições aqui no Brasil, os exemplares golden faces heterozigotos (com apenas 1 fator) também são julgados na série face-amarela.

Entendendo melhor os Fúlvos e Corpos Claros

Entendendo melhor os Fúlvos
 e Corpos Claros


     Os "fallows" ou "fúlvos" como são mais conhecidos aqui no Brasil, têm herança genética autossômica recessiva, ou seja, o gêne que determina essa mutação pode ser portado tanto pelo macho quanto pela fêmea, já que ele não ocorre no cromossomo sexual (halossômico).
     Vale lembrar que existem três tipos diferentes de fúlvos conhecidos. O "Fúlvo Alemão", que é o que ocorre na maioria absoluta dos exemplares fúlvos que vemos, têm o olho cor de cereja, um vermelho brilhante, bem diferente dos olhos dos exemplares "Inos" (albinos e lutinos). Eles possuem também uma íris branca em torno das pupilas. O corpo é bastante despigmentado, principalmente na parte frontal do peito e as penas apresentam melanina marrom, diferente da melanina preta e da feomelanina (melanina de tonalidade marrom apresentada pelos exemplares Canela). Há também outros dois tipos de fúlvos, o "Fúlvo Inglês", que tem fenótipo (aspecto físico) idêntico ao mutante alemão, só que não possui  íris nos olhos, e finalmente o "Fúlvo Escocês", também com a mesma aparência, porém com olhos cereja e íris rosadas.
     Uma curiosidade a respeito dos fúlvos, é que a descoberta da existência de tipos distintos de fúlvos se deu por acaso, quando um criador inglês acasalou dois fúlvos visuais e desse acasalamento só nasceram filhotes normais não mutantes, o que o levou a deduzir e posteriormente comprovar através de novos acasalamentos, que os dois fúlvos que ele havia acasalado eram produzidos por mutações provenientes de genes diferentes.
     O "Clear-Body" ou "Corpo-Claro", é uma mutação de herança genética halossômica "ligado ao sexo". Ela é  produzida por um gene que ocorre no cromossomo sexual (12º par) e portanto não pode ser portado pelas fêmeas, somente pelos machos.
     Nas aves, é a fêmea que determina o sexo do filhote, diferentemente dos mamíferos. O gene que determina a mutação Clear-Body é "alelo" do gene que determina o albinismo, ou seja, é uma apresentação em estado diferente do mesmo gene que determina o albinimo. Essa é uma das chamadas séries de "Alelos Múltiplos" que ocorem no periquito australiano.
     Normalmente os genes se apresentam em dois estados: Original e Mutante. No primeiro caso, Original ou Selvagem, é como os genes se expressam nos periquitos nativos, (Austrália), e que determinam que o periquito seja Verde Claro, como os periquitos australianos selvagens. No segundo caso, Mutante, o gene mutante apresenta um "defeito" na sua constituição e que acarreta em um aspecto visual diferente no exemplar, chamado "Mutação".
     O termo "Alelo Múltiplo" nada mais é do que o nome que se dá á um gene que apresenta mais de uma forma mutante diferente do mesmo gene, além da forma original (selvagem). No entanto, mesmo os estados diferentes de um mesmo gene, apresenta uma relação de dominância e recessividade entre eles.
     A mutação Corpo-Claro é determinada por um estado diferente do mesmo gene do albinismo, só que ela é Dominante em relação ao gene "Ino". Portanto, você pode ter por exemplo um macho Corpo-Claro portador de "Ino", e que acasalado com uma fêmea normal não-mutante vai gerar filhotes fêmeas 50% Corpo-Claros e 50% Inos, e filhotes machos normais, sendo 50% portadores de Corpo-Claro e 50% portadores de Ino.
     Você pode me perguntar, "mas o Clear-Body não é uma mutação de característica recessiva e ligada ao sexo, como ele pode ser Dominante em relação ao Ino" ? O que ocorre na realidade, é que nenhum gene é "Totalmente Dominante", ou "Totalmente Recessivo", ou até mesmo "Totalmente Codominante". Os genes tem o seu comportamento hereditário determinado sempre em relação à um outro gene equivalente.
     Sendo assim, um gene pode ter comportamento de "dominância" em relação à um determinado gene, e comportamento de "recessividade" em relação à um outro gene. É o que ocorre com o gene que determina o Clear-Body. Ele é Recessivo e ligado ao Sexo (halossômico) quando confrontado ao gene Nativo Não-Mutante, e Dominante quando confrontado à sua outra forma de apresentação que é o Ino, (albino ou lutino). Os exemplares apresentam o Corpo despigmentado e as rêmiges (penas maiores das asa) também com uma certa despigmentação.
     Assim como no caso dos fúlvos, os Clear-Bodys também se apresentam em tipos distintos como o "Texas Clear-Body"  ou Corpo-Claro do Texas, que é a mutação com que temos contato, e da  qual se trata a maioria absoluta dos Clears em todo o mundo, o "Clear-Body de Terranoe" e o "Clear-Body de Easley".

PADRÃO MODERNO

PADRÃO MODERNO



AQUI APRESENTO MACHO VERDE CINZA E FEMEA AMARELA, ESTE PADRÃO , "POWER BIRD" ,  SE ANALISARMOS O TIPO DE PERIQUITO QUE O MUNDO VEM PROCURANDO, ACHO QUE ESTE É O TIPO PADRÃO MAIS ATUAL.

Código de Cores dos Periquitos

Código de Cores dos Periquitos

Código de cores em vigor desde 1999 :

P01 - Normais Verde Claro
P02 - Normais Verde Escuro e Verde Oliva
P03 - Normais Verde Cinza
P04 - Normais Celeste
P05 - Normais Cobalto, Malva e Violeta
P06 - Normais Cinza
P07 - Normais Asa Clara e Cinza
P08 - Normais Asa Canela
P09 - Opalino Verde Claro
P10 - Opalino Verde Escuro e Oliva
P11 - Opalino Verde Cinza
P12 - Opalino Celeste
P13 - Opalino Cobalto, Malva e Violeta
P14 - Opalino Cinza
P15 - Opalino Asa Clara e Cinza
P16 - Opalino Asa Canela
P17 - Faces Amarelas
P18 - Amarelos e Esbranquiçados
P19 - Lutinos
P20 - Albinos
P21 - Claros de Olhos Pretos
P22 - Rendados
P23 - Arlequins Recessivos
P24 - Arlequins Dominantes
P25 - Arlequins Australianos
P26 - Cintilantes
P27 - Corpos Claros
P28 - Fulvo
P29 - Topetudos
P30 - Diversos

Genética

Genética

As regras de reprodução dos Periquitos são muito simples, sendo divididas por três regras, cada uma com cinco casos possíveis. Essas regras são as ligadas ao sexo, as dominantes e as recessivas. Como normalmente um Periquito possui varias variedades, a sua genética é conjugação das diferentes variedades.
Os Periquitos podem possuir uma variedade de forma visível ou não. Quando ela não é visível diz-se que a ave é portadora de uma determinada variedade e simboliza-se por «/». Assim um Periquito Verde/Azul, é um Periquito que é verde mas possui na sua genética o factor Azul. Se esta ave for cruzada com outra Azul ou outra Verde/Azul, existirão crias Azuis.
Uma noção muito importante é que uma ave que é portadora de uma variedade é visivelmente igual a outra que não o seja, pelo que é indispensável haver um registo pormenorizado da genética das aves e uma boa politica de acasalamento, tendo em conta os objectivos a prosseguir.



Variedades ligadas ao sexo


Nas variedades ligadas ao sexo, o sexo de cada ave é fundamental nos resultados a obter nas crias.

As variedades ligadas ao sexo são o Opalino, o Canela, o Ino (lutinos e albinos), o Slate e os Corpos Claros do Texas. O Lacewing deve ser tratado como duas variedades independentes, o Ino e o Canela.



Resultados esperados:



Se chamarmos CLS a uma variedade com caracteres ligados ao sexo e Normal a uma ave que não possua essa característica, temos a possibilidade de vários tipos de acasalamento e os seus resultados que a seguir se indicam.



Macho                                     Fêmea                                  Crias



CLS                                          CLS                  100% Machos e Fêmeas CLS


CLS                                        Normal               50% Machos  Normal/CLS
                                                                      50% Fêmeas CLS




Normal/CLS                               CLS                  25% Machos CLS           
                                                                       25% Machos Normal CLS 
                                                                     25 %Fêmeas CLS
                                                                       25% Fêmeas Normal



Normal/CLS                                 Normal           25% Machos Normal CLS
                                                                      25% Machos Normal
                                                                      25 % Fêmeas CLS
                                                                      25% Fêmeas Normal





Normal                                            CLS             50% Machos Normal/CLS  
                                                                        50% Fêmeas Normal





Variedades Dominantes


Nas variedades dominantes basta que um dos elementos do casal possua uma determinada variedade para que pelo menos 50% das crias possuam essa variedade.

Nestas variedades não há portadores mas existe factor simples SF ou duplo factor DF. No caso do Face Amarela tipo 1, o Normal (ausência da variedade) e o DF são visivelmente iguais. Nos restantes tipos de Face Amarela, nos SF o amarelo espalha-se por todo o corpo, enquanto que os DF têm apenas a cabeça e asas tingidas de amarelo, sendo os únicos permitidos em exposições. No caso do factor escuro e dos Spangle, o SF é visivelmente diferente do DF, sendo nos restantes casos, as aves com SF visivelmente iguais às com DF.
As variedades dominantes são o Factor Escuro, o Cinzento, o Violeta, o Spangle, os Arlequim Australiano e Holandês, os Rémiges Claras, o Face Amarela, Corpos Claros Easley e as variedades de poupa.



Resultados esperados:



Se chamarmos SF a um ave com factor simples de uma variedade dominante, DF a uma com duplo factor e Normal a uma ave que não possua essa característica, temos a possibilidade de vários tipos de acasalamento e os seus resultados que a seguir se indicam.



Casal                                                                                    Crias




DF x DF                                                                              100% DF



DF x SF                                                                          50% DF  50% SF



DF x Normal                                                                       100% SF



SF x SF                                                           25% DF 50% SF 25% Normal



SF x Normal                                                                50% SF 50% Normal


Variedades Recessivas


Nas variedades recessivas é sempre necessário que os dois elementos do casal possuam uma determinada variedade para que seja visível nas crias.

Todas as variedades recessivas são consideradas raras, com excepção do Azul.
As variedades mais raras como os Arlequins Dinamarquês, Fallow e Amarelos ou Brancos, as aves têm tendência a ser mais pequenas porque, como para se manter a variedade é necessário que as duas aves do casal possuam essa variedade, o aumento da ave torna-se mais moroso e complicado.
As aves portadoras são visivelmente iguais às normais com excepção dos portadores de arlequim que ficam com algumas penas brancas ou amarelas na nuca.
As variedade recessivas são o Azul, o Arlequim Australiano, o Fallow, o Amarelo ou Branco, os Asas Claras, os Asas Cinzentas, o Face Preta, o Mottle, os Saddleback e, muito provavelmente, o antracite.



Resultados esperados:



SSe chamarmos REC a um ave com uma variedade recessiva visível e Normal a uma ave que não possua essa característica, temos a possibilidade de vários tipos de acasalamento e os seus resultados que a seguir se indicam.



Casal                                                                            Crias




REC x REC                                                                     100% REC



REC x Normal/REC                                               50% REC 50% Normal/REC



REC x Normal                                                               100% Normal/REC



Normal/REC x Normal/REC                                       25% REC 50% Normal/REC (*)                                                                                 25% Normal (*)



Normal/REC x normal                                         50% normal/REC (*) 50% normal (*)






(*) Aves com impossibilidade de se distinguirem visivelmente com excepção de alguns Normais/Arlequim Recessivo.

A genética nos Periquitos Ondulados

A genética nos Periquitos Ondulados

Muitos criadores consideram a genética um assunto complicado e distante, mas como criadores de Periquitos, e com o número das variedades e de cores existentes, é importante termos algum conhecimento sobre a reprodução das cores. Este artigo apenas foca a base da genética da reprodução das cores e das variedades, e destina-se mais a novos criadores do que a criadores experimentados.

Uma grande parte do conhecimento da genética, foi obtido quando Gregor Mendel, um monge Austríaco do séc. XIX, publicou as suas observações científicas em 1866. Após estudar durante muitos anos as plantas e o cruzamento entre plantas diferentes e de ter anotado os resultados obtidos durante esse período, Mendel concluiu que a existência de algumas características, entre as quais a cor, se deve à existência de um par de unidades elementares de hereditariedade, agora conhecidas como genes.

A teoria de Mendel sobre a hereditariedade, foi a base que muitos cientistas seguiram durante o final século XIX e princípio do século XX para a produção de plantas e animais. O Dr. H Duncker e C H Cremer de Brémen, na Alemanha, aplicaram as leis de Mendel aos Periquitos, perto de 1920, e estas leis tornaram-se universalmente aceitas pelos criadores. Estas leis são usadas na criação de Periquitos para prever as características das cores e variedades das crias de um casal em particular.

Cada pássaro tem, no seu código genético, um conjunto de 26 corpos microscópios conhecidos por cromossomos. Este conjunto de cromossomos está duplicado em cada célula do pássaro. Cada cromossomo forma uma cadeia diferente de genes ou factores que controlam as várias características hereditárias do pássaro. Essas características hereditárias incluem o tamanho dos spots, a forma da cabeça, a cor, o sexo, a estrutura, o tamanho e a textura das penas, etc. Os 26 cromossomos estão associados em 13 pares de igual tamanho, excepto pelo par de cromossomos que controla o sexo da ave. Os pares de genes em cada cromossomo, são chamados Allelmorphs ou Alelos.

Um par de alelos pode ser igual ou diferente. Se um par de alelos é idêntico, dizemos que o pássaro é homozigoto para esse gene em particular, ou como é dito actualmente, é de factor duplo. Se um par de alelos for diferente, então o pássaro é heterozigoto para cada gene, ou seja, é de factor simples.

Uma mutação é um acidente genético onde um gene ou um conjunto de genes muda. No entanto, uma mutação viável é um evento raro, e por isso na população selvagem de Periquitos, o gene original é o mais comum. Estes genes originais são chamados genes tipo selvagem e a partir destes genes selvagens são chamadas mutações. Um mutante pode diferir em mais ou menos maneiras do tipo selvagem. Obviamente, algumas mutações podem ocorrer mais facilmente do que outras e daí serem mais frequentes.

No acoplamento, o esperma do macho fertiliza o óvulo da fêmea para produzir o ovo. O esperma e o óvulo são células que contêm só um cromossomo de cada par de cromossomos. Qual a metade do par de cromossomos está incluída no esperma ou no óvulo é uma questão de probabilidade. Assim, o ovo fertilizado tem um conjunto de cromossomos no qual cada par de cromossomos tem um cromossomo de cada pai. Assim, cada gene dos pais contribui para cada característica da cria.

Existe uma complicação da genética para este processo chamado “Crossing-over”. Isto ocorre durante essa parte da produção do esperma e do óvulo quando dos cromossomos se juntam. Nesta altura, um par de cromossomos pode tornar-se presos em certos pontos, como um par de balões emaranhados entre si. Os segmentos entre estes pontos podem mudar ou “Cross-over”. Assim o cromossomo no esperma ou num óvulo pode ser uma mistura do par de cromossomos dos pais. “Crossing-over” para um par de cromossomos em particular, tende a ocorrer nas mesmas posições. Isto significa que genes encontrados no mesmo segmento estarão sempre associados ou ligados uns com os outros.

O Carácter do sexo

Como foi mencionado atrás, o par dos cromossomos que controlam o sexo não têm comprimentos iguais. Os cromossomos sexuais da fêmea, chamados pelas letras X e Y, são de comprimentos diferentes. Y que é o membro mais curto desse par e que não transmite nenhum gene do sexo. O macho tem um par dos cromossomos sexuais do mesmo comprimento, referidos como XX. Um macho e uma fêmea dão origem a um número de crias machos e fêmeas em média em igual número. Isto acontece porque a célula do esperma do macho transporta metade da cadeia de pares de cromossomos, combina com a célula do ovo da fêmea que também contem metade da cadeia de pares de cromossomos, formando uma completamente nova cadeia de cromossomos.

O carácter portador

Um casal de aves de uma determinada cor “fenótipo” consegue dar origem a outras cores se a sua genética “genótipo” diferir da sua aparência ou fenótipo. Esses pássaros impuros são conhecidos por “portadores” e indicados com uma linha obliqua “/”.

Os caracteres dominantes e recessivos

Os genes das cores são “dominantes”, como o verde, ou “recessivos”, como o azul. Um pássaro que tem um gene dominante numa metade de um par de cromossomas terá a mesma cor do que se tivesse ambas as metades. As cores recessivas só se mostram se tiverem ambas as metades do par de cromossomos. Os genes das cores podem ser transportados num número diferente dos pares de cromossomos. Um pássaro pode então ter uma cor dominante e ter geneticamente uma ou mais cores recessivas escondidas mas não ao contrário. Assim, pode-se dizer que na forma mais simples de interacção entre dois alelos diferentes, um é dominante e o outro recessivo, isto é, o alelo dominante controla o carácter. Por exemplo, quando o gene verde (isto é, o gene com o código para penas verdes) e o gene azul estão no par do alelo, o pássaro é verde porque o gene verde é dominante em relação ao gene azul. Por causa da interacção de alelos diferentes, a composição física de um pássaro (o seu fenótipo) pode ser diferente de sua composição genética (o seu genótipo). Na herança da cor, podem ser feitos os seguintes agrupamentos:



As mutações dominantes são:

Verdes (em todas as formas)
Arlequins dominantes
Cinzentos
Rémiges Claras
Violetas
Spangles ou Perolados
Face Amarela
Poupa

As mutações recessivas são:

Azuis (em todas as formas)
Arlequins recessivos
Fallows ou Fulvos
Diluídos
Asas Cinzentas
Asas Claras
Antracite
Saddleback ou Selados

O gene de um carácter dominante pode existir como um único ou com dois factores ou factor duplo. A sua determinação é somente possível pela experimentação quando se acasala com um normal puro. Não é possível para nenhum pássaro ser “portador” de um carácter dominante.

As várias regras que regulamentam a descendência do carácter dominante são:

Acasalamentos Expectativas

1) Dominante (um factor) × Normal  =  50% Dominante (1f) e 50% Normais
2) Dominante (dois factores) × Normal   = 100% Dominantes (1f)
3) Dominante (1f) × Dominante (1f)  = 25% Dominante (2f)  e 50% Dominante (1f) e 25% Normais
4 )Dominante (2f) × Dominante (1f)  = 50% Dominante (1f) e 50% Dominante (2f)
5 )Dominante (2f) × Dominante (2f)  = 100% Dominante (2f)

As regras para a produção de um carácter recessivo são as seguintes:

Acasalamentos Expectativas

1) Recessivo × Normal   = 100% Normal/Recessivo
2) Recessivo × Normal/Recessivo  = 50% Recessivo e 50% Normal/Recessivo
3) Recessivo × Recessivo  = 100% Recessivo
4) Normal/Recessivo × Normal/Recessivo  = 25% Recessivo e 50% Normal/Recessivo e 25% Normal
5) Normal/Recessivo × Normal  = 50% Normal/Recessivo e 50% Normal

Do quadro anterior pode ser deduzido que não existe vantagem nos acasalamentos das regras 4 e 5 porque muitas aves portadoras e normais e não existe maneira de as distinguir.

O Carácter Escuro

Tal como o gene da cor é dominante ou recessivo, existe o gene da profundidade da cor que se chama “Factor Escuro”, representado pela letra “E”. O gene escuro não é responsável pela cor propriamente dita, mas sim pela sua tonalidade. Este gene funciona independentemente de qualquer gene da cor. A teoria usada para estabelecer os diferentes tons de cores é conhecida por Dominante Incompleto. A ausência do gene escuro é representada por “ee”, a sua presença com um factor representa-se por “Ee” e com duplo factor por “EE”.

Cor base :  

Verde
Azul

Sem factor escuro (Factor Claro) - ee

Verde Claro
Azul Celeste

Um factor escuro (Factor Médio) - Ee

Verde Escuro
Azul Cobalto

Dois factores escuros (Factor Escuro) - EE

Verde Azeitona
Azul Malva

Os resultados e percentagens das crias do acasalamento de Periquitos relativamente ao factor escuro são regulados pelas leis de Mendel. É importante entender-se que, quando são dados resultados em percentagem, essas percentagens são calculadas para um grande número de casais com a mesma combinação e não apenas para uma só ninhada. Os resultados dos acasalamentos com as várias tonalidades podem ser sumarizados nas seguintes:

Casais Expectativas

EE × EE  = 100% EE
EE× Ee  = 50% EE e 50% Ee
EE× ee  = 100% Ee
Ee × Ee  = 25% EE e 50% Ee e 25% ee
Ee × ee  = 50% Ee e 50% ee
ee × ee  = 100% ee

As unicas variedades dominantes incompletas são factor escuro, o factor Spangle e o factor Spangle Melânico. São dominantes incompletas porque as aves de factor simples são diferentes das aves com dois factores, ao contrário do que acontece nos dominantes.

Os caracteres ligados ao sexo

Outro modo de reprodução é o carácter recessivo ligado ao sexo. Com este carácter, os genes relevantes ocorrem somente no cromossomo do sexo “X”. Conforme o mencionado anteriormente, a fêmea só tem um “X” no cromossomo do sexo, daí que a fêmea não pode ter um gene ligado ao sexo, não podendo ser portadora de factor ligado ao sexo. Consequentemente o seu fenótipo é sempre o mesmo do seu genótipo. No entanto, o macho pode ser portador de genes ligados ao sexo. Isto acontece porque os machos de variedades ligadas ao sexo podem ter esse gene num ou em ambos os seus cromossomos sexuais, enquanto as fêmeas de variedades ligadas ao sexo têm só metade dos seus pares de cromossomas sexuais que podem transmitir os caracteres de cores ligados ao sexo, sendo que a outra parte determina o sexo real.

As variedades que obedecem à teoria da ligação ao sexo são:

Opalinos
Canelas
Lutinos e Albinos
Lacewings ou Asas de Renda
Slates ou Ardósias
Corpos Claros do Texas (mas dominante em relação ao factor Ino)

As cinco possibilidades de acasalamentos através da teoria da ligação ao sexo são, usando as seguintes abreviaturas:

CLS para caracteres ligados ao sexo
NL para caracteres não ligados ao sexo
NL/CLS para não ligados ao sexo e portadores de ligados ao sexo

Acasalamentos Expectativas

1) Macho CLS cock × Fêmea CLS  = 50% machos CLS e 50% fêmeas CLS
2) Macho CLS × Fêmea NL  = 50% Machos NL/CLS e 50% Fêmeas CLS
3) Macho NL × Fêmea CLS  = 50% Machos NL/CLS e 50% Fêmeas NL
4) Macho NL/CLS × Fêmea CLS  = 25% Machos CLS e 25% Machos NL/CLS e25% Fêmeas CLS
 e 25% Fêmeas NL
5) Macho NL/CLS × Fêmea NL  = 25% Machos NL e 25% Machos NL/CLS e 25% Fêmeas CLS
e 25% Fêmeas NL

Com estes conhecimentos de genética podemos entender como obter ou como foram obtidas determinadas cores ou variedades nos Periquitos Ondulados.

Alimentação Periquitos Ingleses

Alimentação Periquitos Ingleses

As principais são:
1) Alpiste.
2) Painço (quatro tipos: amarelo, verde, preto, vermelho).
3) Aveia.
4) Níger.

As sementes são o principal alimento dos periquitos, e exatamente por isso faço questão de sementes de excelente qualidade e boa procedência. Minha fórmula é 75% de alpiste + 25% de 4 tipos de painço e níger. A aveia pode ser usada em épocas especiais, como casal criando, e também para filhotes ganharem peso. Não aconselho deixar a disposição o tempo inteiro, porque de forma geral engorda os pássaros. É interessante servir numa tigela à parte, porque se misturada as sementes, fica difícil separar depois as cascas das sementes.

Verduras

Excelente alimento, fornece vitaminas e minerais. Devemos priorizar as que têm folhas mais escuras como espinafre, chicória e almeirão, e evitar as de folhas claras como alface, pois contém muita água e poucos nutrientes. Eu forneço para meus pássaros 2 a 3 vezes por semana.

Frutas

Como no caso das verduras, as frutas são ótimo alimento, fornecendo muitas vitaminas e minerais. Sem dúvida, a mais usada é a banana, excelente fonte de iodo, e auxílio para os filhotes ganharem peso rapidamente. Outras frutas como maça ou laranja também podem ser dadas. Atenção, não dê aos pássaros em nehuma hipótese o abacate, pois ele contém substâncias nocivas aos pássaros, e se ingerido é fatal.

Farinhadas

Assim como as sementes, forneço a farinhada o tempo todo a todos meus pássaros, independente se estão criando ou não. Como disponho de pouco tempo, optei por fornecer uma farinhada já pronta.

Milho

O milho verde é sem dúvida o alimento preferido dos periquitos. O milho é excelente hidratante e dá ganho de peso aos filhotes. Deve ser servido sem casca e bem lavado, e não deve ser servido cozido ou salgado. Também deve-se tomar cuidado para não servir milho com agrotóxicos. A espiga ideal, é aquela que não é amarelo/escura e dura, e nem branca/mole, a ideal, é aquela que está quase explodindo e brilhante. Eu sirvo aos meus pássaros de 2 a 3 vezes por semana, e particularmente me divirto vendo-os comer e se lambuzarem. Também gosto de ver os casais que estão criando alimentarem os filhotes depois de comerem milho, pois os filhotes ficam com os papos super cheios do suco do milho que os pais deram.

Água

Deve estar sempre a disposição. Pode ser oferecida água tratada comum, pois o nível de cloro presente na água de consumo humano não representa problemas para os periquitos, no entanto, a qualidade da água da rede, varia de local para local. Outra opção é servir água filtrada ou fervida. A água pode ser servida tanto nos bebedouros tradicionais, como também em pequenas tigelas de porcelana. A vantagem dos bebedouros, é que os pássaros não defecam dentro, e a desvantagem, é que os filhotes recém saídos do ninho, não alcançam esse bebedouro. Existe também, o sistema automático de água, que consiste basicamente de um dispositivo que solta água bastando um toque, ligado por uma mangueira numa caixa d'água. Evitando assim, que os pássaros bebam água suja.

Grit

Grit ou areia, é um item muitas vezes esquecido na dieta dos periquitos. Facilmente encontrado nas casas de aves, e geralmente com preço acessível, o grit compreende além de grãos de areia selecionados, farinha de ostra, carvão vegetal, etc. Como essas aves não têm dentes, eles precisam ingerir grãos de areia, os quais ficam depositados na moela, e quando o pássaro ingere novas sementes, o pássaro movimenta a moela, usando esses grãos para moer as sementes. Deve-se deixar sempre à disposição.

TAMANHO X QUALIDADE

TAMANHO X QUALIDADE

Como criador e proprietário desse site, sou bastante procurado por iniciantes e criadores mais experientes querendo comprar pássaros bons e em geral melhor do que jé possuem, até aí normal. O engraçado, é que não raras vezes me deparo com o clássico pedido " Veja lá, quero dos grandes, hein " ou " Me mande bichos grandes " ou " Quero uns cavalos, tá ". Interessante que são muito poucos criadores que pedem qualidade ou pedgree, mas tamanho... Em vista disso, achei prudente escrever um artigo, que esclaresse esse tema aos criadores iniciantes e que deixasse claro que Tamanho não têm nada a ver com Qualidade !!!
Acredito que todos nós criadores já passamos por essa fase, e na minha opinião a fase 1 é sem sombra de dúvida a do tamanho e cores, em especial o violeta. A fase 2 é a fase da largura de cabeça, e a fase 3 tudo que se relaciona com penas, por ex: direcionamento, comprimento, colar baixo, tipos de pintas da máscara, armação ou topete, etc...

Então vêm a clássica pergunta: É possível um pássaro aliar Tamanho com Qualidade ? Sem dúvida que sim, no entanto, algumas considerações devem ser feitas: Em primeiro lugar, vamos definir uma simples "Escala de Tamanho" de 1 a 5, assim:

1) Medíocre

2) Pequeno

3) Médio

4) Grande

5) Gigante

Conheço alguns criadores, que são tão obcecados pelo tamanho do pássaro, que julgam ser esse o único quesito para avaliar a qualidade de um pássaro. Se os melhores pássaros fossem sempre os maiores, bastaria uma fita métrica na hora da exposição, e logo acharíamos os campeões.

Ora, é sabido entre nós criadores, que um pássaro de tamanho médio por exemplo, pode ser melhor ou extremamente superior que um pássaro exageradamente grande (gigante), que só possui tamanho e nada mais. Vejam, quero deixar claro que não tenho absolutamente nada contra pássaros grandes (grupo 4 ou 5) , no entanto eu evito criar ou usar pássaros do grupo 5 (gigantes). Particularmente já tive várias experiências ruins com pássaros gigantes, e cheguei a cunclusão, que não vale a pena, por vários motivos:

1) Tamanho não significa Qualidade, assim como Qualidade não significa Tamanho.

2) A grande maioria dos pássaros do grupo 5 (gigante), diria 90% a 95%, têm muita dificuldade de criar e quando conseguem, dão poucos filhotes.

3) Estão desatualizados, pois o padrão usado nos países mais desenvolvidos do hobby como Alemanha e Suiça, usam a cabeça com 1/3 em relação ao corpo.

4) Na grande maioria das vezes, têm postura ruim e acabam passando isso aos seus descendentes.

5) Muitos são gordos, e têm problema para voar.

6) Custam muito caro.

Além disso, se você gosta de pássaros Gigantes, procure acasalar 2 pássaros do grupo 4, e você terá, (pelo menos na teoria): Gigantes, Grandes e Médios. Já, se tentar acasalar 2 pássaros do grupo 5, a chance de se obter filhotes é muito menor e portanto desaconselhável, melhor que isso, é acasalar um pássaro grupo 5 e outro grupo 4.

Enfim, esses são somente alguns argumentos sólidos, e minha intenção com essa breve explanação acerca do "Tamanho X Qualidade", é desmistificar um pouco o que me parece ser uma "febre", e priorizar a Qualidade num todo ao Tamanho.

Variedades de Periquitos Ondulados Ingleses

Variedades de Periquitos Ondulados Ingleses

Desde que os Periquitos Ondulados começaram a ser criados em cativeiro, surgiram e conseguiram-se fixar bastantes variedades destas aves que, se combinadas entre si, dão origem a um vastíssimo leque de cores e formas diferentes. Neste artigo são focadas as variedades existentes de uma forma muito resumida.

Diferenças quanto à forma:

Existem algumas variedades que se distinguem pelo desenho da ave que é visível no dorso do Periquito. Essas variedades são o Normal, que é o desenho do Periquito Ondulado original que se caracteriza pelas riscas onduladas pretas e amarelas ou pretas e brancas no dorso. Outra variedade muito popular é o Opalino que se caracteriza pela diminuição da melanina e consequente diminuição da intensidade das riscas e pela substituição da cor amarela ou branca no dorso pela cor do verde ou azul da ave. Essa diminuição é mais notória na nuca. Nas asas as rémiges e cauda têm uma risca amarela ou branca. Existe uma outra variedade mais recente que se chama em inglês Saddleback que é semelhante ao Opalino mas mantendo o amarelo ou branco nas costas e sem a risca clara nas rémiges e cauda que caracterizam o Opalino. Existe também uma mutação recente que traz um desenho novo aos Periquitos que se chama Spangle, Perolado ou Cintilante. Esta variedade caracteriza-se por uma diminuição ainda mais acentuada da melanina, tornando a ave bastante mais clara no dorso. Nesta variedade, comparando-a com a variedade Normal, nas penas com a cor preta, o preto é substituído por um contorno a preto, ficando o resto da pena amarela ou branca. Essa característica é bem visível na 4ª ave se a compararmos com a 1ª das figuras que se apresentam mais em baixo. Os próprios spots na máscara no Spangle em vez de serem pretos são amarelos ou brancos com uma orla preta.

A variedade Opalino tem transmissão ligada ao sexo, a Saddleback é recessiva e a Spangle é dominante.

Com a excepção da variedade Normal que é a ausência de variedades, todas as outras se podem combinar entre si, sendo as aves com as variedades Spangle e Opalino em simultâneo, relativamente fáceis de encontrar.

Diferenças quanto às cores

Outras variedades têm a ver com a cor e o seu escurecimento. A cor do Periquito original é verde claro. Quando um Periquito é verde, tem o corpo verde, a fronte e mascara amarelas e as riscas são pretas e amarelas. Existe uma mutação que apareceu mais tarde que é o Azul. O Azul é uma ave semelhante ao Verde sem o pigmento amarelo, ficando Azul no corpo, branco na fronte e máscara e as riscas em preto e branco. Todos os Periquitos ou pertencem ao grupo verde ou pertencem ao grupo azul. A mutação Azul é recessiva em relação à Verde.

Dentro das cores surgiu uma outra mutação que tem a ver com o escurecimento da cor. Essa variedade é dominante e com factor simples dá origem ao Verde Escuro e Azul Cobalto e com factor duplo dá origem ao Verde Azeitona e ao Azul Malva, isto se considerarmos uma ave verde ou azul, respectivamente.

Existem outras variedades ligadas à cor como o Cinzento, que se caracteriza pelo cinzento do corpo e pelo escurecimento das riscas no dorso. O factor Cinzento pode existir nos pássaros e azuis e nos verdes, dando origem aos Cinzentos se a ave pertencer ao grupo azul e Verdes Cinzentos, se pertencer ao grupo verde. O cinzento pode ter várias intensidades consoante a ave tenha ou não factor escuro ou ainda se for de factor escuro duplo. Por exemplo a intensidade do cinzento vai aumentando gradualmente se aliada a um pássaro azul celeste, azul cobalto ou azul malva.

A variedade Violeta só é mais notada se aliada ao Azul Cobalto, ficando o corpo com uma linda cor violeta. Nas outras cores é difícil distingui-la, ficando o violeta das manchas da face mais vivo.

O Cinzento e o Violeta são variedades dominantes, não se distinguindo os de factor simples dos de factor duplo.

Diminuição da intensidade das marcas

Existem variedades que se caracterizam pela diminuição da intensidade das marcas e das cores. À medida que intensidade é muito baixa a cor verde tem tendência a desaparecer ficando apenas o amarelo. Do mesmo modo a cor azul tende para o branco.

A variedade mais comum neste grupo é o Canela. Esta variedade caracteriza-se pela diminuição da intensidade das marcas do dorso e da cor em cerca de 50%, ficando as marcas canela em vez de preto e o verde ou o azul bastante mais claros. O factor Canela é ligado ao sexo.

Uma variedade semelhante à Canela é a Fallow. A grande distinção tem a ver com a cor dos olhos, já que são vermelhos. Existem dois tipos de Fallow, o Inglês e o Alemão e a única diferença entre eles é a íris dos olhos. No primeiro caso apresenta a íris rosa e o segundo possui a íris branca. É uma variedade recessiva.

Outra variedade que se caracteriza pela diluição das marcas são os Diluídos ou Amarelos e Brancos. A diluição das cores é ainda maior do que nos Canela ficando o verde muito claro, quase amarelo e o azul quase branco. As marcas são bastante diluídas embora se notem bastante bem. É, também, uma variedade recessiva.

Os Asas Claras apresentam uma diluição nas asas e costas muito superior à registada no resto do corpo. Tem as asas, cauda e dorso semelhantes aos Diluídos mas no resto do corpo a diluição não deve ultrapassar os 10%, ficando o corpo escuro e as asas e dorso claros. É, também, uma variedade recessiva.

Os Asas Cinzentas são semelhantes na cor do corpo aos Asas Claras mas as asas e dorso são cinzentas. São, também, recessivos.

Os Corpos Claros são ao contrário dos Asas Claras, tendo a mesma intensidade das marcas do dorso, asas e cauda semelhantes aos Normais mas a cor do corpo muito mais clara. Existem duas variedades de Corpos Claros, Texas e Easley, sendo a primeira ligada ao sexo e a segunda dominante. Os Corpos Claros do Texas são dominantes em relação ao factor Ino. Nestes a intensidade das marcas das asas vai diminuindo desde os ombros até às rémiges, enquanto que na outra variedade a intensidade é semelhante.

O factor Ino caracteriza-se por aves Amarelas ou Brancas com olhos vermelhos. É a diluição levada ao máximo mas considero diluição porque perto da ave consegue-se ver o desenho das riscas, podendo-se saber se é Normal, Opalino ou Splangle. O factor Cinzento também se faz notar na intensidade e brilho da cor do corpo, bem como o factor escuro. Os amarelos chamam-se Lutinos e os brancos Albinos e a sua transmissão está ligada ao sexo.

O Lacewing ou asas de renda é semelhante ao Ino mas com marcas canela nas asas, dorso, cauda e spots, sendo o resultando do cruzamento do factor Canela com o factor Ino. Também têm olhos vermelhos e como os factores Ino e Canela são ligados ao sexo, esta variedade transmite-se do mesmo modo.

Aumento na intensidade das marcas

Existem outras variedades que se caracterizam pelo aumento da melanina, aumentando a intensidade das marcas e das cores. São variedades não muito vistas.

O Slate ou Ardósia é uma dessa variedades, fazendo com que as penas pretas do dorso sejam mais carregadas. Como podemos ver na foto da direita, a cor do corpo também é mais escura ficando com um tom próximo do cinzento. É uma variedade ligada ao sexo.

O Antracite, na foto à esquerda, é uma variedade muito recente e é a mais escura de todas as variedades, aproximando-se as cores mais do preto. É uma variedade recessiva.

A ausência de marcas

Existem outras variedades que se caracterizam pela total ausência de quaisquer marcas em parte ou na totalidade das suas penas.

Os malhados ou arlequins são um exemplo disso. Nas partes do corpo sem marcas a cor fica amarela ou branca sem qualquer tipo de marca, mesmo aquelas que podemos observar nos Lutinos e Albinos. Em qualquer destas variedades é impossível encontrar duas aves iguais porque existe sempre um factor aleatório relativamente ao local onde a ausência de marcas surge. Existem quatro tipos de arlequins, sendo um recessivo e os outros dominantes. Os Arlequins Recessivos ou Dinamarquês têm a cera mais clara, ao contrário dos outros e normalmente as partes claras surgem nas asas aleatoriamente e sobretudo no peito e nuca. Os Arlequins Australianos devem ter uma mancha na nuca, uma risca horizontal sobre o peito, a cauda deve ser clara. Nas asas só os ombros têm marcas. Nos Arlequins Holandeses existe uma mancha na nuca, a cauda e rémiges são claras e têm uma pequena mancha clara no papo. A última variedade de arlequins são os Rémiges Claras e possuem apenas uma mancha clara na nuca, as rémiges e a cauda claras, tendo, no resto do corpo, as marcas normais.

Existe um tipo de arlequim, o Mottle, que nasce sem ausência de malhas mas que ao longo das mudas de pena que vai efectuando, vão-lhe aparecendo zonas com ausência de marcas até as perder todas completamente.

Se se juntarem num Periquito os factores Arlequim Dinamarquês e o Rémiges Claras, obtém-se uma ave totalmente amarela ou branca sem qualquer tipo de marcas, com a cera mais clara e com olhos e íris pretos, como acontece nos Arlequins Dinamarqueses.

Existe outra variedade que dá origem a uma ave totalmente amarela ou branca com os olhos pretos, íris branca e com uma cera normal. Desta variedade já se falou anteriormente e é nada mais que o Splangle de duplo factor. Apesar desta variedade com factor simples ter marcas bem visíveis, as de duplo factor não possuem quaisquer tipo de marcas, embora, por vezes, estas aves apresentem penas verdes ou azuis espalhadas pelo corpo.

O factor Face Amarela

Existe uma variedade que junta o amarelo ao azul a que se chama Face Amarela. Existem três tipos de Face Amarela, todos eles de carácter dominante. O Face Amarela caracteriza-se pela substituição do branco na fronte e mascara por amarelo claro no tipo I, mais escuro no tipo II e semelhante ao amarelo dos pássaros verdes no tipo III. Nos tipos II e III com Face Amarela de factor simples, o amarelo estende-se por todo o corpo, ficando o azul esverdeado ou mesmo verde no caso do tipo III. Um Verde Claro é difícil de distinguir de um Azul Celeste Face Amarela tipo III de factor simples. O Face Amarela de duplo factor não é visível, só sendo visível nos tipos II e III na mascara e fronte, pelo que em exposição só são admitidos Face Amarela tipo I de factor simples e Face Amarela de duplo factor de tipo II e III. O Face Amarela também existe nas aves verdes, tornando o amarelo da fronte e mascara mais intenso.

Alterações na plumagem

Nestes casos temos os Periquitos de Poupa que podem ter um tufo, uma popa semicircular ou uma poupa circular. O factor poupa é dominante e pode estar aliado a qualquer outro factor existente nos Periquitos.

Existe ainda uma variedade não reconhecida mas muito apreciada no Japão que é conhecida por Frisado Japonês que, para além da alteração na plumagem na cabeça, produz também alteração nas asas junto aos ombros.

 Conclusão

Este artigo pretende dar uma ideia geral sobre a quase totalidade das variedades existentes actualmente, podendo ser consultadas individualmente na rubrica variedades ou genética deste sitio.

Este artigo foi escrito para ser publicado na edição nº 2 da revista on-line Argentina Aves Magacin de Agosto de 2007, à qual desejo o maior sucesso.

Como Iniciar sua Criação de Periquito Inglês

Como Iniciar sua Criação de Periquito Inglês

Muitas pessoas, ao visitarem nosso criadouro e exposições, se entusiasmam com a beleza, o tamanho, a forma e o colorido dos Periquitos Ondulados Australianos (nome científico " Melopsittacus Undulatos"), aves essas originárias da Austrália, e cujo naturalista inglês Gould por volta de 1840, capturou alguns casais, na cor original - verde claro - e os levou para a Inglaterra, país onde se criam os melhores periquitos do mundo. São aproximadamente 15.000 criadores criando seletivamente e expondo em mais de 100 exposições anuais.
Depois do verde claro, diversos países do mundo já conseguiram mais de 30 mutações diferentes. Atualmente, entre os países que criam o Periquito Inglês, estão além do Brasil: Alemanha, Suiça, Suécia, Dinamarca, Itália, Portugal, França, Bélgica, Japão, Estados Unidos, Peru, Argentina e outros, sendo uma das aves mais conhecidas e comercializadas no mundo.


Iremos agora descrever como adquirir um bom plantel, falar sobre alimentação e assuntos correlatos. A escolha das matrizes para formação de um Plantel de boa linhagem, é fundamental para o criador que está iniciando. Sempre que possível, o criador iniciante deve adquirir aves novas e anilhadas, deve examiná-las cuidadosamente, e de preferência aconselhado por um criador consagrado. Para o iniciante, o que menos deve preocupá-lo quando da escolha de um periquito, é a cor e sim o tipo, a postura no poleiro, o tamanho da cabeça e a linhagem. O padrão adotado por todos os criadores no mundo é o do "Tipo Inglês". A diferença entre o macho e a fêmea é de fácil identificação, na sua maioria machos apresentam carúnculas azul (nariz), e as fêmeas marrom. A melhor época para adquirir filhotes e reprodutores é em fins de fevereiro, pois no Brasil a época de criação inicia-se em meados de agosto e termina em fevereiro, ou nas exposições que são realizadas durante o ano em vários Estados do Brasil.


Um outro detalhe bastante importante é a alimentação. Na mistura usamos 40% de alpiste, 40% de painço, e 20% de aveia. Oferecemos também em dias alternados milho verde, cenoura e beterraba, sempre muito bem lavados e higienizados. Diariamente é oferecida às aves uma farinhada caseira contendo cereais, proteínas, além de Avitrin Cálcio, Avitrin Complexo Vitamínico, Avitrin E e Avitrin Ferro, para evitar anemias e fortalecer o sistema imunológico.


Quanto às gaiolas individuais, existe uma variedade muito grande no mercado. A recomendada é cujo tamanho tenha 80 cm de comprimento, 45 cm de altura e 36 cm de profundidade, podendo ser utilizadas gaiolas menores dependendo da disponibilidade de espaço. Se faz necessário, para criar periquitos de boa linhagem, que os casais sejam colocados individualmente, para podermos controlar a paternidade e confeccionar os pedgrees. Não aconselhamos o acasalamento de periquitos de boa linhagem em colônias, pois além de não conseguirmos identificar a paternidade, não poderemos confeccionar o pedgree e rapidamente a linhagem estará toda degenerada. Os ninhos devem ser de tamanho maior do que os encontrados nas casas de aves, pois são pequenos e desconfortáveis para os periquitos de linhagem inglesa. Os que são utilizados como padrão têm as seguintes medidas: 32 cm de comprimento, 18 cm de altura, 18,5 cm de profundidade.


E finalmente, ao efetuarmos o acasalamento dos periquitos, aproximadamente 15 a 20 dias após, dar-se-á a postura do primeiro ovo, sendo que os mesmos são postos em dias alternados numa média de 6 ovos por postura, cujo período de incubação é de 18 dias. Após o nascimento dos filhotes, esperamos em média 10 dias para anilhá-los, e com 1 mês de vida, os mesmos deixam os ninhos e logo que notamos que já se alimentam sozinhos, os separamos dos pais (normalmente com 40 dias de vida). Futuro criador, como você pode ver, trata-se de um passatempo bastante agradável, onde podemos lidar com a natureza e com ela aprender cada vez mais, além de conhecermos novos amigos. Esperamos que você seja um deles.

Como acasalar Periquitos Ondulados

Como acasalar Periquitos Ondulados


Formar os casais de Periquito é das tarefas se maior importância para um criador. Criador que não saiba formar casais nunca terá bons pássaros, podendo tirar alguns bons, por sorte, mas serão sempre excepção à regra. Neste artigo pretende-se mostrar a importância do método do acasalamento, da consanguinidade para a obtenção de melhores resultados e da importância da existência de registos detalhados sobre as aves.

Quando um criador começa a dar os primeiros passos na criação de Periquitos, o seu objectivo é a produção de Periquitos. Nesse patamar, o objectivo principal é a quantidade, sendo o único patamar em que a quantidade virá antes de a qualidade. É o patamar em que o criador aprende a criar Periquitos. Felizmente para os novatos, os pássaros de qualidade inferior são mais prolífico e assim quando aumenta a qualidade e as dificuldades na criação, a experiência também é maior.

Depois do período de aprendizagem inicial, a avaliação das boas características que são requeridas para um pássaro, será adquirida gradualmente. Mas por a evolução ser gradual, o modo de seleccionar os casais será também diferente ao longo do tempo. O objectivo deixará de ser produzir em quantidade, e passará a ser a melhoria da qualidade e em desenvolver as características que caracterizam os Periquitos de exposição. Nesta altura cada casal que se forma, tem o objectivo de produzir jovens melhores que os seus pais e que serão mostrados em exposições ou utilizados para produzir novos pássaros no ano seguinte.

A qualidade dos casais

O acasalamento de bons pássaros não implica que só produzam crias de boa qualidade. Muitas vezes acontece precisamente o contrário. Como em muitas outras de espécies de aves ou outros animais, esta teoria verifica-se, havendo uma certa tendência para que cada espécie regrida no sentido da espécie original, tanto na forma e tamanho como na cor. Assim, nos periquitos existe uma força natural para que o periquito volte à sua forma original em tamanho e forma e as próprias variedades tendem a desaparecer, voltando-se ao Verde Claro. Claro que isto é uma tendência e assim se tivermos um casal de pássaros muito bons é de esperar que apenas uma pequena percentagem as crias sejam de qualidade igual ou superior à dos progenitores.

Para contrariar esta tendência, é indispensável que só os melhores pássaros sejam usados para a reprodução. Ao mesmo tempo os pássaros devem estar relacionados entre si, ou seja, sejam do mesmo sangue. A existência de consanguinidade é a melhor garantia de fixar determinadas características, evitando que desapareçam. Devem ser introduzidos pássaros de outro sangue se forem de qualidade superiores aos existentes, tornando-os reprodutores principais e cruzando-se os seus descendentes de modo a tentar fixar as características da ave introduzida.

Para entendermos a teoria de que a consanguinidade é fundamental na melhoria da qualidade das nossa aves, temos que entender que a maioria das características boas e más das nossas aves transmitem-se de forma recessiva. Se nos aparecesse no ninho um pássaro com uma variedade nova, o que deveríamos fazer para preservar essa nova variedade é acasalar esse pássaro com o seu pai ou com a sua mãe. As variedades podem ser dominantes, ligadas ao sexo ou recessivas. Se essa nova variedade for recessiva este é o único processo de ter mais aves dessa nova variedade, se não, é a melhor maneira de tirar um maior numero de aves dessa nova variedade. Suponhamos que essa nova variedade é recessiva e que a ave é uma fêmea e que acasalada com o pai não produz crias dessa nova variedade. Então significa que o gene vem da mãe e como não se pode acasalar mãe com mãe, teremos de acasalar esta ave com um dos seus filhos para perpetuarmos essa nova espécie. Com este exemplo é fácil de entender com a consanguinidade é fundamental para mantermos uma nova espécie. Com as boas e más características nos Periquitos passa-se a mesma coisa. Se temos um pássaro muito bom e queremos que as suas características passem para as crias, a única solução viável é o uso da consanguinidade. O que temos de ter em conta é que isto só se deve fazer com aves muito boas, porque o que acontece com as características boas acontece com as más e temos de ter muito cuidado para não darmos ênfase às más características dos Periquitos mas sim às boas. É aqui que está um dos grandes dilemas na elaboração dos casais.

Características específicas

Ao longo do tempo, o criador descobrirá que determinadas famílias de pássaros mostrarão características específicas como resultado da reprodução dos indivíduos dessas famílias. Estas poderiam manifestar-se tanto em fêmeas melhores do que os machos ou em normais de boa qualidade e canelas de pior qualidade, por exemplo. Nestes exemplos o processo de selecção das aves a manter ou a dispensar é feito de acordo com estes resultados. A maneira de tirar proveito das linhas de sangue é ganhar o conhecimento de forças e de fraquezas de cada família e combiná-los então na tentativa de fortalecer a criação

Para uma pessoa que está a dar os seus primeiros passos neste passatempo, o uso do inbreed é limitado já que, na maioria dos casos, os antecedentes de cada pássaro em questão não são bem conhecidos. O objectivo de todos os criadores deve ser desenvolver uma família de pássaros da sua própria origem. O melhor ponto de partida para começar para este exercício é ter um macho muito bom que seja altamente fértil e seja prepotente. Prepotência significa simplesmente que tem uma capacidade em acasalar para transmitir as suas características boas à sua prole. Mais uma vez, este pareceria ser um processo simples mas infelizmente, é mais provável falhar do que ter bons resultados, já que machos prepotentes de qualidade superior são muito poucos e é melhor é prosseguir lentamente e com cuidado. O primeiro objectivo seria a consistência dum grupo de pássaros e quando a qualidade tem um alicerce comum, então o verdadeiro avanço pode começar.

Pássaros obtidos através de bons casais sem parentes em comum tendem a regredir alguns anos. Também, no geral, os pais contribuem em partes iguais para o resultado das crias e é evidente que um grau de maior consistência pode ter como consequência crias com mais características comuns dos seus pais. Com uma regularidade surpreendente, a natureza faz com que aquelas características que vemos como faltas nos nossos pássaros venham à superfície. Uma selecção cuidadosa usando a perícia de cada criador para erradicar tantas dessas faltas quanto possível, é o caminho para produzir pássaros campeões.

Duas áreas de observação

Nesta base existem duas áreas distintas de observação na selecção de casais aceitáveis. O primeiro tem a ver com os atributos de cada pássaro desde a aparência e ponto de vista do pedigree para cada pássaro. Este critério permitir-nos seleccionar um casal compatível e equilibrado com o objectivo de produzir melhores crias. O segundo, que é igualmente importante, é a consideração a ser feita na altura de acasalar os pássaros assegurando a voluntariedade e capacidade dos pássaros em se reproduzirem.

Quando dois pássaros são seleccionados para serem acasalados, uma das primeiras considerações a ter em conta deve ser baseada na sua compatibilidade visual com muita ênfase para evitar a duplicação de faltas. Aquilo que se pode observar numa ave é uma parte da composição genética da ave, já que existem muitas outras características genéticas escondidas. É neste ponto que surge a necessidade da existência dum sistema organizado de criação, tão extenso quanto possível, que é um requisito essencial para que um criador possa estar ciente da natureza destas características escondidas. Neste contexto os nossos pássaros não são muito amáveis porque escondem os seus pontos maus ao longo de gerações ao lado dos bons e deste modo qualquer um pode emergir.

Um sistema de criação organizado é reconhecido sob todos os aspectos dos pássaros reprodutores como o uso de técnicas de criação que visam aumentar as boas características e eliminar as menos boas através da criação entre famílias. A proximidade familiar entre casais irá depender dos processos usados. Assim, quando se acasalam pais com filhos, este processo é conhecido como “in-breeding” enquanto o processo onde se cruzarem primos com primos é conhecido como “line-breeding”.

Fazer correcções

Aqui tornamo-nos cientes da importância de manter registros detalhados, não apenas do parentesco, datas de nascimento e hábitos dos nossos periquitos mas também das suas virtudes e defeitos visuais, de modo que possamos seguir para trás até à origem, o motivo de resultados inesperados e assim fazer uma correcção. Por exemplo, se inesperadamente começarem a aparecer jovens com fleck, de pais aparentemente limpos, os nossos registos devem dizer-nos em que ponto no passado existe um elemento na família que originou esta característica que é recessiva e que se tornou agora visível. Munidos desta informação podemos tratar da sua eliminação.

Todos nós já fomos vitimas do desejo da natureza de retornar os nossos pássaros ao seu estado natural e este fenómeno deve ser tido em conta ao escolher os pares. É altamente improvável que se possuirmos um macho perfeito e uma fêmea perfeita, quando acasalados, produzam crias que sejam réplicas dos pais. Devido à força da natureza em querer que os nossos pássaros retornem à forma original, certas características desejáveis do casal têm de ser exageradas para compensar esse fenómeno da natureza.

Depois de planearmos a selecção de acasalamentos antes do inicio da criação, chega a altura de juntarmos os casais. Já decidimos o nosso destino até agora em relação à qualidade neste processo e agora é tempo de ver se esta tarefa será cumprida em termos de qualidade. Para tal é necessário induzirmos nas nossas aves a vontade delas se reproduzirem.

Estimulantes externos

Foi descoberto ao longo dos anos que para além da aptidão física e da maturidade, existem determinados estimulantes externos que resultam na produção de hormonas específicas que criam as tão desejadas condições requeridas para a reprodução. Estes incluem o calor, a luz, o alimento, um companheiro amável e condições para nidificar.

Os periquitos, ao contrário de muitas outras espécies de pássaros, não são particularmente susceptíveis à estimulação da luz ou ao foto periodismo como é cientificamente chamado. No entanto, muitos criadores em todo o mundo induzem a muda dos seus pássaros três meses antes do início da sua época de criação, eliminando a luz artificial. Antes do início da época da criação o tamanho do dia é gradualmente aumentado até às 16 horas diárias e ao mesmo tempo, assegurando uma temperatura mínima semelhante à da primavera.

É talvez vantajoso parar por um momento e considerar o que são os indicadores da condição de reprodução nos Periquitos. Para ambos os sexos a perfeição da plumagem não é requerida, mas no entanto, não devem estar em muda. Para o macho a condição de criação pode-se medir pela intensidade do azul da cera e pela sua actividade. Serão vistos voar com excitação e entusiasmo e aterrar com um salto grande. Serão vivos e dançarão em cima dos poleiros. Os machos em boas condições batem com os bicos nas grades, poleiros ou nos outros periquitos, podendo-se ver a dilatação nos seus olhos. Alimentam também os outros periquitos. Quanto às fêmeas têm a cera castanha e roem tudo o que podem. São também muito vivas e podem também dar comida aos outros os pássaros.

A preparação

Quando se pretendem acasalar os periquitos devem ser preparadas as gaiolas e ninhos. Depois disso, as fêmeas podem ser colocadas nas gaiolas de criação já com os ninhos colocados. No estado selvagem, é a fêmea que escolhe e prepara o local para o ninho. No sentido de imitar este método, devem ficar nas gaiolas sozinhas durante três dias, afim de se habituarem às mesmas e de começarem a explorar os ninhos sem os machos a desviarem-lhe a atenção. Deve ser colocada serradura no interior dos ninhos. A serradura não é nenhum estimulante mas dará à fêmea uma oportunidade de arranjar o ninho à sua maneira e sempre é melhor que a fêmea roa o ninho todo. Algumas fêmeas deitarão fora a serradura e outras a arranjem para colocar os ovos sobre ela. Durante este período elas examinarão a gaiola e o ninho e ganharão confiança com o seu novo lar.

Depois desse tempo, podem ser introduzidos os machos.

A introdução do macho

Quando o macho é introduzido na gaiola, dependendo da predisposição da fêmea, assim que esta der pela presença do macho, estará pronta a acasalar. Mesmo que o acoplamento não ocorra de imediato, não existem motivos para preocupações, já que nem todos os periquitos reagem do mesmo modo. Existem mesmo casais que acasalam uns dias depois. Desde que aparentem estar bem um com o outro, não deve haver problemas. Podem haver alguns casais que nunca os vemos a acoplarem e os seus ovos estarem férteis, já que poderão acasalar no ninho, se tiver uma boa área, ou quando não estamos presentes. Ao contrário, podemos ver casais a acoplarem e os ovos serem inférteis. Raramente os periquitos são estéreis mas os machos têm uma produção de esperma cíclica, pelo que poderão acoplar sem que haja produção de esperma.



Autor: Terry A. Tuxford