30 de jun. de 2011

Técnicas para identificação de novas mutações

NOVAS MUTAÇÕES
TÉCNICAS PARA IDENTIFICAÇÃO DAS NOVAS MUTAÇÕES NEGRO-MARRONS OXIDADOS E DILUÍDOS (TOPÁZIO/EUMO) E COMENTÁRIOS SOBRE O PADRÃO DE JULGAMENTO DOS TOPÁZIOS


Existe muita expectativa quanto as novas mutações, inclusive muito artigos já foram escritos, no entanto, as duvidas são muitas por parte dos criadores.
Na última viagem que fiz a Itália, estive com meu amigo Arnaldo Araújo visitando um famoso criador em Correggio, considerado por muitos brasileiros e italianos como o melhor criador de canários do mundo, e presenciamos (alias, participamos) uma cena muito interessante. Esse criador estava selecionando alguns casais de canários para seu plantel, havendo duas gaiolas, uma com canários Ágatas Pasteis Prateados e outra com canários Ágatas Topázios Prateados. Os Ágatas Pasteis eram canários bem limpos, sem feomelanina, com bom desenho. Os Ágatas Topázios também eram limpos com estrias finas e bem escuras. Naquele momento, perguntei a esse criador se não existia uma certa confusão na identificação desses canários. Então ele me respondeu que não, pois o Ágata Pastel e bem mais escuro que o Topázio; que o Topázio tem o desenho mais claro, bem como a cor dos olhos e diferente.
Pois bem, sem ele perceber, apanhei um Ágata Pastel, um canário de qualidade media, e com outra mão apanhei um Ágata Topázio macho, bem marcado e com olhos um pouco escuros e pouca melanina central. Indaguei a esse criador qual era o Ágata Topázio e qual era o Ágata Pastel. Para minha surpresa e do Arnaldo, o criador inverteu as cores. Então perguntei novamente, e mais uma vez a resposta foi trocada. Na verdade, acho que qualquer criador ou juiz poderia também encontrar uma certa dificuldade na identificação. Diante desse quadro acho que temos que fazer alguma coisa, quer seja no padrão de julgamento quer seja nos acasalamentos, para que essas mutações sejam melhor caracterizadas e não surjam duvidas.
As mutações Topázio e Eumo podem ser identificadas pela cor dos olhos e também pela forma de atuação da melanina. 
Analisando a cor dos olhos:
Uma forma muito interessante de identificar a cor dos olhos dos canários, acredito que totalmente desconhecida dos brasileiros e que nos foi demonstrada na Bélgica pelo Sr. Lemy, e através do uso de uma pequena lanterna. A técnica consiste em fazer incidir o facho de luz diretamente no olho do pássaro, de forma que a lente fique bem próxima a ele, e olhando o outro olho verifica-se se ha reflexo da luz, de preferência em um ambiente um pouco escuro. Nos canários Topázios, observa-se que a cor e vermelho-rubi escuro, nos Negro-Marrons Oxidados, e vermelho-rubi claro nos Ágatas. Nos Ágatas Eumo a cor dos olhos e o vermelho normal (vivo), como nos Acetinados, e nos Negro-Marrons Oxidados e um pouco mais escuro, mas de fácil identificação.
Com essa técnica, pode-se ver claramente que os Topázios tem a cor dos olhos avermelhada (quem os cria sabe que nascem com olhos bem vermelhos, como Feos) e não negra, como já citado em vários artigos e ate em livros técnicos. 
Analisando a melanina:
Topázios: Esse fator atua reduzindo e modificando a eumelanina negra e reduzindo a eumelanina marrom e a feomelanina. Modifica também a cor do bico, das patas e unhas, tornando-os cor de canela nos Negro-Marrons Oxidados e cor de carne nos Ágatas.
A característica principal do fator Topázio e a redução da melanina com concentração no eixo das penas, visível com nitidez principalmente nas penas longas da cauda. Por isso foram chamados inicialmente de ”Feos de melanina central”. Entendo que este e o item que tem que ser mais valorizado nos canários Topázio, pois não adianta o pássaro ter o desenho dorsal típico e ser isento de feomelanina, mas se não apresentar com nitidez a ”melanina central”, devera ser fortemente penalizado.
Tenho observado nos campeonatos brasileiros que o número de exemplares Topázios, principalmente Ágatas, esta aumentando significativamente, tanto em qualidade como em quantidade. No entanto, acho que ainda, apesar de terem desenhos de dorso muito bons, com isenção de feomelanina, falta redução e concentração da melanina no eixo das penas longas, característica fundamental dessa mutação.
Penso que para evitar duvidas de identificação e melhorar o tipo dos Topázios, os cruzamentos deverão ser feitos com pássaros que apresentem muito bem a redução e concentração da melanina, principalmente nas penas longas da cauda.
Eumos: E um fator que provoca a diluição da eumelanina nas estrias, tornando-as um pouco mais estreitas e modificando sua tonalidade, deixando a envoltura do pássaro mais clara, porque o lipocromo torna-se mais visível no espaço entre as estrias. Provoca também uma sensível redução da feomelanina. Inibe o deposito de melanina nas partes córneas, deixando-as com cor de carne.
Para identificação dos canários Eumos Ágata ou Negro-Marrom Oxidado, em primeiro lugar verificamos se a cor dos olhos e vermelha, e em segundo lugar a cor da melanina nas estrias: se for negra (cinza escuro) trata-se dos mutantes Eumos Ágata, Cobre, Verde ou Azul, pois os outros dois fatores de ”albinismo” ( ino e acetinado), quando introduzidos nos Negro-Marrons Oxidados ou Diluídos, provocam a inibição total da melanina negra, deixando o pássaro atípico ou isento de melanina negra no caso dos Feos.
Cabe ressaltar, Marrons Oxidados Eumos, a cor dos olhos e mais escura que a dos Ágatas Eumos, mas mais clara que nos Topázios, e o tipo (desenho) e parecido com o de um Pastel equivalente.
Particularmente acho que essa mutação e bem mais interessante do que a Topázio, pois pelo fato de somente provocar diluição da melanina negra, o contraste existente no pássaro com desenho negro ou cinza escuro com os olhos vermelhos e muito bonito.
Acredito que no futuro, através de acasalamentos altamente seletivos, objetivando somente a redução da melanina - tornando-se a cor das estrias mais escuras, com pouca diluição, e sem provocar o escurecimento dos olhos, teremos pássaros ainda mais impressionantes. 
Outras considerações:
-Tratam-se de mutações Autossomais Recessivas, portanto não ligadas ao sexo; 
-Os Isabeis e Canelas Topázios, bem como os Isabeis Eumos, não concorrem porque os pássaros não tem padrão definido;
-Quanto a mutação Canela Eumo, não fiz nenhuma consideração porque ainda não vi nenhum pássaro, faltando-me conhecimento técnico para poder emitir qualquer opinião.

Poligamia na criação de canários



A prática da poligamia na criação de canários vem de longa data, sendo raro
encontrar hoje um criador que não a tenha praticado.
Como a grande maioria das técnicas de manejo, ela apresenta vantagens e
desvantagens.
VANTAGENS: QUALIDADE - PADRONIZAÇÃO - LINHAGEM
Como principal vantagem podemos citar a melhoria na qualidade da prole.
É simples de explicar: se vamos fazer cinco casais de uma cor, vamos precisar de 5
fêmeas daquela cor. Mas não precisamos necessariamente usar 5 machos. Podemos
classificá-los e usar apenas 2 ou 3 melhores, o que caracteriza a poligamia.
Procedendo dessa forma vamos aumentar a chance de obter melhores filhotes.
Também obteremos maior pradonização da prole. A tendência é a de filhotes mais
homogêneos, melhorando significamente a possibilidade de formação de quartetos
para os concursos.
DESVANTAGENS: EXCESSIVA MANIPULAÇÃO
Como principal desvantagem, temos o aumento da manipulação dos pássaros
durante a criação. Será necessário circular o macho entre as gaiolas das fêmeas
durante o período de reprodução, e uma atenção maior para que casos de
infertilidade do macho sejam detectados o mais rapidamente possível. Falhas na
movimentação dos machos poderão ocasionar uma maior percentagem de ovos não
fertilizados.
MANIPULAÇÃO: BIGAMIA - TRIGAMIA - POLIGAMIA
A maior manipulação resulta da necessidade de trocar diariamente ( uma ou mais
vezes ) o macho de gaiola. Em casos de poligamia, há necessidade de maior
conhecimento por parte do criador para detectar quais as fêmeas estão no cio,
acasalando-as somente neste período. Tão logo se complete a postura, pode-se
retirar o macho, que se ocupará de outra fêmea.
É evidente que há acréscimo no trabalho de manipulação, e maior necessidade de
presença do tratador no criadouro, principalmente quanto este processo é adotado
com gaiolas criadeiras convencionais.
EQUIPAMENTO : GAIOLAS TRIPLEX / POLIGAMIA
No caso da adoção das gaiolas triplex, próprias para o manejo de poligamia, a
manipulação se simplifica consideravelmente, garantindo o sucesso do processo.
As gaiolas triplex nada mais são do que gaiolas maiores que as criadeira comuns,
com três compartimentos internos, onde são acomodados duas ou mais fêmeas e um
macho.
Coloca-se à disposição dois ou mais ninhos, sempre nas extremidades das gaiolas, e
as fêmeas e o macho são soltos dentro da gaiola, sem as divisórias. O macho fica
disponível para a gala das duas ou mais fêmeas todo o tempo. Na grande maioria das
vezes, uma fêmea vai escolher um ninho e inicia a postura antes das outras e, tão
longe termine, é separada no seu compartimento. No espaço remanescente ficam o
macho com as outras fêmeas. Completada a postura da fêmea seguinte, o macho
pode permanecer separado no compartimento central ou até liberado para outro
acasalamento.
Quando os filhotes atingem a idade própria, serão separados no compartimento do meio, recolocando-se o macho para o reinicio do processo de gala da Segunda postura.
Com os filhotes das fêmeas separadas no meio, teremos duas fêmeas a alimentá-los ao invés de uma só, o que é uma vantagem adicional do processo.
CONCLUSÃO: AS VANTAGENS COMPENSAM !
As gaiolas triplex proporcionam maior segurança e conforto no manejo dos processos
de poligamia, reduzindo a manipulação excessiva dos machos, principal desvantagem
da técnica. A utilização das gaiolas triplex reduz a quantidade de ovos brancos na
reprodução pela diminuição no manuseio dos machos. Reduz significamente o stress que esta movimentação causa as aves.
O resultado é o acréscimo da produtividade, aumentando-se a média de filhotes por casal, com todas as vantagens de acréscimo de qualidade, padronização e fixação de linhagens. As dimensões das gaiolas triplex também favorecem a melhor utilização dos espaços disponíveis, permitindo mais casais por metro quadrado de área disponível no canaril.

DICAS

01
Podemos utilizar o mesmo macho com duas fêmeas (bigamia) ou até mesmo mais fêmeas ( poligamia) . É um processo mais complexo , precisa de mais tempo e dedicação mas nos trás resultados interessantes .
Agora que já sabemos o que é bigamia / poligamia vamos a parte pratica .
Primeiro devemos determinar o material disponível , o ideal é utilizar uma gaiola com lateral removível , deixar 02 gaiolas acopladas deixando duas fêmeas , uma em cada extremidade , e o macho ao centro , ambos separados por divisória.
Cada fêmea terá o seu ninho , observe o comportamento de ambas , na hora que você observar que uma está pronta , solte o macho com ela . É fácil notarmos que a fêmea está pronta , ela geralmente terá confeccionado o seu ninho e quando o macho canta para ela se abaixa no poleiro batendo as asas pedindo gala , troca de alimentos pela grade também é um ótimo indicio .
O mais prudente é deixar o macho com a fêmea até pelo menos o terceiro ovo , ou se as duas fêmeas estiverem prontas juntas , deixe um período do dia com cada uma , alternando . Agora nem sempre temos a gaiola adequada , mas podemos improvisar passando o macho de gaiola em gaiola , o que pode estressar o canário macho no começo mas com o tempo ele se acostuma e até mesmo deixar ser capturado sabendo que irá se encontrar com uma outra parceira , esse procedimento é muito utilizado quando se utiliza um mesmo macho em mais de duas fêmeas ( poligamia ) .
Tem ainda um terceiro manejo no qual seria deixar as duas fêmeas juntas , colocar dois ninhos e adicionar o macho , mas esse procedimento e arriscado e difícil de se conciliar , pois é muito comum as fêmeas brigarem para disputar o ninho e brigarem também para proteger os filhotes . Mas quando as fêmeas se adaptam e se relacionam bem torna o manejo muito mais fácil pois não necessitamos manusear o macho e o mesmo pode auxiliar ambas as fêmeas na criação dos filhotes .
Ambos os manejos , ajudam na padronização dos filhotes , fato interessante nas formação de quartetos , ajuda na perpetuação do sangue de um reprodutor além da economia proporcionada , pois um macho pode muito bem substituir um dois ou até mesmo mais reprodutores . O maior inconveniente nesse manejo são o trato dos filhotes , pois em um casal convencional temos o macho e a fêmea a tratar dos filhotes , no caso da bigamia ou poligamia nem sempre teremos como disponibilizar o macho , geralmente ficando a lida da cria a cargo da fêmea .
Esse problema de criação dos filhotes pode ser solucionado com a utilização de ama seca

02
A POLIGAMIA MAIS TRABALHO, MAIS EFICIÊNCIA


Saiba que em seu 'habitat' o canário é por natureza, uma espécie monogama na mesma estação de cria.
Entretanto, a poligamia pode ser amplamente utilizada em cativeiro.
a poligamia, ou seja, a utilização de um macho com várias fêmeas, é um dos processos mais eficiênte em para obtenção de indivíduos consanguineos que, quando tecnicamente bem administrada passa a ser um procedimento que otimiza o seu plantel. Este procedimento permite que um macho seja acasalado com várias fêmeas durante a mesma estação de cria.
Porém, não é conveniente este exercício com mais de três fêmeas que seja em período simultâneo de postura, pois acima disto, o nível de fertilidade fica prejudicado.
No caso da utilização com três fêmeas simultâneas, o macho deverá ser trocado de gaiola pela manhã, à tarde e à noitinha.
Sempre que uma fêmea puser o terceiro ovo, o macho não precisará ser mais utilizado, já que os próximos dois ovos ja estarão fecundados.
É importante saber que no caso da utilização da poligamia ou bigamia o macho não trata os filhotes. O ideal é que as fêmeas também não os tratem. Neste caso as "amas-secas" serão de grande utilidade.
Logicamente, a opção pela poli ou bigamia, vai exigir de sua parte um maior tempo disponível.

Você poderá ter alguns problemas que facilmente serão resolvidos, desde que algumas providências sejam tomadas. Por exemplo: se o macho for mantido durante muitos dias com as mesma fêmea, pode acontecer que este se apaixone e não aceite a outra companheira. Quanto isto ocorrer, procure manter o macho separado da nova fêmea através da grade interna e tenha paciência.
Veja que, as vezes, o mesmo pode ocorrer com alguma fêmea. Neste caso o mesmo procedimento deve ser utilizado.


"trecho tirado do livro: Manejo, a eficiência na produção."

 

Os fatores intensos e nevados

O canário Ancestral é nevado e o fator intenso é uma mutação do fator primitivo.
Estes dois fatores influem, fundamentalmente, na estrutura das plumas e penas.
Em uma pluma de um pássaro nevado tantos as barbas como as bárbulas, são mais longas e conseqüentemente se compararmos as plumas de um pássaro nevado e de  um intenso, da mesma região de plumagem , a do nevado é maior.
As penas de um pássaro nevado apresentam uma zona despigmentada na extremidade e esta despigmentação é variável de individuo para individuo.
Como as plumas se colocam na plumagem como telhas em um telhado, à parte despigmentada das extremidades dá a impressão da plumagem ter sido atingida por uma névoa branca.
Na pena do pássaro intenso, menor e mais rígida, os pigmentos atingem as extremidades das barbas e bárbulas e a coloração é uniforme e normalmente se apresenta com um tom mais forte.
O pássaro intenso de concurso não deve apresentar qualquer nevadismo, mas, principalmente, as fêmeas intensas tem uma tendência mais acentuada em apresentar falha.
Face ao acima exposto, o pássaro intenso apresenta, normalmente, uma plumagem mais compacta e o contorno do pássaro é ligeiramente menor.
O fator mutante, o intenso, é denominante em relação ao nevado, e estão situados em um lócus de um autossomo, independendo pois, dos sexos dos genitores.
Apesar de alguns intensos apresentarem algum grau de nevadismo, considera-se que o fator intenso é dominante total sobre o nevado.
Existem dois tipos de canários intensos, que são o fator 1 e o fator 2 (duplo fator).
Vejamos os acasalamentos possíveis;


Nevado x Nevado
100% filhotes nevados
Nevado x Intenso
50% filhotes nevados 
50% filhotes Intensos
Nevado x Intenso(2F)
100% filhotes intensos
Intenso x Intenso
25% filhotes intensos (2F)
50% filhotes intensos
25% filhotes nevados

Intenso x Intenso(2F)
50% filhotes intensos (2F)
50% filhotes intensos

Intenso(2F) x Intenso(2F)
100% filhotes intensos (2F)
(Fator Letal)



Muda de penas

É importante entendermos esse período que ocorre na vida de nossos pássaros, já que esse é o período em que as aves ficam mais debilitadas, perdem resistência e energia, por isso convém aos criadores dar-lhes atenção especial, através de uma boa alimentação e protege-los do frio, em especial evitar as correntes de ar. Com esses cuidados básicos os pássaros estarão sempre sadios e não terão problemas físicos quando chegar a época da reprodução. A muda ocorre por um processo norma, diretamente relacionada a fatores biológicos associados aos hormônios produzidos na tiróide. Ela é necessária porque as penas embora muito resistentes começam a se desgastar com o tempo e acabam sendo substituídas por penas novas. O processo de muda é sempre posterior ao período de reprodução, mesmo durante a muda os pássaros não perdem todas as penas ao mesmo tempo, mantendo sempre uma quantidade razoável de penas para protege-los do frio e possibilita-los de voar. A muda das asas, por onde em geral começa o processo, é simultânea, trocando as penas primárias na seqüência de dentro para fora e as secundárias de fora para dentro. Essa ordem pode variar, com a muda ocorrendo nos dois sentidos ou na ordem contrário. Com relação as outras penas do corpo elas são trocadas da parte traseira em direção a cabeça e as penas da cauda são trocadas do centro para as extremidades. Os filhotes na sua maioria nascem praticamente pelados, coberto apenas por uma finíssima plumagem, mas quando saem do ninho já estão quase que na sua totalidade empenhados. Esses filhotes fazem uma muda por volta de três ou quatro meses de vida, mas só a muda que ocorre por volta de um ano de idadeos deixam com a plumagem de pássaros adulto.
Lembramos que as penas não nascem na época da muda, caso o pássaro perca uma pena ou o criador a retire ela será reposta imediatamente.

Muda de Penas nos filhotes

Os filhotes nascem pelados com uma finíssima plumagem, e aos poucos vão aparecendo as penas e quando saem do ninho já estão empenados por inteiro. Os filhotes também mudam de pena em torno do terceiro ao quarto mês de vida, o que chamamos de muda de ninho. Mudam somente as penas do peito e da cabeça, pois as penas das asas e do rabo só mudarão no próximo ano.

Muda de Penas pássaros adultos

PÁSSAROS ADULTOS 
Embora sejam muito resistentes, as penas com o tempo começam a perder o brilho e desgastarem-se, precisando serem trocadas.
Trata-se de um processo normal na vida das aves, relacionado a fatores biológicos ligados aos hormônios produzidos pela tireóide.
A muda ocorre todos os anos e inicia-se após a época de cria, (não se deve permitir que se estenda demasiadamente a procriação pois irá prejudicar a época ideal para a muda - verão). Se o pássaro foi bem alimentado irá mudar suas penas facilmente e não passará de 6 a 8 semanas. Nesta época a ave pode perder boa parte das penas ao mesmo tempo, mantendo, entretanto, uma razoável quantidade para proteger o corpo e voar.
Se a temperatura estiver elevada, bastante quente, isso irá antecipar a muda do canário, por outro lado, terminará mais cedo. Em climas moderado e fresco, ela atrasa um pouco.
É recomendado fornecer ao pássaro uma dieta correta para esta ocasião. Uma alimentação rica em cálcio (osso de ciba), casca de ovo, vegetais, mistura de grãos com maior quantidade de óleo e farinhada com ovo. A água de beber será trocada diariamente e poderá acrescentar algumas gotas de complexos vitamínicos que contenha ferro.
Nos adultos a troca de penas do rabo, das asas, e demais penas inicia-se do centro para as extremidades. A muda das penas das asas  ocorre simultaneamente em ambas e aos pares, no corpo ocorre a muda quase por inteiro, terminando na cabeça.
 As penas caem naturalmente e devagar sendo que quase nem se percebe que o pássaro está na muda; se o pássaro voar com dificuldades, começar a aparecer a pele, isto não é normal para a época de muda e pode ter sido causado pela má alimentação ou outras causas, não pela muda.
Banhos de sol pela manhã (8 às 9 horas) ajudam bastante na muda. Mantenha a higiene das gaiolas, evite que o pássaro fique em correntes de ar e forneça banheiras com água limpa para banhos.

Muda de Penas precoces


As mudas precoces são consideradas aquelas em que as penas são trocadas fora de sua época normal.
Bruscas mudanças de ambiente, temperaturas muito elevadas, sustos anormais, luzes que acordam as aves durante o seu sono, entre outros fatores, são causadores de uma muda precoce. 
Um pássaro que entra em muda precoce é um pássaro triste e sempre estará encorujado. Ele não cantará. Teremos que aguardar, com paciência, o término do processo. Isto poderá atrasar o "apronto" da ave para a reprodução. Devemos trata-lo muito bem, administrando algumas vitaminas e evitando ao máximo incomoda-lo.
 
    

Mosaicos

O fator mosaico, gera polêmica quanto sua origem e em que cromossomo ele se situa. Na verdade o fator mosaico não se manifesta logo quanto os filhotes nascem, e sim, somente após a primeira muda de penas, onde as zonas coloridas pelo lipocromo são mais expressivas nos machos do que nas fêmeas, hoje são aprovados os canários com zonas lipocrômicas de menor extensão e bem definidas. 
Este fator é aceito tanto na linha clara como na linha escura, esta última mais difundida atualmente. Admiti-se que o fator mosaico seja resultante da ação de mais de um gene, porém, um gene autossomal é considerado o principal responsável pela fixação do lipocromo nas zonas índice, isto é, zonas onde após a primeira muda permanece o lipocromo. 
Quando há dimorfismo sexual, entre a extensão das zonas índice entre os machos e as fêmeas, os padrões para os dois sexos são diferentes. Por este motivo são julgados em separados. Estes padrões no, entanto, não são idênticos em todos os países. 
         Os padrões para os mosaicos aceitos pela Ordem Brasileira de Juízes de Ornitologia (OBJO) são: 

 

Machos


Fêmeas
Máscara facial ocupa a região do bico passando pelos olhos. Olando de frente devemos ver um anel ao redor do bico. Olahndo lateralmente, devemos ver uma “triângulo” com vértices na testa, região posterior ao olho e região um pouco inferior ao bico. 
Encontros deve aparecer uma nítida marcação de lipocromo cobrindo os ombros e se estendendo levemente até as remiges. 
Uropígio deve apresentar uma nítida marcação de lipocromo e ser bem delimitado, não devendo se estender para nenhuma outra região. 
Peito deve apresentar pouca quantidade de lipocromo porém de cor intensa, restrito a área de um pequeno triângulo, nitidamente separado da máscara facialde cor intensa, ininterrupta, bem delimitada e bem destacada do peito.
Linha dos olhos o lipocromo deve manifestar-se apenas como uma linha horizontal na altura dos olhos. Esta deve ser curta, bem delimitada e nítida, não devendo estender-se nem para a região superior do bico nem em direção à nuca.
Encontros Marcação lipocrômica nítida e intensa, com áreade atuação menor que a dos machos. 
Uropígio deve apresentar lipocromo intenso e bem delimitado, não devendo se estender para nenhuma outra região do corpo. 
Peito Ausência de lipocromo, torelando-se traços leves do mesmo. 
Principais Defeitos: Máscara interrompida e pouco nítida. Zonas de marcação mal delimitadas. Nevação nas zonas de eleição lipocrômica. Pouca expressão do lipocromo nas zonas de eleições. Máscara facial dividida na testa, presença de branco na região facial próxima ao bico.
Principais Defeitos: Lipocromo aparecendo a testa e sobre o dorso. Presença de máscara lipocrômica. Ausência de marcação nos olhos. Peito com excesso de lipocromo. Cor inexistente ou com nevação.


gene mo é responsável pelo surgimento do padrão mosaico quando ocorre em dose dupla e é recessivo em relação ao seu alelo MO que bloqueia o aparecimento do padrão. Assim, os genótipos possíveis são: 


Mosaico
Portador de mosaico
Não mosaico
mo
mo
MO
mo
MO
MO

Mosaicos II

Os canários domésticos começaram a ser criados pelo homem por volta de 1400. Desde então as mutações, fenômeno natural que ocorre em todas as espécies animais, foram sendo selecionadas e multiplicadas com o objetivo de se obter exemplares aos nossos olhos. 
Na natureza, os indivíduos mutantes são mantidos à margem de população e considerados como “defeitos genéticos”.O homem, ao contrário, interessa-se, seleciona e melhora justamente esses indivíduos “defeituosos”. 
Na busca de exemplares diferentes, por volta de 1920, um criador alemão, com o objetivo de produzir um canário vermelho, conseguiu introduzir no patrimônio genético destes, gens de um pintassilgo selvagem conhecido como Tarim da Venezuela. Esse pássaro é muito semelhante ao nosso pintassilgo, com a diferença de possuir vermelho vivo nas áreas onde o nosso é amarelo. 
Por meio de vários cruzamentos, o homem conseguiu adicionar o fator vermelho ao patrimônio genético dos canários, abrindo com isso uma nova gema de combinações de cores, aumentando ainda mais as variedades já existentes. 
A maioria dos pássaros, e os pintassilgos não são exceção, possuem uma característica muito interessante, conhecida como dimorfismo sexual, que faz com que os sexos (masculino e feminino) tenham a aparência distinta ou seja, o macho é diferente da fêmea. 
Esse dimorfismo pode ser mais ou menos acentuado, dependendo da espécie. No caso do canário original, o dimorfismo é pouco acentuado (existe uma certa dificuldade em se diferenciar os sexos). 
Nos psitacídeos em geral ele é quase inexistente, mas nos pintassilgos, ao contrário, ele é bem marcante, ou seja, a diferenciação entre is sexos é bem visível. 
Durante essa tentativa de se criar o canário vermelho, os gens responsáveis pelo diformismo sexual dos pintassilgos, foi inadvertidamente transmitido aos canários. Inicialmente os criadores não perceberam essa característica e descartavam os exemplares mosaicos, considerandos fora do padrão. 
Atualmente essa categoria de canários representa boa parte da nomenclatura de canários de cor em vigência. 
As diferenças entre machos e fêmeas são tão grande que eles são inclusive julgados separadamente. 
As principais características de cor dos canários mosaicos são: 
Nos machos – maior presença de cor (lipocromo nas seguintes regiões: máscara facial, encontros (ombros), uropígio (região próxima à cauda) e peito. 
Nas fêmeas – atuação mais reduzida da cor nas mesmas regiões do macho, sendo que a máscara facial é substituída por um leve traço de cor na altura dos olhos. 
Além dessas diferenças em relação à cor; os canários mosaicos apresentam outras características morfológicas que evidenciam a masculinidade ou a feminilidade do exemplar. 
Essas características, apesar de presentes em outras variedades, são muito mais pronunciadas nos mosaicos. Os machos mosaicos possuem peito mais amplo, cabeça maior, pescoço e bico mais forte do que das fêmeas. 
Em relação ao tamanho, normalmente os machos são maiores do que as fêmeas, o que nem sempre ocorre nas outras variedades. 
Resumindo, nos mosaicos, os machos são mais “masculinos” e as fêmeas mais “femininas” do que nas outras cores. 
Todas essas particularidades fazem com que os mosaicos sejam uma categoria diferenciada dentro da canaricultura de cor de competição, o que explica o seu crescente número de adeptos.

Mosaicos III

O padrão mosaico de distribuição lipocrômica é uma herança genética da hibridação do canário com o tarim – pintassilgo da Venezuela que através de seleção rigorosa, durante muitos anos, atingiu o limiar da perfeição se assim o podemos dizer. Há, entretanto controvérsias neste artigo. Os autores italianos Canali e Gasparini defendem que o fator mosaico é na realidade uma mutação e não resultado de transferência genética de hibridação conforme consenso aceito mundialmente. Cores bastante apreciadas entre os criadores podemos dizer que se os Belgas se gabam de ser os melhores do mundo, a frente dos italianos, nós não ficamos atrás. Temos visto pássaros fantásticos em criadouros nacionais e posso até mesmo dizer que melhores do que os europeus.

Na realidade há um certo equilíbrio entre os mosaicos da Bélgica e os italianos. Para isto basta observar os resultados do último campeonato mundial e comparar. D-8 Lipocrômicos amarelo mosaicos
Bélgica: não classificou
Itália: 1 lugar
D-14 Lipocrômicos vermelho mosaicos
Bélgica: não classificou
Itália: 1 lugar
D-22 Lutinos mosaicos
Bélgica: 1, 2 e 3 lugares
Itália: não classificou
D-24 Rubinos mosaicos
Bélgica: 1, 2 e 3 lugares
Itália: não classificou
Deixando de lado a disputa européia voltemos ao nosso tema do artigo. Existem dois padrões muito bem definidos de canários mosaicos: um para o macho (Tipo 2) e outro para a fêmea (Tipo 1).
Standard Tipo 1
Principais características
- Linha ou traço ocular
- Marcação do peito
- Marcação dos encontros
- Marcação do uropígio
a) Linha ou traço ocular
Devem ser bem definidas, simétricas e de preferência partindo atrás dos olhos. A falta de simetria deve ser penalizada proporcionalmente. Qualquer imprecisão não é bem vista. Não há porque tolerar pássaros com marcações oculares espalhadas se sabidamente temos exemplares que preenchem os requisitos do padrão. Sua ausência também não é aceita.
b) Marcação dos encontros
Deve ser bem visível, concentrada e precisa. Não deve se estender muito ao dorso e nem muito às remiges. O lipocromo deve ser o mais intenso possível nesta área.
c) Marcação do peito
Uma pequena mancha colorida (em torno de 1 cm2 de área) ovalada preenche os requisitos do standard. Sua ausência é menos grave do que uma marcação muito ampla, borrada. Aqui, também, o lipocromo deve ser o mais intenso possível.
d) Marcação do uropígio
É a menos importante de todas no julgamento embora deva se ater ao preconizado no padrão. Marcações extensas não são desejáveis. O ideal é que seja mais concentrada e mais precisa. Seu brilho e intensidade também são importantes.
 
 


Mosaico tipo 1 (fêmea) Aspecto lateral, observando-se linha do traço ocular, partindo atrás do olho e ainda apresentando belo constraste entre o manto e o encontro (bem definido, porém de intensidade que deixa a desejar).

Mosaico tipo 1 (fêmea) Visão frontal com destaque para marcação do peito - sutil - observando-se ainda, testa desprovida de lipocromo conforme requerido pelo padrão.

Standard Tipo 2
Principais características:
- Máscara
- Encontros
- Marcação do peito
- Uropígio

a) Máscara
O padrão para o macho é bem diferente daquele para a fêmea. Maior quantidade de lipocromo é observada respeitando naturalmente características do padrão. Deve ser bem evidente e bem definida. Não pode se estender à nuca e nem ao peito. Seus limites devem ser precisos ao máximo. Olhos centrados dentro dela. Um defeito freqüente é a falta de contorno bem desenhado embaixo do bico. Quanto mais intensa melhor.
b) Encontros
Devem ser simétricos e bem marcados por lipocromo intenso de preferência. A cor não deve subir ao manto dorsal porem são mais evidentes do que nas fêmeas. Pássaros “intensos” (plumagem muito curta) tendem a apresentar melhor marcação de encontros.
c) Uropígio
Bem definida, intensa de preferência e não se estendendo muito à cauda.
 
 


Mosaico tipo 2 (macho) Máscara bem definida, com bom contorno inclusive em baixo do bicxo, apresentando lipocromo vermelho intenso de boa qualidade.

Mosaico tipo 2 (macho) Aspecto lateral destacando-se a forma triangular da máscara com o olho bem centrado.


 
 


Mosaico tipo 2 (macho) Visão frontal, observando-se sufusão lipocrômica adequada no peito, encontros bem delimitados e máscara de bom contorno. (fotos G.Vecchio).

Mosaico tipo 2 (macho) Detalhe do encontro, observando-se boa intensidade de coloração e contraste em relação ao manto. Discreto nevadismo em sua área central.


 


Mosacio tipo 2 (macho) Visão posterior com destaque para a nuca, parte alta do dorso e encontros. Máscara terminando de acordo com o padrão sem estender à nuca.

Mosaico tipo 2 (macho) Detalhe do uropígio. Seria desejado maior intensidade de cor.

CONSELHOS PARA CRIAÇÃO
Embora atualmente se admita o consenso da criação dirigida para obtenção de machos ou de fêmeas é preciso ressaltar que de um determinado casal de bom padrão possa nascer bons machos e boas fêmeas, com certa freqüência. Assim é preciso considerar aspectos inerentes aos anseios e limites de cada criador. Aqueles que se dedicam exclusivamente à linha clara com ou sem fator e criando com número elevado de casais devem trabalhar com fêmeas mascaradas para obter melhores machos e machos com máscara pouco evidente para se obter boas fêmeas. No entanto, aos pequenos criadores aconselhamos o acasalamento de dois bons exemplares bem definidos de acordo com o padrão específico. Ressalta-se que machos com características de fêmeas podem não ser prolíficos. Por outro lado machos com máscaras exuberantes, estendendo-se à nuca jamais deverão ser acasalados com fêmeas fora do padrão sob risco de se obter somente machos e fêmeas mal definidos. O conceito de se introduzir canários brancos e branco dominante para melhorar o manto dos mosaicos (torna-lo mais branco) é equivocado e não conduz a pássaros mais bem marcados.
CONCLUSÃO
Os canários mosaicos representam uma das mais belas categorias sendo apreciados pela maioria dos criadores mas, no entanto, são de difíceis de se trabalhar. Obter vários exemplares com as características desejáveis do padrão requer um bom manejo e seleção rigorosa.
Finalizando sugerimos que os criadores de mosaicos da linha clara com fator somente devam usar substâncias corantes (cantaxantina ou similar) após a oitava semana de vida do filhote, evitando ainda que tenham penas arrancadas para não quebrar a simetria. Não se esqueçam da forma e do tamanho pois são itens fundamentais no conjunto.