Como Escolher os Casais de Periquitos Ondulados
Existe uma técnica administrativa para ajudar os gerentes a tomar a decisão mais correta: escolhem-se os critérios obrigatórios e desejáveis. Se partirmos dessas premissas primeiramente devemos escolher quais os tipos de periquitos que iremos criar: Normais, Opalinos, Asa Canela, etc. Dependendo de quantos casais partir, é aconselhável não diversificar muito, pois arrisca-se a não conseguirmos bons resultados por falta de concentração de fogo. Para quem vai criar com vinte casais aconselho partir para os normais, opalinos, asa canela, lutinos ou albinos, Ada e Face Amarelas. Caso haja preferência pelas séries mais raras, asa cinza, amarelos, etc, comece devagar, pois naquelas primeiras que eu citei estão as bases para a criação de bons periquitos. Escolhido o tipo de pássaros, vem a cor. Neste ponto, também vale o gosto do fregues, mas considere que os verdes claros, verdes cinzas e cinzas, são portadores de bom tamanho e são cores dominantes (com ela você pode chegar aos azuis e o contrário não é válido). Terminado o critério obrigatório do que você vai criar (e neste ponto consultar também um criador mais experiente é uma boa), vamos para quantos casais você deve alojar. É evidente que o espaço disponível é vital, mas não comece a criar com menos de cinco casais (o ideal para começar são dez) porque vai faltar ambiente para os pássaros. Claro que você pode criar com apenas um casal, mas as probabilidades de sucesso são menores. Os periquitos são na vida natural, pássaros que vivem em bando. Isto feito, vamos para os itens mais técnicos:
- O que o periquito deve ser ?
- Quais as qualidades que deve possuir ?
Conheço muitos criadores que não têm em seu criadouro o desenho do periquito padrão, segundo a "Budgerigar Society". É um erro. Ter continuamente na cabeça a imagem do periquito ideal, é indispensável para qualquer criador que quiser avaliar seus pássaros ou uma possível aquisição. Nos julgamentos os juízes escolhem os melhores buscando como referência o pássaro ideal, então, cada criador deve escolher ou julgar um pássaro referindo-se ao padrão. É relativamente fácil julgar ou escolher um pássaro entre dois ou mais onde existe um belíssimo espécime e um péssimo. O difícil é distinguir o bom do ótimo e principalmente o bom do muito bom. Seguindo nossa técnica de decisão podemos então começar tirando o que é ruim. Quais os defeitos que os pássaros não podem ter e portanto você deve se preocupar em não ter no seu criadouro sob pena de contaminar as descendências; são eles: cauda caída, asas cruzadas, bico saliente, cabeça martelada, máscaras com pintas miúdas ou irregulares, posição muito horizontal no poleiro, pássaro com forma celada, pássaro doente, entrada na linha do pescoço (na lateral ou na nuca). O que você pode aceitar no seu criadouro caso o pássaro possua outra qualidade muito acentuada: pássaro com 4 ou mais anos, cauda muito longa desproporcional, pássaro ligeiramente celado, linha do peito muito acentuada, defeito físico não transmissível. Considerando que as características acima são obrigatórias, as desejáveis são: comprimento acima de 8,5 polegadas, cabeça grande (redonda, longa, vista de frente você não enxerga os olhos do pássaro), olhos bem centrados na face, máscara bem baixa e com seis pintas grandes e redondas, nuca curta e larga, linha das costas concordante com a linha da cabeça, marcação nítida, cauda reta e concordante com a linha das costas, posição no poleiro de 60 graus com a horizontal, peito largo com linha de curvatura suave e concordante com a cauda. O bom criador procura essas qualidades no macho e na fêmea, porém, é muito fácil encontrar pássaros que tem algumas qualidades mais acentuadas que outras. O segredo reside em juntar os casais que se completam, esperando-se que os filhos nasçam com as qualidades dos pais, chegando o mais perto do tipo ideal. Outro segredo, é conhecer pássaros que transmitam bem suas características. Quando for comprar procure conhecer o criador e saber quais foram os pais do pássaro, e principalmente se vem de uma linhagem de confiança. Eu particularmente prefiro comprar pássaros regulares de boa linhagem do que pássaros muito bom de linhagem duvidosa. Muitas vezes em caso de dívida, é melhor optar pelo sangue, do que pelas qualidades visuais de sangue desconhecido. Evite cruzar pássaros com os mesmos pontos fracos, a probabilidade deles serem reforçados nos filhotes é grande. Lendo vários livros e também por experência própria, e em conversa com outros criadores, existem tendências para acreditar que as fêmeas transmitem mais tamanho, máscara e forma geral do corpo. O importante é saber que não há uma lei precisa que defina quem transmite melhor esta ou aquela qualidade; repito que o importante é cruzar pássaro sem defeito e de boa linhagem e conhecer qual característica que é bem transmitida e principalmente qual pássaro a transmite. Afinal de contas, se tudo fosse uma simples matemática estaríamos cheios de "Best in Show". O criador de sucesso aprende a cruzar bem seus pássaros conhecendo-os, ficando horas a fiono seu criadouro, sabendo qual a fêmea que cria melhor (pode ser que suas filhas venham a ser assim), estudando as formas do pássaro ideal, vivendo dia a dia as alegrias e tristezas da criação de periquitos e contando é lógico com uma pitada de sorte.
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