5 de ago. de 2011

PROBIÓTICOS

OS PROBIÓTICOS
Luís Pires, Ovar - C.N. nº. 736-B
Presidente do Clube Ornitológico Português
Quando em muitas e agradáveis conversas com ornitófilos amigos, ao longo dos dois
últimos anos, estes de uma vida intensa e activa ligada à ornitófilia, tive a oportunidade
de constatar que, na sua esmagadora maioria, poucos eram os que tinham
conhecimento da existência de destes "milagrosos" produtos, aparentando alguma
surpresa e desconfiança até, quando os alertava para os benefícios que os mesmos
trariam para as suas aves, através da sua utilização periódica. Para os caros amigos e
colegas ornitófilos menos afoitos às coisas da leitura, começarei este artigo pelo "final",
isto é, darei a minha opinião futurista, desenvolverei as indicações de utilização dos
Probióticos e só depois falarei sobre o que são de facto os probióticos, sua tipologia, as
vantagens da sua utilização e demais informações.
Estou particularmente convencido que a acção dos Probióticos Protectores, face à
grande evolução que tem tido nos últimos anos tendo como seu pioneiro o Lactobacillus
Acidophillus (conhecidos por Fermentos Lácteos ou Proteínas do Lacto Soro), e as
Vitaminas E e C, associadas aos beta-carotenos, no campo dos Probióticos
Antioxidantes, revolucionarão a terapia das enfermidades das nossas aves, no campo
preventivo e do tratamento, a exemplo do que aconteceu com os antibióticos e outros
congéneres à mais de quarenta anos atrás. Os Probióticos após alguns anos de estudo,
têm evoluído muitíssimo em pouco tempo, dai o aparecimento de uma grande variedade
de Lactobacilos (Acidophilus, Plantarum, Bulgaricus, etc.), que associados por exemplo
aos Streptococcus thertnophi/us, Enterococcus faecium, e, ainda a Amilasa bacteriana e
Proteasa fungica, possuem não só uma acção repositora, como protectora da
proliferação de bactérias e fungos intestinais, prejudiciais a uma vida sadia das nossas
queridas aves.
A sua utilização está indicada, sem quaisquer restrições e contra indicações, quando
existe um desequilíbrio da microflora intestinal, desequilíbrio esse provocado
principalmente pelo uso de Antibióticos, Sulfonamidas e Antiparasitários, assim como o
Stress provocado por vários factores, como a muda da pena, vacinações, reprodução,
transporte para e de exposições, mudança de instalações, diarreias, no tão conhecido
síndroma "doença da faca", prevenção de candidas e da terrível proventriculite, e todo o
tipo de doenças.
Nas doenças, os gérmens patogénicos libertam toxinas que danificam a microflora
intestinal, para além de outros fenómenos ligados à própria fisiologia do intestino e ao
fluxo alimentar que arrastam a microflora para o exterior, através das fezes. Também, a
mudança repentina da dieta alimentar e do tipo de água, poderão provocar distúrbios da
microflora intestinal.
De uma forma simplista, poderemos dizer que, enquanto existir uma microflora sadia
nos intestinos, não haverá espaço para a entrada de bactérias patogénicas, como
Salmonelas, Colibaciloa Candidas, etc. Daí, sempre que existam indicações de debilidade
das nossas aves, haverá em primeiro lugar que repor então toda a microflora, que na
grande maioria dos casos será suficiente a utilização de Probióticos, sem necessidade de
recorrer a outros produtos farmacêuticos como os antibióticos, antiparasitários. etc.
Também, aquando do uso destes fármacos, para evitar os efeitos nefastos que os
mesmos produzem no organismo em geral, paralelamente deverão ser usados os
Probióticos, sendo os Antioxidantes responsáveis estimulantes do sistema imunitário, e
os Protectores os repositores da microflora então destruída.
A IMPORTÂNCIA DA MICROFLORA INTESTINAL
Coloca-se então a questão: - a microflora intestinal e assim tão importante? - De
facto, a microflora é essencial para a decomposição das substâncias alimentares que
não foram digeridas, integridade das paredes intestinais, produção de vitaminas,
particularmente do grupo B e ácidos gordos, estímulo à resposta imunitária, redução do
nível do colesterol no sangue das aves e protecção contra microrganismos patogénicos.
O intestino é parte importante do sistema imunitário, existem inúmeras doenças que
são causadas pelo seu mau funcionamento e pela debilidade imunitária a que dá origem.
Assim, o saneamento do intestino faz-se não só através do combate aos microrganismos
indesejáveis (com antibióticos, sulfonanidas e antiparisitarios), mas também por meio
da reposição da fora bacteriana natural - microflora - com Probióticos. Também
colaboram para manter um intestino em forma, os alimentos ricos em fibras, pão
integral, germe de trigo, linhaça (cuidado com as sementes rançosas), legumes e fruta
(mas cuidado com os pesticidas e fermentações), tudo isto claro, numa combinação
equilibrada com os outros alimentos.
QUE SÃO ENTÃO OS PROBIÓTICOS
• a) - Probióticos Antioxidantes: São estimuladores e revigoradores do sistema
imunitário de todos os seres vivos, baseados nas Vitaminas E e C (em doses
elevadas) e beta-carotenos (alfatocoferol)
• b) - Probióticos Protectores: São bactérias e leveduras cultivadas em condições
laboratoriais, com utilização na reposição do equilíbrio da microflora intestinal, ao
serviço de todos os animais.
Para os mais curiosos, poderemos acrescentar que o termo Probiótico, deriva do
grego e tem um significado em Português correspondente a: "em favor da vida".
OS PROBIÓTICOS ANTIOXIDANTES
Passemos então a desenvolver o tema dos Probióticos Antioxidantes, falando um
pouco das já tão conhecidas Vitaminas C e E e sua acção conjunta com os betacarotenos
(provitamina), mas que estou certo existir sempre mais uma ou outra
novidade de interesse, após mais alguns anos de estudo de importantes laboratórios
mundiais.
Esta poderosa associação vitamínica produz uma reacção antioxidativa no organismo
das aves e todos os animais, que evita o detioramento das membranas celulares,
aumentando ao mesmo tempo as defesas naturais do organismo.
A Vitamina C (ácido ascórbico) é ama supervitamina hidrossolúvel, a mais
importante do organismo. No sistema imunitário estimula as células das defesas, é um
importante antioxidante que captura radicais livres (partículas extremamente perigosas
e agressivas do organismo) protegendo o organismo de substâncias tóxicas do meio
ambiente. Também aumenta o nível das imunoglobulinas do sistema imunitário.
Colabora com vários enzimas que no fígado tornam inofensivos os produtos tóxicos e os
medicamentos, acelerando a eliminação das substancias estranhas.
Sem a Vitamina C, nem as hormonas sexuais, nem as do stress, adrenalina e
noradrenalina podem ser sintetizadas. Quando o organismo está bem nutrido de
Vitamina C, as infecções bacterianas e virais não se desenvolvem com tanta gravidade e
desaparecem mais depressa.
A Vitamina E, lipossolúvel, é nada mais nada menos que a "grelha protectora do
organismo", sendo a sua função principal evitar a destruição pelo radicais livres de
estruturas sensíveis como os glóbulos vermelhos, os ácidos gordos e a Vitamina A. Em
doses elevadas (mas cuidadosamente controladas), a Vitamina E aumenta o número de
células que sintetizam a acção dos anticorpos, estimulando a reacção do sistema
imunitário. O melhor para o organismo é a Vitamina E pura (tocoferol) e não o acetato
de Vitamina E (acetato de tocoferol). Esta não deve ser tomada conjuntamente com o
ferro, pois estes dois inactivam-se mutuamente no fígado.
Os lipossolúvel, é nada mais nada menos que a "grelha protectora do organismo",
sendo a sua função principal evitar a destruição pelo radicais livres de estruturas
sensíveis como os glóbulos vermelhos, os ácidos gordos e a Vitamina A. Em doses
elevadas (mas cuidadosamente controladas), a Vitamina E aumenta o número de células
que sintetizam a acção dos anticorpos, estimulando a reacção do sistema imunitário. O
melhor para o organismo é a Vitamina E pura (tocoferol) e não o acetato de Vitamina E
(acetato de tocoferol). Esta não deve ser tomada conjuntamente com o ferro, pois estes
dois inactivam-se mutuamente no fígado.
Os beta-carotenos representam para o organismo o seu guarda-sol interno. Uma
parte dos beta-carotenos é transformado em Vitamina A pelo organismo, quando este
tem carência desta vitamina. Como as Vitaminas E e C, são estes um poderoso
antioxidante, estimulando a resposta imunitária do organismo. Deverá no entanto ter-se
em consideração que quando administrado em excesso, os beta-carotenos em situações
de fraqueza das aves e outros seres vivos, aumentam o volume do fígado, provocando
perda de peso e queda da tensão arterial. Na época da muda da pena, em aves que não
se pretenda colorir, substitui-se os beta-carotenos por vitamina A.
OS PROBIÓTICOS PROTECTORES
Definindo um pouco mais este grupo de Probióticos, poderemos acrescentar que são os
melhores recolonizadores da microflora intestinal, que, quando usados de forma regular
particularmente nos casos já anteriormente indicados, mantêm-na sempre de forma
eficiente e protegem-na de bactérias e fungos, provocados por fermentações de papas,
sementes deterioradas, elevado grau de húmidade relativa, calor exagerado que
transforma a água dos bebedouros num caldo de culturas bacterianas, etc. etc.
Estes são constituídos por microrganismos, que sendo administrado às aves e outros
animais, uns através da água (os solúveis) outros através das papas (os não solúveis) -
papa de criação, muda ou de manutenção - modificam de forma positiva toda a flora
acidófila intestinal e actua como uma barreira defensiva à tentativa de colonização dos
mesmos por parte dos gérmens patogénicos indesejáveis.
Estes Probióticos Protectores aquando de infecções víricas, bacterianas e fúngicas,
actuam provocando um aumento da acidez, devida à síntese do ácido láctico,
diminuindo o pH do intestino, criando condições que são desfavoráveis ao
desenvolvimento dos gérmens.
ADMINISTRAÇÃO E DOSIFICAÇÃO
Dada a ausência total de toxidade e contra-indicações, dos Probióticos, praticamente
não ha necessidade de recorrer a conselho de um Veterinário para indicar a sua
utilização. Outrossim parece ser fundamental o seu uso na dieta habitua das nossas
aves, pois se tivermos em conta que diariamente administramos com a comida e com a
bebida grande quantidade de substancias conservantes e bactericidas como por exemplo
o cloro, para além dos preventivos e tratamentos antibióticos que assiduamente se
efectuam, por vezes, por tudo e por nada.
Pela prática que possuo do seu uso, nos últimos dois anos, com resultados
excepcionais, pela leitura e estudo que tenho efectuado de outros artigos congéneres
estrangeiros e de literatura informativa dos laborat6rios que procedem a sua
elaboração, e salvo outras indicações específicas de cada marca laboratorial, estes estão
particularmente recomendados a ser administrados quando:
a) - Na preparação dos reprodutores: administrar 3 dias por semana;
b) - Nas criações: pela prática que possuo, deverá ser usado nos primeiros 15 dias de
vida, nas papas de criação (para os pais e filhotes), depois, com intervalo máximo de 5
dias, administrar sempre mais 5 dias seguidos;
e) - Na separação dos filhotes: 3 dias por semana, prevenindo o aparecimento da
Proventriculites, Candidas e perturbações intestinais pela mudança de alimentação;
d) - Na muda da pena: 3 dias por semana, durante toda a época da muda da pena;
e) - Na época das exposições: 5 dias anta das exposições e 5 dias após a vinda das
aves dessas exposições;
f) - No defeso: administrar 5 dias seguidos por mês;
g) - Em situações de doença: sempre que administrar fármacos (antibióticos,
antiparasitários, etc.), até ao completo restabelecimento das aves.
CONCLUINDO
Dirá então o caro amigo leitor: - afinal, a utilização dos Probióticos e quase
constante! - e eu direi, de facto é assim o aconselhável, mais vale prevenir que
remediar. Dirá também, mas até hoje nunca usou nada disto, e tem bens êxitos; e eu
direi, continue então a proceder como até aqui, é porque consegue proporcionar as suas
aves um bom equilíbrio entre higiene, alimentação, humidade, calor, arejamento e
pureza de ar. Infelizmente isto acontecerá até um dia, até quando acontecer a mínima
falha, até introduzir uma ave doente no plantel, e então, releia o artigo, e proceda em
conformidade, caso contrário passará a ter grandes dissabores no seu criadouro, e, a
única contra-indicação que terá a utilização dos Probióticos será a financeira
(inicialmente), porque vera que será altamente compensadora quando vir aumentar a
viabilidade dos filhotes, o seu aceleramento no crescimento, a saúde e robustez
generalizada do seu plantel.

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