CONCURSO E SELEÇÃO
Álvaro Blasina
Todo trabalho a ser realizado, não importa qual seja, requer antes de tudo um bom
planejamento. A canaricultura, não só não foge a essa regra, como que o planejamento
é elemento determinante para o sucesso.
Baseados então no principio de que antes de começar a criar, devemos nos planificar ou
avaliar o andamento dos nossos objetivos, gostaríamos de analisar os propósitos que o
criador deve se traçar e a forma de alcança-los.
Em primeiro lugar, consideremos que para efetuar um planejamento, antes de mais
nada devemos formular o mais claramente possível os objetivos que estamos
procurando. Encontramos aqui logo de inicio, uma grande disjuntiva que divide
claramente a forma de administrar nossos planteis.
Criar para competir ou criar para melhorar?
Criar para competir
Na América do Sul, os regulamentos dos Campeonatos Nacionais consideram o criador
Campeão Brasileiro aquele que conseguir a maior somatória de pontos fruto do
julgamento de todos os exemplares apresentados. Esta polemica forma de premiação, já
deu lugar a muitas controvérsias, e não é meu objetivo comentar especificamente o
regulamento dos concursos. O fato concreto é que ele existe, está vigente e o criador
que almejar atingir o "podium" num Campeonato Brasileiro, deverá planejar o seu
plantel de uma forma específica. Parece claro, que para atingir uma boa pontuação no
Brasileiro, em primeiro lugar, se devem criar uma variedade muito grande de cores, pois
o número pesa muito para alcançar uma boa colocação. Desprende-se desta conclusão,
que para alcançar bons resultados nos concursos, deve-se criar uma quantidade
expressiva de cores, e em conseqüência, poucos casais de cada cor, por uma razão
obvia de espaço.
Outra observação que fazemos, é a de que existem cores menos concorridas do que
outras, e de que os pontos atribuídos aos primeiros lugares, são os mesmos para
canários primeiros colocados em cores muito concorridas ou pouco concorridas, pelo que
se conclui que criando cores mais "raras" as chances aumentam.
Finalmente, verificamos que existem cores nas quais potencialmente machos e fêmeas
podem ir aos concursos, e outras em que as fêmeas praticamente não tem chances de
vencer. Podemos citar como exemplo, que todos os canários feos e mosaicos tem
potencialmente as mesmas chances de vencer, considerando que se julgam
separadamente machos e fêmeas. Já os canários intensos e nevados ( com a exceção
dos feos) concorrem sem distinção de sexo, o que faz com que todas as fêmeas intensas
e nevadas (com exceção dos feos) são eliminadas para efeitos de concurso.
Conclui-se que se o nosso desejo maior é a obtenção de bons resultados nos concursos,
devemos levar em conta que estrategicamente, será melhor criar uma grande variedade
de cores, de preferência menos concorridas nos concursos e onde exista maioria de
indivíduos mosaicos ou feo.
Parece obvio ressaltar, que o componente qualidade é necessário pois de nada vale criar
muitas cores de qualidade tão fraca que não tenha chances de premiação.
Criar para melhorar
Um dos elementos principais para o melhoramento genético de qualquer espécie ou raça
é a somatória da qualidade genética com a quantidade da prole, pois quanto mais
filhotes possamos obter de uma cor ou raça, mais material disponível possuiremos para
continuar a seleção. Verificamos então, que as condições do atual sistema de
premiação, vem de certa forma ao encontro de trabalhos importantes de seleção
genética.
Verificamos visitando criadouros europeus que a imensa maioria se dedica à
especialização de determinadas cores e é raríssimo que algum criador faça poucos
casais de várias cores. Os regulamentos dos concursos do Hemisfério Norte são
rigorosamente diferentes dos nossos. Premiam o canário de qualidade e jamais a
somatória, de tal forma que o orgulho do criador não é somar pontos e sim mostrar o
canário campeão individual ou ainda melhor, o quarteto vencedor.
Creio que esta linha de conduta e planejamento, tem sido um enorme aliado para o
avanço genético dos planteis europeus. Para avançar em busca da excelência, devemos
traçar como objetivo, o de termos um número expressivo de exemplares de alto padrão,
o que permitirá multiplicar suas virtudes em grande quantidade. Uma vez obtido isto,
tudo se simplifica. Já pensou possuir centenas de exemplares da mesma cor e de
altíssimo padrão? Nesse caso, por serem todos da mesma cor, para efeitos de concursos
nacionais, o resultado será indesejado, pois com centenas de exemplares mesmo
classificando muito bem, marcará poucos pontos. De todas formas, a satisfação pessoal
de estar efetivamente avançando geneticamente a grandes passos, é extremamente
recompensadora.
Cabe a cada um escolher o caminho. O importante é tomar consciência das opções
disponíveis e "ir à luta". Boa sorte!!!!
Álvaro Blasina
Todo trabalho a ser realizado, não importa qual seja, requer antes de tudo um bom
planejamento. A canaricultura, não só não foge a essa regra, como que o planejamento
é elemento determinante para o sucesso.
Baseados então no principio de que antes de começar a criar, devemos nos planificar ou
avaliar o andamento dos nossos objetivos, gostaríamos de analisar os propósitos que o
criador deve se traçar e a forma de alcança-los.
Em primeiro lugar, consideremos que para efetuar um planejamento, antes de mais
nada devemos formular o mais claramente possível os objetivos que estamos
procurando. Encontramos aqui logo de inicio, uma grande disjuntiva que divide
claramente a forma de administrar nossos planteis.
Criar para competir ou criar para melhorar?
Criar para competir
Na América do Sul, os regulamentos dos Campeonatos Nacionais consideram o criador
Campeão Brasileiro aquele que conseguir a maior somatória de pontos fruto do
julgamento de todos os exemplares apresentados. Esta polemica forma de premiação, já
deu lugar a muitas controvérsias, e não é meu objetivo comentar especificamente o
regulamento dos concursos. O fato concreto é que ele existe, está vigente e o criador
que almejar atingir o "podium" num Campeonato Brasileiro, deverá planejar o seu
plantel de uma forma específica. Parece claro, que para atingir uma boa pontuação no
Brasileiro, em primeiro lugar, se devem criar uma variedade muito grande de cores, pois
o número pesa muito para alcançar uma boa colocação. Desprende-se desta conclusão,
que para alcançar bons resultados nos concursos, deve-se criar uma quantidade
expressiva de cores, e em conseqüência, poucos casais de cada cor, por uma razão
obvia de espaço.
Outra observação que fazemos, é a de que existem cores menos concorridas do que
outras, e de que os pontos atribuídos aos primeiros lugares, são os mesmos para
canários primeiros colocados em cores muito concorridas ou pouco concorridas, pelo que
se conclui que criando cores mais "raras" as chances aumentam.
Finalmente, verificamos que existem cores nas quais potencialmente machos e fêmeas
podem ir aos concursos, e outras em que as fêmeas praticamente não tem chances de
vencer. Podemos citar como exemplo, que todos os canários feos e mosaicos tem
potencialmente as mesmas chances de vencer, considerando que se julgam
separadamente machos e fêmeas. Já os canários intensos e nevados ( com a exceção
dos feos) concorrem sem distinção de sexo, o que faz com que todas as fêmeas intensas
e nevadas (com exceção dos feos) são eliminadas para efeitos de concurso.
Conclui-se que se o nosso desejo maior é a obtenção de bons resultados nos concursos,
devemos levar em conta que estrategicamente, será melhor criar uma grande variedade
de cores, de preferência menos concorridas nos concursos e onde exista maioria de
indivíduos mosaicos ou feo.
Parece obvio ressaltar, que o componente qualidade é necessário pois de nada vale criar
muitas cores de qualidade tão fraca que não tenha chances de premiação.
Criar para melhorar
Um dos elementos principais para o melhoramento genético de qualquer espécie ou raça
é a somatória da qualidade genética com a quantidade da prole, pois quanto mais
filhotes possamos obter de uma cor ou raça, mais material disponível possuiremos para
continuar a seleção. Verificamos então, que as condições do atual sistema de
premiação, vem de certa forma ao encontro de trabalhos importantes de seleção
genética.
Verificamos visitando criadouros europeus que a imensa maioria se dedica à
especialização de determinadas cores e é raríssimo que algum criador faça poucos
casais de várias cores. Os regulamentos dos concursos do Hemisfério Norte são
rigorosamente diferentes dos nossos. Premiam o canário de qualidade e jamais a
somatória, de tal forma que o orgulho do criador não é somar pontos e sim mostrar o
canário campeão individual ou ainda melhor, o quarteto vencedor.
Creio que esta linha de conduta e planejamento, tem sido um enorme aliado para o
avanço genético dos planteis europeus. Para avançar em busca da excelência, devemos
traçar como objetivo, o de termos um número expressivo de exemplares de alto padrão,
o que permitirá multiplicar suas virtudes em grande quantidade. Uma vez obtido isto,
tudo se simplifica. Já pensou possuir centenas de exemplares da mesma cor e de
altíssimo padrão? Nesse caso, por serem todos da mesma cor, para efeitos de concursos
nacionais, o resultado será indesejado, pois com centenas de exemplares mesmo
classificando muito bem, marcará poucos pontos. De todas formas, a satisfação pessoal
de estar efetivamente avançando geneticamente a grandes passos, é extremamente
recompensadora.
Cabe a cada um escolher o caminho. O importante é tomar consciência das opções
disponíveis e "ir à luta". Boa sorte!!!!
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