10 de out. de 2010

Periquitos Australianos e Ingleses



Nestas fotos mostra-se a evolução que o Periquito Ondulado teve através do apuramento dos melhores exemplares que começou com os criadores ingleses nos finais do século XIX até aos dias.

Pode não parecer mas trata-se da evolução de uma espécie com a ajuda humana que soube ir escolhendo os melhores exemplares que foram sendo criados. Representa o maior desafio dos criadores de Periquitos Ondulados

Em primeiro lugar há que esclarecer o que é um Periquito. O Periquito de que se fala neste sitio é o Periquito Ondulado. Existem outras espécies de aves que também incluem no seu nome Periquito, como o Periquito King ou o Periquito Catarina entre muitos outros. O Periquito Ondulado é natural da Austrália e daí ouvirmos falar em australianos. Em meados do século XIX foram trazidos para Inglaterra alguns destes Periquitos onde se tornaram muito populares e daí os Periquitos Ingleses. Assim, basicamente, os Periquitos Australianos e Ingleses são a mesma espécie e não são nem ingleses nem australianos, são Periquitos Ondulados. O nome Ondulado vem das riscas onduladas existentes no dorso dos Periquitos normais. E aqui aparece mais um nome: o Periquito normal. O Periquito Normal é uma variedade. É a variedade original do Periquito com as riscas onduladas pretas no dorso, não tendo nada a ver com o facto de ser grande ou pequeno, australiano ou inglês. É uma variedade tal como é o Canela ou o Opalino, por exemplo, e é completamente errado referirmo-nos ao Periquito Normal como sendo um Periquito australiano.

Se os Periquitos são os mesmos, então porque ouvimos falar que uma pessoa tem Periquitos australianos e outra tem ingleses? O que se chama vulgarmente Periquitos australianos, havendo quem os chame também ancestrais, são os Periquitos em tamanho e forma semelhantes aos Periquitos que existem no seu habitat natural na Austrália. Os Periquitos ingleses ou de exposição são Periquitos Ondulados com tamanho bastante superior ao dos Periquitos originais e com uma forma também diferente, proveniente da selecção de aves desta espécie que foi começada pelos criadores ingleses a partir dos finais do século XIX. Não existem duas espécies diferentes e podem-se cruzar pequenos com grandes do mesmo modo que se podem cruzar cães de diferentes raças. Mesmo nos ingleses, já se fala há muito no standard inglês e ouve-se falar no standard alemão. Actualmente na Alemanha existe um grande numero de criadores e por isso fala-se de um standard diferente do inglês. Na minha opinião o mais correcto é falar-se em Periquitos Ondulados Ancestrais, quando falamos nos mais pequenos e em Periquitos Ondulados de Exposição quando nos referimos a todos os outros. Os Ancestrais são os exactamente iguais aos selvagens e não devem ser confundidos por aves provenientes de cruzamentos de Ancestrais com Periquitos de Exposição, mesmo que a sua qualidade seja muito má.

As aves que apresentamos em exposição são as melhores, por isso os Periquitos de Exposição são os melhores pássaros fruto do bom trabalho de cada criador. No caso dos Periquitos cada pássaro exposto não é só fruto do trabalho do expositor mas também de todos os criadores dos antepassados dessa ave. O produto de cada criador é aquilo que cada um consegue a partir de um determinado ponto de partida. Só que o ponto de partida para mim já é fruto do trabalho de anos e anos de outros criadores que deram origem aos pássaros que adquiri e que servem de base para o meu trabalho. Nas exposições de Periquitos, o que se pretende é expor aves cada vez com maior qualidade. Daí a exclusão dos Periquitos Ondulados Ancestrais que, sob este ponto de vista, são a ausência de qualidade, uma vez que nestes pássaros é ignorada toda a evolução que os criadores conseguiram ao longo dos tempos.

Actualmente o que se pretende é introduzir nas exposições, à semelhança do que se faz nalguns países, é o Periquito Ondulado original. Com esta medida pretende-se cativar um maior numero de criadores de Periquitos Ondulados e o aparecimento também de um maior número de Periquitos Ondulados em exposição. O que não deixa de ser um facto é que nos países onde existem secções próprias para os «pequenos», são os países onde a qualidade dos «grandes» não é famosa. Esta medida não faz com que a qualidade das aves em exposição progrida, antes pelo contrário. Uma das razões apontadas para o aparecimento desta nova secção é que se existem Canários de Cor e Canários de Porte, porque é que não hão-de haver secções de Periquitos Ondulados de Cor e de Periquitos Ondulados de Porte? Pois é para aí que nos estamos a encaminhar. Ao contrário do que acontece com os Canários, as variedades e cores que existem nos pequenos são as mesmas que existem nos maiores. Nos Periquitos Ondulados de Cor só se podem expor aves com as características das aves indígenas com excepção da variedade, pelo que as aves provenientes de cruzamentos com Periquitos Ondulados de Porte, ainda que de tamanho pequeno, não serão consideradas para concurso. No Campeonato Nacional Espanhol já vi, no ano passado, esta situação. Não creio que a qualidade dos Periquitos vá aumentar com estas medidas. Pelo menos em Espanha até agora não houve grandes progressos. O mais que pode acontecer é, já que se podem expor os mais pequenos, aparecerem mais criadores e que alguns desses se entusiasmem pela qualidade dos actuais Periquitos de Exposição e que passem a criar estas aves.

Não penso que a criação de Periquitos Ondulados de Cor vá ter muita importância, uma vez que actualmente existem muitos criadores destas aves. O único problema é que não expõem. Existe também um problema económico por detrás da não existência de muitos criadores, já que o valor comercial destas aves é muito baixo. Um criador tem sempre excedente e não pode ficar com todos os Periquitos que cria. Só que o valor comercial destes pássaros é muito baixo, chegando-se a vender aves cujo preço não ultrapassa o triplo do valor de uma anilha. Logo, pouca gente irá comprar anilhas para Periquitos quando só a anilha vai representar um terço do seu custo e sem aves anilhadas não há aves em exposições.

Penso que o problema em Portugal e noutros países onde hajam poucos criadores Periquitos Ondulados de qualidade, é falta de matéria prima. É ter algo com um mínimo de qualidade para iniciar uma criação e progredir. Actualmente existem alguns criadores de qualidade mas não aparecem aves de qualidade para venda. Esses criadores nalguma parte no tempo vão ter de vender o seu stock e as aves de qualidade hão-de aparecer para venda. Na maioria dos casos, para se adquirir aves de qualidade, é necessário importar e isso não é para todas as bolsas, até porque alguns dos grandes criadores pedem quantias avultadas por uma ave e não é garantido que ela venha a criar. Enquanto não houverem pássaros em numero suficiente e com alguma qualidade para se venderem pelo menos em exposições, a qualidade em Portugal não vai evoluir muito, havendo apenas poucos criadores com aves de qualidade. Até lá os que quiserem ter bons pássaros vão ter de fazer maiores sacrifícios e vão ter de despender muito mais tempo e dinheiro para encontrar boas aves e por vezes vão adquirir aves de menor qualidade porque não encontram outras. Existirão outros mais que desistirão com o tempo e outros que nem sequer irão tentar a criação destas belas aves que são os Periquitos Ondulados. É esta situação que tendo combater e para tal é preciso que os criadores se unam, a bem dos Periquitos Ondulados de qualidade.

Autor: José Paulo Correia

Variedades

O Periquito original é Verde Claro, existindo actualmente diversas mutações que podem dar origem a centenas de combinações diferentes. Apresento as variedades existentes e respectivas descrições, particularidades e exemplos em fotos.

Normal Verde Claro



Esta variedade e cor, corresponde ao Periquito Ondulado original. Todas as outras cores e variedades são fruto de mutações e combinações entre elas.

O verde claro é a cor original, ou seja a cor base, sem a existência de qualquer mutação. O corpo é verde vivo, cor de erva.

A variedade Normal é também a base, aquilo que é comum nesta ave, sem haver genes visíveis de nenhuma mutação.

Aquilo a que se chama variedade normal é um conjunto de características em relação ao desenho das marcas da ave a que corresponde a ave original. A fronte e a máscara são em amarelo vivo, tendo, a máscara, seis spots ou manchas pretas, simétricas, formando um colar. A fronte não deve ter quaisquer marcas. As manchas da face, uma em cada, que recobrem parte do último spot de cada lado, são violeta vivo. A parte de trás da cabeça e as asas, são pretas e amarelas, estando estas cores dispostas em linhas onduladas, dando origem ao nome Periquitos Ondulados, sem qualquer vestígio da cor do corpo. As rémiges e as duas penas maiores da cauda são azuis escuras, os olhos são pretos com a íris branca, sendo o bico cor de marfim e as patas azul desmaiado. São estas as principais características da variedade Normal numa ave Verde Clara.


Azul

Normal Azul Celeste
A variedade Azul caracteriza-se pela substituição no Periquito original da cor verde pelo azul e do amarelo pelo branco. No fundo, são aves verdes sem o pigmento amarelo, já que se juntar amarelo ao branco fica amarelo e se juntarmos amarelo ao azul fica verde.

Os Periquitos azuis celeste têm o corpo azul celeste liso e uniforme. A fronte e a máscara são brancas e a base da máscara está ornamentada por seis spots pretos redondos dispostos regularmente em forma de colar. A mancha da máscara é violeta vivo, sobrepondo-se parcialmente ao último

spot. A nuca e as asas têm em linhas onduladas pretas e brancas, tendo na nuca uma mancha azul difusa. As penas mais compridas da cauda e as rémiges são azuis escuras, as patas são azuis, os olhos são pretos com a íris branca e o bico cor de corno.

A transmissão desta variedade é recessiva em relação ao Verde Claro.

O primeiro Periquito Azul conhecido data de 1878 e apareceu na Bélgica mas perdeu-se tendo aparecido mais tarde na Holanda, tendo sido trazidos para Inglaterra em 1910.



O Factor Escuro
Normal Verde escuro, ou seja Verde com factor escuro simples, aliado à variedade Normal, no caso apresentado


O factor escuro é uma variedade dominante pelo que se manifesta através da ausência desse factor, pela sua existência com factor simples e pela sua existência com duplo factor.

Esta variedade influencia os Periquitos verdes e azuis, fornecendo-lhes três tons diferentes.

Na linha verde, o factor escuro dá origem ao verde claro na sua ausência, ao verde escuro com factor simples e ao verde azeitona com duplo factor.

Do mesmo modo, na linha azul, o azul celeste é a ausência do factor escuro, o azul cobalto a manifestação do factor simples e o azul malva um Periquito azul com duplo factor escuro.

O primeiro Periquito Verde Escuro surgiu em Inglaterra em 1887. Mais tarde, o cruzamento de Periquitos Verde Escuro deu origem ao Verde Azeitona. Quando se cruzaram com azuis, deu origem ao primeiro Periquitos Azul Cobalto em 1919.



Normal Azul Cobalto, ou seja Azul com factor escuro simples.





Normal Azul Malva, ou seja Azul com factor escuro duplo.







O Factor Cinzento


Normal Cinzento Azul


O factor cinzento actua sobre todas as variedades, distinguindo-se no verde e no azul. As aves verdes ficam verdes acinzentadas e as azuis, cinzentas. Este factor, conjugado com o factor escuro, produz três tipos diferentes de verdes cinzentos e outros três de cinzento. As manchas da face são cinzentas prateadas em vez do violeta nas variedades normais. As penas compridas da cauda e das asas em vez de azuis escuras são pretas.

O factor escuro mais comum é dominante, havendo cinzentos de factor simples e de factor duplo. Não existe diferença visual entre os cinzentos de factor simples e de duplo factor. A diferença manifesta-se apenas no modo de reprodução. Assim, por exemplo, se cruzarmos um Periquito de factor simples com um sem factor cinzento, obtém-se 50% de Periquitos sem factor cinzento e 50% de Periquitos cinzentos de factor simples. Por outro lado, se cruzarmos um Periquito sem factor cinzento com um cinzento de duplo factor obtemos 100% de Periquitos cinzentos de factor simples.

Os primeiros Periquitos Verdes Cinzentos apareceram na Bélgica em 1872. Apareceu uma mutação recessiva em 1943 na Austrália mas acabou por perder-se.














Normal Cinzento Verde


O Factor Violeta

O factor Violeta torna todas as cores mais escuras e com um ligeiro tom azulado forte, sendo aliado ao Azul Cobalto de um tom violeta vivo.

Esta variedade só é verdadeiramente violeta nos azuis cobalto mas existe em todas as outras cores, tornando-as mais vivas.

Produz aves muito bonitas nas variedades onde a cor não é diluída e especialmente quando há mistura com cores claras como nos arlequins, asas claras e spangles.

Em termos de reprodução, esta variedade é dominante.

O Violeta surgiu na Alemanha em 1928.




Normal Violeta




Arlequim Recessivo Violeta







O Factor Face Amarela


O factor Face amarela é a única variedade que combina o amarelo com o azul.

Existem três tipos de face amarela. O primeiro, conhecido como tipo 1, altera a maioria do branco existente para amarelo, ficando o resto do corpo com os mesmos tons das aves sem este factor. Nas variedades com as asas malhadas ou brancas, pode-se observar que as rémiges permanecem brancas enquanto que o branco é substituído pelo amarelo no resto das asas.

O Face amarela tipo 2 mancha o corpo inteiro, sendo o branco totalmente substituído por amarelo mais intenso que no tipo anterior mas menos intenso que o amarelo normal. A grande diferença é que mistura o amarelo com o azul passando este para tons esverdeados.

O terceiro tipo de face amarela é conhecido pelo face dourada ou face amarela australiano. É semelhante ao tipo 2 mas a intensidade do amarelo é superior. Estes Periquitos podem ser facilmente confundidos com os Periquitos verdes.

Das aves mais bonitas com o segundo tipo de face amarela destacam-se os azuis celestes canelas e os albinos.

O factor face amarela também existe nas aves verdes, não sendo porém, visível.

O face amarela é um factor dominante, sendo as aves de duplo factor do tipo 1 iguais às sem factor face amarela, ou seja visualmente não são face amarela. Mas como aves de duplo factor, se cruzadas com aves sem factor face amarela, as suas crias são todas face amarela. Nos restantes tipos de face amarela, o factor duplo caracteriza-se por o amarelo só se manifestar na cabeça, como acontece no factor simples de face amarela tipo 1, sendo a intensidade do amarelo a maneira de distinguir o face amarela tipo 1 de factor simples dos restantes face amarela de factor duplo.

O face amarela dourado ou australiano é dominante em relação às dois outros tipos de face amarela, assim como o face amarela tipo 2 é dominante em relação ao face amarela tipo.

Só são admitidos em exposição os face amarela tipo 1 de factor simples ou de duplo factor nos outros dois tipos.

Esta mutação surgiu na Bélgica em 1880.














Normal Azul Cobalto Face Amarela tipo 1
O factor face amarela mutante 1 é visível na cabeça máscara e na parte superior das asas. A cor do corpo mantém-se inalterada.















Spangle Violeta Face Amarela tipo 3



O Factor Opalino

O factor Opalino caracteriza-se por uma diminuição da melanina. Na nuca as riscas onduladas ficam mais esbatidas e nas asas o amarelo ou branco é substituído pela cor do corpo da ave. As rémiges têm uma mancha clara bem visível. Por seu lado, a cauda é amarela ou branca com uma orla azul escura. A cor do corpo é ligeiramente diferente dos Periquitos normais, tornando-se um pouco mais clara. As manchas da face são violetas, os olhos pretos com uma íris branca e as patas azuis.

Esta é uma das variedades que anula a variedade Normal, fazendo com que o desenho das penas com linhas pretas fique diferente.

Nas figuras podem-se observar as diferenças entre o Opalino e a variedade Normal.

Esta mutação apareceu na Austrália em 1932, nos Estados Unidos em 1934 e na Europa em 1935.

O factor opalino tem caracteres ligados ao sexo e pode ser cruzado com todas as outras variedades existentes.

O cruzamento de duas aves opalino não deve ser feito, a fim de ser evitado o aparecimento de fleck, pintando de preto as penas da cabeça que devem ser totalmente amarelas ou brancas.

As cabeças com pintas distinguem-se das riscas originais pelo sentido das mesmas. Assim, as riscas onduladas originais estão desenhadas na horizontal, enquanto que as pintas ou manchas defeituosas são traços na vertical, vindo, os traços de cima para baixo, sendo normalmente mais finos em baixo do que em cima.


Opalino Azul Cobalto


Costas de um Periquito Normal










Boa cabeça




Cabeça com pintas






O Factor Saddleback

É uma mutação semelhante ao Opalino, provocando a diminuição das linhas pretas nas costas e nas asas. No entanto, o amarelo ou branco existente nas asas mantém-se como nos normais, ao contrário do que acontece nos Opalinos em que é substituído pelo verde e azul, respectivamente. A lista branca da nas rémiges das asas existente na variedade opalina desaparece ficando estas penas completamente escuras como nas variedades normais. Os olhos são pretos com a íris branca, as patas azuis, as manchas das faces são violetas, as rémiges azuis escuras e as penas da cauda são azuis muito escuras ou pretas. Mesmo as penas mais pequenas da cauda são praticamente azuis escuras ou mesmo pretas, estando o amarelo ou branco quase ausente.

É uma variedade pouco divulgada e pouco vista especialmente em Portugal.

O Saddleback surgiu em 1975 na Austrália e em 1984 na Alemanha. É a mutação mais recente reconhecida pela World Budgerigar Organisation.

É uma mutação recessiva pelo que é mais difícil de manter e de elevar o seu nível. Daí, apesar de ser praticamente tão recente como o Spangle, não ter a mesma popularidade.

O nome oficial em Portugal para esta variedade é Selados.













Saddleback Verde Escuro


O Factor Spangle














Spangle Verde Cinzento

O factor Splange caracteriza-se por uma diminuição acentuada da melanina. Nas penas destes Periquitos o preto é substituído apenas pela linha do contorno, ficando as costas e asas bastante claras. Os spots aparecem apenas com uma roda a preto e com branco ou amarelo no meio. As manchas da face podem ser violeta, brancas prateadas ou uma mistura das duas. Os olhos são pretos com a íris branca e as patas azuis ou cor de rosa.

O factor spangle é dominante, tendo como característica interessante o facto de que um spangle de duplo factor ser totalmente amarelo ou branco. Mesmo as rémiges que nos Lutinos são brancas, nesta variedade são totalmente amarelas. No entanto, podem-se notar manchas muito claras de verde ou azul no peito destas aves. Podem ser confundidos com os Lutinos e Albinos mas os seus olhos são escuros.

O primeiro Spangle surgiu na Austrália em 1972 e em 1981 na Alemanha.

Uma ave pode ter o factor Spangle juntamente com o Opalino, fazendo diminuir a intensidade do preto nas costas e trazendo a cor do corpo também para as costas. As variedades Normal, Opalino, Spangle e Saddleback são os quatro traçados ou desenhos diferentes de cor preta que os Periquitos Ondulados podem ter no seu dorso.

No Reino Unido, quando apareceu esta mutação, houveram muitos criadores de topo que adquiriram aves desta variedade e os introduziram nos seus aviários. Deste modo esta variedade, ainda por cima dominante, tornou-se muito popular e inclusivamente ganharam, em poucos anos, prémios de melhores aves da exposição. Em Portugal quase todos os criadores possuem aves desta variedade.













Spangle duplo factor Azul














Spangle factor simples Violeta















Spangle duplo factor Verde


O Factor Spangle Melânico

O factor Splange Melânico caracteriza-se por um aumento da melanina em relação ao Spangle. É bastante semelhante ao Spangle mas bem mais escuro. As suas penas das asas são semelhantes ao Spangle mas a parte interior da pena é bastante mais escura sem ficar como os Normais. As rémiges são mais claras do que os Periquitos Normais mas mais escuras que os Spangle. Na cauda são semelhantes aos Spangle, sobressaindo a claridade da cauda em relação ao resto do corpo. Daí haverem alguns criadores que os conhecem como Caudas Claras. Os spots são pretos e as manchas da face são violeta. Os olhos são pretos com a íris branca e as patas azuis ou cor de rosa.

O factor Spangle Melânico é dominante e comporta-se como os outros Spangle. Assim, os de duplo factor são mais claros do que os de factor simples. Se nos Spangle as aves de factor duplo são totalmente amarelas ou brancas, nesta variedade, com existe mais melanina, as aves de duplo factor são muito mais claras, mas conhecendo-se bem a cor e as marcas.

Uma ave pode ter o factor Spangle Melânico juntamente com o Opalino, fazendo diminuir a intensidade do preto nas costas e trazendo a cor do corpo também para as costas.

Esta mutação surgiu em 1992 na Dinamarca e mais tarde em Inglaterra e em Israel. Na Dinamarca chamam-lhe Dinamarquês Dominante, em Inglaterra o Splangle Melânico e em Israel os Caudas Claras. Como é uma variedade em estudo e não reconhecida ainda não têm nome oficial, mas não deixa de ser um Spangle mais escuro que se pode comprovar pela aparência e pelo modo com se reproduz que é em tudo idêntico aos Spangle. Inclusivamente as aves de duplo factor, como acontece nos Spangle, são muito mais claras do que as de factor simples.

Esta mutação é muito recente e ainda está muito pouco desenvolvida. Existem poucos criadores que têm destas aves e os que as têm vendem-nas a preços muito elevados.

Como se podem ver pelas fotos, são aves ainda de pouca qualidade.



Spangle Melânico de factor simples Azul Cobalto


Spangle Melânico de duplo factor Cinzento












O Factor Canela

O factor Canela pela caracteriza-se por uma diminuição da intensidade da cor em todo o corpo, quer na cor em sí, quer nas manchas escuras no dorso. Assim, as costas e as asas passam de preto e amarelo ou branco para castanho e amarelo ou branco. A cor do corpo fica também mais esbatida, sendo diluída em cerca de 50% das variedades normais.

Esta variedade pode ser cruzada com qualquer outra provocando, em relação a todas as variedades a diminuição da intensidade das marcas e cor. A única excepção é a junção ao factor Ino que, ao invés de aclarar as marcas faz com que elas apareçam visíveis nas aves Lutinas ou Albinas, dando origem ao Lacewing.

A reprodução desta variedade é ligada ao sexo.

Os primeiros Periquitos Canela surgiram em 1931 em Inglaterra, seguindo-se pouco depois, mais duas, uma na Austrália e outra na Alemanha.




Normal Canela Cinzento Azul com factor escuro simples



Normal Cinzento Azul com factor escuro simples









A única diferença para a ave a anterior é a ausência do factor canela, podendo-se ver a diluição na cor que o factor produz nas costas, asas e corpo.



O Factor Fallow

Nos Fallow a cor preta nos normais existente no dorso, asas e cauda é substituída por castanho e a cor do corpo mais diluída do que nos normais, sendo muito parecidos com os Canela, tendo como diferenças mais significativas o facto de terem os olhos vermelhos. As patas são cor de rosa e o bico cor de laranja.

O primeiro Fallow surgiu na Suiça em 1929. Surgiram também mutações nos Estados Unidos, Austrália, Africa do Sul e Alemanha.

Actualmente existem dois tipos de Fallow conhecidos pelo Fallow inglês e Fallow alemão. O Fallow alemão tem uma linha branca em volta da íris, enquanto que no inglês essa linha é cor de rosa.

Em termos de reprodução, esta variedade tem carácter recessivo, e é uma variedade considerada rara.

A denominação oficial em português desta variedade é Fulvo.



Fallow Azul





Fallow Verde












Fallow Inglês (íris rosa)






Fallow Alemão (íris branca)











O Factor Ino

O factor Ino é responsável pelos Periquitos Lutinos e Albinos. Têm os olhos vermelhos de íris clara e são bastante apreciados por serem totalmente amarelos ou brancos. As patas são cor de rosa vivo, as manchas da face, as rémiges e as penas mais compridas da cauda são brancas, tanto nos Lutinos como nos Albinos.

O Lutino é a junção do factor Ino ao Verde e o Albino é a junção do factor Ino ao Azul.

Esta variedade pode-se entender como uma quase ausência da melanina, fazendo desaparecer as marcas pretas e a cor da ave, ficando apenas a cor base: o amarelo ou o branco. Quando digo quase totalmente é porque os Lutinos e Albinos têm marcas muito ténues nas costas conseguindo-se identificar, por exemplo, se é uma ave Normal ou Opalino. Existem outros factores que podem alterar a intensidade ou o tom destas aves, tais como o factor escuro simples e duplo ou o factor cinzento. O factor Canela escurece as marcas das asas e costas, dando origem ao Lacewing. A junção do factor Face Amarela ao Albino, dá origem a uma amarelo diluído muito bonito.

A variedade Ino pode existir em simultâneo com quase todas as variedades, como o Canela, Spangle ou Cinzento, entre outras. A única excepção é a variedade Corpos Claros. Uma ave nunca pode ter estes dois factores em simultâneo, podendo haver aves Corpos Claros portadores de Ino mas aves Ino não podem ser portadoras de Corpos Claros, nem podem haver aves que sejam portadoras destes dois factores em simultâneo.

O primeiro Lutino conhecido data de 1872 na Bélgica.

Em termos de reprodução, este factor é ligado ao sexo.



Lutino


Albino













O Factor Lacewing

O Lacewing não é o resultado duma mutação mas a junção do factor Ino com o factor Canela, não sendo nenhum factor mas a união de dois.

As marcas canela ao invés de se diluírem no Lutino ou Albino, sobressaem num ligeiro tom de canela. Como têm o factor Ino, este Periquitos têm os olhos vermelhos com a íris branca. As patas são cor de rosa, a cera é cor de rosa nos machos e castanha nas fêmeas, as manchas da face são violeta pálido e os spots e as marcas no dorso asas e cauda são canela claro.

Em termos de reprodução, estas aves têm dois factores que são ligados ao sexo.

Os primeiros Lacewings de que há registo, datam de 1953 e apareceram na Inglaterra.

A denominação portuguesa para estas aves é Asas Rendadas.



Lacewing Verde



Lacewing Azul











O Factor Diluído

O factor Amarelo e Branco caracteriza-se pela existência no mesmo tom no corpo e nas costas. A cor do corpo é amarela ou branca enquanto nas costas são bem visíveis as marcas bem mais diluídas do que nos Periquitos normais. A cor destas aves é consequência da diluição drástica na cor da ave que passa de verde a amarelo, embora não tão vivo como a máscara, bem como na diluição do preto existente nas costas, asas e cauda, embora se consigam distinguir com clareza as riscas onduladas e os spots. A ave tem de apresentar uma diluição da cor no corpo de pelo menos 50%. Os spots, seis em forma de colar no fundo da máscara, são cinzentos claros, semelhantes às marcas nas costas e asas da ave. As manchas da máscara são azuis muito claras ou violeta pálido, enquanto que as patas são azuis ou cor de rosa.

Existem diluídos também na variedade cinzenta. Um verde cinzento diluído chama-se Amarelo Cinzento, assim como uma ave branca pode ter também o factor cinzento, chamando-se Branco Cinzento.

Estes pássaros no hemisfério sul são mais diluídos do que no hemisfério norte, talvez porque no norte foram cruzados com pássaros normais para lhes dar mais tamanho e melhor forma, aumentando a melanina.

É uma variedade considerada rara e em termos de reprodução é uma variedade recessiva.

O Amarelo foi a primeira mutação de Periquitos conhecida, pensando-se que tenha surgido em 1870 na Bélgica ou na Alemanha, enquanto que o primeiro branco surgiu em 1917.

Os Periquitos Amarelos e Brancos são também conhecidos por Diluídos, uma vez que a cor do corpo e as suas marcas se encontram diluídas em relação ao Periquito Verde ou Azul.










Amarelo


O Factor Asas Claras

O factor Asas Claras caracteriza-se pela substituição do preto no dorso e asas dos Periquitos normais por um branco escuro. A cor do corpo é também mais clara do que nos Periquitos normais, apresentando uma diluição na cor do corpo em relação aos Periquitos normais, sendo indispensável em aves de exposição que a intensidade da cor do corpo tem de ter no mínimo, 90% dos Periquitos normais. Os spots e as marcas no dorso e asas devem ser muito pouco visíveis. Os olhos são pretos com a íris branca e as patas azuis.

Uma vez que o contraste entre e a cor do corpo e das asas é muito importante, o factor escuro aliado ao asas claras torna as aves mais atraentes. Uma combinação bastante apreciada é o Violeta de Asas Brancas, onde se destaca o contraste entre o violeta escuro e as asas brancas, pelo que as aves que apresentem uma diluição da cor do corpo menos acentuada, são as melhores. Basicamente, esta variedade é semelhante no corpo aos Periquitos normais, sendo a restante parte do corpo semelhante aos diluídos.

É uma variedade considerada rara e em termos de reprodução é uma variedade recessiva, mas é dominante em relação ao amarelo e branco.

Tal como acontece nos diluídos, a marcas das asas são mais diluídas no hemisfério sul do que no norte, devido ao acasalamento, no norte, com aves normais para aumentar o seu tamanho, aumentando também a melanina.

Os primeiros Periquitos de asas clara surgiram em 1930 na Austrália.










Azul Celeste de Asas Brancas


O Factor Asas Cinzentas

O factor Asas Cinzentas caracteriza-se pela substituição do preto no dorso e asas e spots dos Periquitos normais pelo cinzento. A cor do corpo é também mais clara do que nos Periquitos normais, sendo diluída em cerca de 50%. As manchas da face são violeta vivo, a cauda é azul escuro baço e as patas azuis esbatidas ou cor de rosa. Os olhos são pretos com a íris branca.

É uma variedade considerada rara e em termos de reprodução é uma variedade recessiva, mas é dominante em relação aos asas claras e ao amarelo e branco.

O cruzamento de asas cinzentas com asas claras dá origem aos asas cinzentas em corpo de cor viva, aumentando intensidade das marcas das asas e aumentando a vivacidade da cor do corpo, ficando semelhante à dos Periquitos normais, tornando maior o contraste entre a cor das asas e a do corpo.

O primeiro Periquito desta variedade surgiu na Bélgica em 1872, tendo aparecido os azuis de asas cinzentas em 1928.









Violeta de Asas Cinzentas



O Factor Arco Iris

O Arco Íris, tal como o Lacewing, não é nenhuma variedade, mas a combinação de várias mutações.

O Arco Íris é a combinação do azul com o factor asas claras, o opalino e o face amarela, dando origem a aves muito coloridas. Como o factor asas claras é um factor raro, a combinação destas variedades faz com esta combinação seja ainda mais rara. A raridade de uma variedade faz com ela não seja muito grande, originando que estas aves sejam muito pequenos em relação aos outros Periquitos.

Em termos de reprodução, é a conjugação algo complicada com variedades recessivas como o Asas Claras e o Azul, dominantes como o Face Amarela e ainda factores ligados ao sexo como o Opalino.




Arco Iris




O Factor Corpos Claros


O factor Corpos Claros é caracterizado pela diluição da cor do corpo destes Periquitos em relação aos normais, sem acontecer o mesmo com as marcas escuras. Existe um contraste notório entre a claridade do corpo e as marcas escuras no dorso, asas e cauda.

Existem dois tipos de corpos claros, tendo um as marcas mais escuras do que nos normais, com a mesma tonalidade em todo o corpo e outro cujas marcas se vão diluindo desde o topo das asas até as rémiges, onde a sua diluição é mais notória. A primeira é dominante, sendo, a segunda, ligada ao sexo mas dominante em relação ao factor ino. A primeira variedade é conhecida por Corpos Claros Easley, criador que conseguiu esta mutação, nos EUA. A segunda variedade é também conhecida por Corpos Claros do Texas, pois foi neste estado dos EUA que surgiu esta mutação.

Devido à dominância dos Corpos Claros do Texas em relação ao factor Ino, um Ino não pode ter as marcas de um Corpos Claros como pode acontecer, por exemplo, com o Opalino, o Spangle ou o Cinzento. Sendo assim, um Ino não pode ser Corpos Claros nem portador de Corpos Claros. Do mesmo modo, uma ave normal não pode portadora simultaneamente de corpos claros e Ino, mas um Corpos Claros pode ser portador de Ino.

As aves têm olhos pretos com a íris branca, sendo as manchas da face violeta sem qualquer diluição em relação aos normais. A diluição da cor do corpo em relação aos normais deve ser pelo menos de 50%, sendo os spots de as marcas das costas e asas pretas. As rémiges são cinzentas pálidas e a cauda azul escura.

Esta mutação surgiu nos Estados Unidos em 1954, tendo sido trazida para a Europa cerca de 30 anos depois.

uma variedade considerada rara e ambos os tipos desta mutação são reconhecidos como standards diferentes pela WBO.




Corpos Claros do Texas Cinzento



Corpos Claros do Texas Opalino Verde Claro








O Factor Arlequim Australiano


O factor Arlequim Australiano caracteriza-se pela existência de partes completamente amarelas ou brancas. O Arlequim Australiano tem manchas amarelas ou brancas, consoante a ave seja verde ou azul, respectivamente. Existe uma mancha localizada na nuca, nas pontas das asas, na cauda e uma lista horizontal a seguir ao meio do corpo. Como em todos os arlequins, o amarelo ou branco são puros, não se notando qualquer mancha nem variação mesmo conjugados com qualquer outra variedade. Nas aves de exposição o amarelo ou branco não pode exceder 50% do corpo, as rémiges e as penas compridas da cauda devem ser totalmente amarelas ou brancas. As manchas da face devem ser violeta e devem ser visíveis seis spots assimetricamente colocados na máscara. Sempre que o amarelo ou branco apaguem as manchas da face ou os spots total ou parcialmente são susceptíveis de penalizações nas exposições. Os olhos são pretos com a íris branca e as patas azuis ou cor de rosa.

O modo de reprodução desta variedade é dominante.

A quantidade de manchas claras e a sua colocação é aleatória, podendo aves muito claras dar origem a aves muito escuras e vice-versa. Do mesmo modo aves com falta de spots poderão dar origem a aves com todos os spots, sendo o contrário também válido.

O primeiro Periquito Arlequim Australiano surgiu na Austrália em 1935.



Arlequim Australiano Azul Celeste




Arlequim Australiano Azul Celeste







O Factor Rémiges Claras

O factor Rémiges Claras é uma variedade malhada e caracteriza-se pela existência de partes completamente amarelas, no caso Periquitos verdes, ou brancas, no caso dos Periquitos azuis, sendo que as partes claras se cingem a uma mancha na nuca, às rémiges e cauda. Em todas as restantes partes do corpo são iguais às aves normais.

Estes Periquitos têm a máscara igual ao dos Periquitos normais, com seis spots e as manchas violetas. Os olhos são pretos com a íris branca e as patas azuis ou cor de rosa.

Embora que no standard o corpo é totalmente verde ou azul, o que acaba sempre por acontecer é que o amarelo ou branco da máscara se prolonga um pouco pelo corpo.

Quando são portadores de arlequins recessivos e cruzados com arlequins recessivos dão origem a aves completamente amarelas ou brancas.

O modo de reprodução desta variedade é dominante.



Rémiges Brancas Azul Celeste







O Factor Arlequim Holandês


O factor Arlequim Holandês caracteriza-se pela existência de partes completamente amarelas ou brancas. No Arlequim Holandês tem manchas amarelas ou brancas, consoante a ave seja verde ou azul, respectivamente, embora a quantidade de amarelo ou branco seja menor do que nos Arlequim Australiano. Existe uma mancha localizada na nuca, nas das asas, apenas são amarelas ou brancas as rémiges e as penas das asas perto delas e na cauda. No corpo normalmente só existe uma mancha no papo amarela ou branca. O máximo de amarelo ou branco permitido em exposições é de 50%, não sendo permitidas quaisquer manchas na fronte. As manchas das faces são violeta e a ave deve apresentar os seis spots no mesmo local das aves normais. A cera é azul nos machos e castanha nas femeas, os olhos são pretos com a íris branca e as patas azuis ou cor de rosa.

O modo de reprodução desta variedade é dominante.

A quantidade de manchas claras e a sua colocação é aleatória, podendo aves muito claras dar origem a aves muito escuras e vice-versa. Do mesmo modo aves com falta de spots poderão dar origem a aves com todos os spots, sendo o contrário também válido.

O primeiro Periquito Arlequim Holandês surgiu na Holanda em 1940.




Arlequim Holandês Slate Azu






Arlequim Holandês Verde






O Factor Arlequim Dinamarquês


O factor Arlequim Dinamarquês caracteriza-se por manchas em amarelo ou branco dispersas por todo o corpo, sendo essas manchas completamente puras, não havendo nelas qualquer diferença no tom do amarelo ou branco independentemente do tom do verde ou azul da ave.

Este factor transmite-se de forma recessiva, sendo considerada uma variedade rara. Para se tentar aumentar o seu tamanho e apurar a sua forma não se devem acasalar estes arlequins entre sí, mas tentando o cruzamento com outras aves mais apuradas. A grande vantagem desta variedade é que se conseguem identificar a quase totalidade dos portadores desta variedade, uma vez que possuem algumas penas amarelas ou brancas nas aves normais.

Ao contrário dos Arlequins australianos, a parte superior do corpo é predominantemente amarela ou branca, enquanto que na parte inferior predomina o verde ou azul. Por vezes a fronte não é totalmente amarela ou branca, prologando-se as riscas até à cera, mesmo quando as aves já são adultas, tal como acontece nos face preta, embora tal não seja permitido nos concursos. Para que estas aves possam ser apresentadas em concursos, as partes pretas nas asas destas aves devem preencher apenas entre 10 a 20% das mesmas. Os spots quando existem, devem ser, no máximo três em cada parte da máscara, nos mesmos locais das aves normais. A cera é cor de rosa nos machos e castanha nas fêmeas, as patas são cor de rosa, o bico cor de laranja e os olhos e a íris são escuros. As manchas das faces são violetas, brancas prateadas ou uma mistura das duas cores. As rémiges e as penas grandes da cauda são brancas nos pássaros azuis e amarelo mais claro do que a cor do corpo, nos verdes. As fêmeas têm tendência a ter mais manchas escuras nas asas do que os machos, chegando a haver fêmeas com as asas semelhantes às dos Periquitos normais.

Por vezes é difícil distinguir um Arlequim Dinamarquês de um Arlequim Australiano porque podem aparecer arlequins com poucas marcas escuras no corpo. No entanto, o facto da íris dos olhos ser escura nas aves adultas, é a forma mais segura de distinguir esta variedade das outras arlequim, já que nas outras formas de arlequim a íris é branca nas aves adultas. Nos machos adultos a cera é rosa e nos outros arlequins, azul.

O cruzamento de Periquitos desta variedade com variedades Arlequim rémiges claras permite o aparecimento de Periquitos totalmente amarelos ou brancos, sem qualquer vestígio de marcas características de todas as variedades incluindo Lutinos e Albinos. Os olhos destas aves são pretos, como em todas as variedades de arlequins.

Os primeiros Arlequim Dinamarquês surgiram na Dinamarca em 1932.




Arlequim Dinamarquês Violeta



Arlequim Dinamarquês Azul Cobalto








Amarelos e Brancos de Olhos Negros


Os Amarelos e Brancos de olhos pretos também não são uma mutação mas a combinação de duas variedades distintas.

Conseguem-se produzir aves totalmente amarelas e brancas sem qualquer vestígio de outras cores ou marcas, ao contrário do que acontece com os Lutinos e Albinos ou mesmo com os Spangle de duplo factor.

A cera é cor de rosa nos machos e castanha nas fêmeas e o bico cor de laranja, sendo as manchas das faces brancas nas aves amarelas e brancas. Os olhos e a íris são escuros, sendo as patas cor de rosa. Os branco são totalmente brancos, enquanto que os amarelos têm as manchas da face brancas e as rémiges e penas grandes da cauda num tom de amarelo mais claro do que no resto do corpo.

A cor destas aves é tão pura que não se consegue saber se a ave tem ou não factor escuro, cinzento, opalino, canela, spangle ou outro. É produto do cruzamento de Arlequins Recessivos com Arlequins de Rémiges Claras. O cruzamento deve ser feito entre um elemento arlequim recessivo e outro dominante que seja portador de recessivo.

Como características que os diferenciam de outras variedades semelhantes, temos a cera nos machos e a cor dos olhos com a íris preta igual à dos Arlequins recessivos. Os Lutinos e Albinos são semelhantes mas com marcas ténues no corpo e têm olhos vermelhos. Os Spangle de duplo factor não têm também marcas no corpo mas têm a íris branca como nos Spangle de factor simples. Nos machos adultos a cera é azul como em todos os Spangle, ao contrário do que acontece com esta variedade em que a cera é rosa. Os Spangle de duplo factor também podem ter penas no corpo verdes ou azuis, ao contrário das aves desta variedade que são completamente amarelas ou brancas.



Branco de Olhos Negros







O Factor Slate


O factor Slate caracteriza-se por uma cor intermédia entre o verde e o verde cinzento, no caso das cores verdes, e entre o azul e o cinzento, no caso das cores azul. As restantes marcas são semelhantes às dos Periquitos normais. As manchas da face são violeta escuro, as rémiges pretas e as penas grandes da cauda são azuis muito escuras. Os olhos são pretos com a íris branca e as patas cinzentas.

A transmissão das cores é ligada ao sexo. Embora seja uma variedade relacionada com o sexo e fácil de se manter, não é uma variedade muito popular devido às cores desta variedade.

A primeira mutação desta variedade surgiu em 1943.

A designação oficial em português para esta variedade é Ardósia.




Slate Azul






O Factor Antracite


O factor Antracite caracteriza-se por uma cor extremamente escura em todo o corpo. O verde ou azul ficam praticamente pretos e as marcas das costas e asas de um preto muito carregado. As manchas da face são praticamente pretas, bem como as rémiges e as penas grandes da cauda. Os olhos são pretos com a íris branca e as patas cinzentas.

A transmissão da variedade está ainda envolta em polémica. Alguns dizem que é dominante mas o principal criador na Alemanha desta variedade, garante que a mesma tem carácter recessivo.

É uma mutação recente e por isso pouco estudada.

Daquilo que dela conheço, que é muito pouco, parece ser uma variedade recessiva, onde as aves mais escuras terão duplo factor escuro aliado ao antracite. Possuo um macho antracite e cruzei-o com uma fêmea azul celeste e todas as 5 crias são azul cobalto. Apenas com estes resultados, que são poucos, tudo leva a crer que o macho seja antracite malva e que o factor antracite seja recessivo.

A primeira mutação desta variedade surgiu em 1998, não fazendo ainda parte dos standards da WBO.




Antracite Azul






O Factor Face Preta


O factor Face Preta ou Blackface é uma mutação de Periquitos das mais recentes que se conhecem, tendo aparecido na Holanda em 1992.

Sabe-se ainda muito pouco acerca desta variedade mas pensa-se que a sua transmissão é recessiva, tornando a sua evolução mais lenta.

AComo as fotos documentam, a face é praticamente preta o ondulado das costas aparece também em quase toda a parte do corpo. As aves apresentadas são de tamanho pequeno, sendo necessário cruza-las com aves maiores para que a variedade atinja padrões de exposição.

Esta ave foi obtida por um criador holandês que se recusou a ceder estes pássaros a outros criadores, limitando a sua fixação e desenvolvimento.

Esta variedade não aparece incluída nos standards de cor da World Budgerigar Organisation.


Face Preta Violeta


Face Preta Canela Verde Claro







O Factor Poupa


Existem algumas variedades de Periquitos de poupa, todas elas de carácter dominante. Existem poupas circulares, semicirculares e de tufo como se pode ver a figura em baixo. Existe ainda a poupa japonesa em que, para além da alteração na plumagem na cabeça, essa alteração propaga-se a algumas penas das asas.

Uma ave com uma determinada poupa pode dar origem a outra com qualquer tipo de poupa. Assim, uma ave de poupa circular pode ter filhos sem poupa, com tufo, com poupa semicircular ou com poupa circular.

Consegue-se saber se uma ave tem poupa a partir dos 12 dias, embora só se consiga saber o tipo de poupa a partir dos 20 dias.

Embora seja uma variedade dominante, podem-se obter pássaros com poupa a partir de pássaros sem poupa. Esta situação explica-se através da existência de pássaros aparentemente normais mas com o gene poupa. Através de alguns estudos chegou-se à conclusão que a maioria dos poupa de factor simples não apresentam qualquer tipo de poupa, apesar de geneticamente terem esse factor. Esta situação é descrita com mais pormenor num artigo, disponível na respectiva rubrica.

O primeiro Periquito de poupa surgiu no Canada em 1939.




Azul Malva de poupa circular




Verde Claro Opalino de tufo







Outros factores

O Mottle

O Mottle é semelhante ao Arlequim Dinamarquês. A principal diferença é que à nascença, estas aves são idênticas às normais. Á medida que a ave vai envelhecendo, o amarelo + ou o branco vão aparecendo por todo o corpo.

A transmissão desta variedade é recessiva.

As primeiras aves desta variedade surgiram em 1967 na Austrália.

No hemisfério norte este factor não é transmissível, sendo apenas um defeito na pigmentação das aves.










Os Bicolores

Os Periquitos bicolores são o resultado de uma perturbação dos cromossomas, sendo metade verdes e metade azuis, metade machos e metade fêmeas. São por consequência estéreis.

Existem outros tipos de bicolores, chegando a acumular 4 mutações numa só ave e que não são estéreis mas não transmitindo estas características à sua prol.









Os Frisados


Esta é uma mutação extremamente rara e não reconhecida. Esta mutação afecta as penas da cabeça e dos ombros, tendo as aves poupa e as penas frisadas nas asas.

É também conhecida por poupa japonês, sendo muito apreciada no Japão.









Os Feather Duster

Esta mutação caracteriza-se pelo crescimento continuado das penas. Estas aves têm um tom de voz muito alto ou demasiadamente baixo, sendo por vezes mudas. Este factor origina graves problemas de mobilidade, e de alimentação uma vez que a ave se encontra em muda permanente e que as penas não param de crescer. Têm um tempo de vida médio esperado entre os quatro e os oito meses.