2 de dez. de 2010

genética nos Periquitos Ondulados

A genética nos Periquitos Ondulados

Muitos criadores consideram a genética um assunto complicado e distante, mas como criadores de Periquitos, e com o número das variedades e de cores existentes, é importante termos algum conhecimento sobre a reprodução das cores. Este artigo apenas foca a base da genética da reprodução das cores e das variedades, e destina-se mais a novos criadores do que a criadores experimentados.

Uma grande parte do conhecimento da genética, foi obtido quando Gregor Mendel, um monge Austríaco do séc. XIX, publicou as suas observações científicas em 1866. Após estudar durante muitos anos as plantas e o cruzamento entre plantas diferentes e de ter anotado os resultados obtidos durante esse período, Mendel concluiu que a existência de algumas características, entre as quais a cor, se deve à existência de um par de unidades elementares de hereditariedade, agora conhecidas como genes.

A teoria de Mendel sobre a hereditariedade, foi a base que muitos cientistas seguiram durante o final século XIX e princípio do século XX para a produção de plantas e animais. O Dr. H Duncker e C H Cremer de Brémen, na Alemanha, aplicaram as leis de Mendel aos Periquitos, perto de 1920, e estas leis tornaram-se universalmente aceitas pelos criadores. Estas leis são usadas na criação de Periquitos para prever as características das cores e variedades das crias de um casal em particular.

Cada pássaro tem, no seu código genético, um conjunto de 26 corpos microscópios conhecidos por cromossomos. Este conjunto de cromossomos está duplicado em cada célula do pássaro. Cada cromossomo forma uma cadeia diferente de genes ou factores que controlam as várias características hereditárias do pássaro. Essas características hereditárias incluem o tamanho dos spots, a forma da cabeça, a cor, o sexo, a estrutura, o tamanho e a textura das penas, etc. Os 26 cromossomos estão associados em 13 pares de igual tamanho, excepto pelo par de cromossomos que controla o sexo da ave. Os pares de genes em cada cromossomo, são chamados Allelmorphs ou Alelos.

Um par de alelos pode ser igual ou diferente. Se um par de alelos é idêntico, dizemos que o pássaro é homozigoto para esse gene em particular, ou como é dito actualmente, é de factor duplo. Se um par de alelos for diferente, então o pássaro é heterozigoto para cada gene, ou seja, é de factor simples.

Uma mutação é um acidente genético onde um gene ou um conjunto de genes muda. No entanto, uma mutação viável é um evento raro, e por isso na população selvagem de Periquitos, o gene original é o mais comum. Estes genes originais são chamados genes tipo selvagem e a partir destes genes selvagens são chamadas mutações. Um mutante pode diferir em mais ou menos maneiras do tipo selvagem. Obviamente, algumas mutações podem ocorrer mais facilmente do que outras e daí serem mais frequentes.

No acoplamento, o esperma do macho fertiliza o óvulo da fêmea para produzir o ovo. O esperma e o óvulo são células que contêm só um cromossomo de cada par de cromossomos. Qual a metade do par de cromossomos está incluída no esperma ou no óvulo é uma questão de probabilidade. Assim, o ovo fertilizado tem um conjunto de cromossomos no qual cada par de cromossomos tem um cromossomo de cada pai. Assim, cada gene dos pais contribui para cada característica da cria.

Existe uma complicação da genética para este processo chamado “Crossing-over”. Isto ocorre durante essa parte da produção do esperma e do óvulo quando dos cromossomos se juntam. Nesta altura, um par de cromossomos pode tornar-se presos em certos pontos, como um par de balões emaranhados entre si. Os segmentos entre estes pontos podem mudar ou “Cross-over”. Assim o cromossomo no esperma ou num óvulo pode ser uma mistura do par de cromossomos dos pais. “Crossing-over” para um par de cromossomos em particular, tende a ocorrer nas mesmas posições. Isto significa que genes encontrados no mesmo segmento estarão sempre associados ou ligados uns com os outros.

O Carácter do sexo

Como foi mencionado atrás, o par dos cromossomos que controlam o sexo não têm comprimentos iguais. Os cromossomos sexuais da fêmea, chamados pelas letras X e Y, são de comprimentos diferentes. Y que é o membro mais curto desse par e que não transmite nenhum gene do sexo. O macho tem um par dos cromossomos sexuais do mesmo comprimento, referidos como XX. Um macho e uma fêmea dão origem a um número de crias machos e fêmeas em média em igual número. Isto acontece porque a célula do esperma do macho transporta metade da cadeia de pares de cromossomos, combina com a célula do ovo da fêmea que também contem metade da cadeia de pares de cromossomos, formando uma completamente nova cadeia de cromossomos.

O carácter portador

Um casal de aves de uma determinada cor “fenótipo” consegue dar origem a outras cores se a sua genética “genótipo” diferir da sua aparência ou fenótipo. Esses pássaros impuros são conhecidos por “portadores” e indicados com uma linha obliqua “/”.

Os caracteres dominantes e recessivos

Os genes das cores são “dominantes”, como o verde, ou “recessivos”, como o azul. Um pássaro que tem um gene dominante numa metade de um par de cromossomas terá a mesma cor do que se tivesse ambas as metades. As cores recessivas só se mostram se tiverem ambas as metades do par de cromossomos. Os genes das cores podem ser transportados num número diferente dos pares de cromossomos. Um pássaro pode então ter uma cor dominante e ter geneticamente uma ou mais cores recessivas escondidas mas não ao contrário. Assim, pode-se dizer que na forma mais simples de interacção entre dois alelos diferentes, um é dominante e o outro recessivo, isto é, o alelo dominante controla o carácter. Por exemplo, quando o gene verde (isto é, o gene com o código para penas verdes) e o gene azul estão no par do alelo, o pássaro é verde porque o gene verde é dominante em relação ao gene azul. Por causa da interacção de alelos diferentes, a composição física de um pássaro (o seu fenótipo) pode ser diferente de sua composição genética (o seu genótipo). Na herança da cor, podem ser feitos os seguintes agrupamentos:



As mutações dominantes são:

Verdes (em todas as formas)
Arlequins dominantes
Cinzentos
Rémiges Claras
Violetas
Spangles ou Perolados
Face Amarela
Poupa

As mutações recessivas são:

Azuis (em todas as formas)
Arlequins recessivos
Fallows ou Fulvos
Diluídos
Asas Cinzentas
Asas Claras
Antracite
Saddleback ou Selados

O gene de um carácter dominante pode existir como um único ou com dois factores ou factor duplo. A sua determinação é somente possível pela experimentação quando se acasala com um normal puro. Não é possível para nenhum pássaro ser “portador” de um carácter dominante.

As várias regras que regulamentam a descendência do carácter dominante são:

Acasalamentos Expectativas

1) Dominante (um factor) × Normal  =  50% Dominante (1f) e 50% Normais
2) Dominante (dois factores) × Normal   = 100% Dominantes (1f)
3) Dominante (1f) × Dominante (1f)  = 25% Dominante (2f)  e 50% Dominante (1f) e 25% Normais
4 )Dominante (2f) × Dominante (1f)  = 50% Dominante (1f) e 50% Dominante (2f)
5 )Dominante (2f) × Dominante (2f)  = 100% Dominante (2f)

As regras para a produção de um carácter recessivo são as seguintes:

Acasalamentos Expectativas

1) Recessivo × Normal   = 100% Normal/Recessivo
2) Recessivo × Normal/Recessivo  = 50% Recessivo e 50% Normal/Recessivo
3) Recessivo × Recessivo  = 100% Recessivo
4) Normal/Recessivo × Normal/Recessivo  = 25% Recessivo e 50% Normal/Recessivo e 25% Normal
5) Normal/Recessivo × Normal  = 50% Normal/Recessivo e 50% Normal

Do quadro anterior pode ser deduzido que não existe vantagem nos acasalamentos das regras 4 e 5 porque muitas aves portadoras e normais e não existe maneira de as distinguir.

O Carácter Escuro

Tal como o gene da cor é dominante ou recessivo, existe o gene da profundidade da cor que se chama “Factor Escuro”, representado pela letra “E”. O gene escuro não é responsável pela cor propriamente dita, mas sim pela sua tonalidade. Este gene funciona independentemente de qualquer gene da cor. A teoria usada para estabelecer os diferentes tons de cores é conhecida por Dominante Incompleto. A ausência do gene escuro é representada por “ee”, a sua presença com um factor representa-se por “Ee” e com duplo factor por “EE”.

Cor base :  

Verde
Azul

Sem factor escuro (Factor Claro) - ee

Verde Claro
Azul Celeste

Um factor escuro (Factor Médio) - Ee

Verde Escuro
Azul Cobalto

Dois factores escuros (Factor Escuro) - EE

Verde Azeitona
Azul Malva

Os resultados e percentagens das crias do acasalamento de Periquitos relativamente ao factor escuro são regulados pelas leis de Mendel. É importante entender-se que, quando são dados resultados em percentagem, essas percentagens são calculadas para um grande número de casais com a mesma combinação e não apenas para uma só ninhada. Os resultados dos acasalamentos com as várias tonalidades podem ser sumarizados nas seguintes:

Casais Expectativas

EE × EE  = 100% EE
EE× Ee  = 50% EE e 50% Ee
EE× ee  = 100% Ee
Ee × Ee  = 25% EE e 50% Ee e 25% ee
Ee × ee  = 50% Ee e 50% ee
ee × ee  = 100% ee

As unicas variedades dominantes incompletas são factor escuro, o factor Spangle e o factor Spangle Melânico. São dominantes incompletas porque as aves de factor simples são diferentes das aves com dois factores, ao contrário do que acontece nos dominantes.

Os caracteres ligados ao sexo

Outro modo de reprodução é o carácter recessivo ligado ao sexo. Com este carácter, os genes relevantes ocorrem somente no cromossomo do sexo “X”. Conforme o mencionado anteriormente, a fêmea só tem um “X” no cromossomo do sexo, daí que a fêmea não pode ter um gene ligado ao sexo, não podendo ser portadora de factor ligado ao sexo. Consequentemente o seu fenótipo é sempre o mesmo do seu genótipo. No entanto, o macho pode ser portador de genes ligados ao sexo. Isto acontece porque os machos de variedades ligadas ao sexo podem ter esse gene num ou em ambos os seus cromossomos sexuais, enquanto as fêmeas de variedades ligadas ao sexo têm só metade dos seus pares de cromossomas sexuais que podem transmitir os caracteres de cores ligados ao sexo, sendo que a outra parte determina o sexo real.

As variedades que obedecem à teoria da ligação ao sexo são:

Opalinos
Canelas
Lutinos e Albinos
Lacewings ou Asas de Renda
Slates ou Ardósias
Corpos Claros do Texas (mas dominante em relação ao factor Ino)

As cinco possibilidades de acasalamentos através da teoria da ligação ao sexo são, usando as seguintes abreviaturas:

CLS para caracteres ligados ao sexo
NL para caracteres não ligados ao sexo
NL/CLS para não ligados ao sexo e portadores de ligados ao sexo

Acasalamentos Expectativas

1) Macho CLS cock × Fêmea CLS  = 50% machos CLS e 50% fêmeas CLS
2) Macho CLS × Fêmea NL  = 50% Machos NL/CLS e 50% Fêmeas CLS
3) Macho NL × Fêmea CLS  = 50% Machos NL/CLS e 50% Fêmeas NL
4) Macho NL/CLS × Fêmea CLS  = 25% Machos CLS e 25% Machos NL/CLS e25% Fêmeas CLS
 e 25% Fêmeas NL
5) Macho NL/CLS × Fêmea NL  = 25% Machos NL e 25% Machos NL/CLS e 25% Fêmeas CLS
e 25% Fêmeas NL

Com estes conhecimentos de genética podemos entender como obter ou como foram obtidas determinadas cores ou variedades nos Periquitos Ondulados.



Autor: Ghalib Al-Nasser   

ensinamentos de Rolli Bruch

Os ensinamentos de Rolli Bruch


De Jaraguá do Sul/SC, Rolli Brusch é criador renomado de Periquitos Ondulados Australianos (padrão inglês), foi campeão nacional durante anos seguidos, e do Hemisfério Sul, e é Juíz da FOB. Conversar com o Rolli sobre aves e criação é fascinante, sentimos-nos como um aluno de orelha em pé querendo aprender e seguir seus caminhos. Descubra aqui um pouco mais sobre como foi seu início com as aves e sua trajetória. Leia também seu blog : http://rollibruch.blogspot.com/

1 - O que motivou você a iniciar-se na criação de aves? Há quanto tempo isso ocorreu?
A motivação, na realidade, foi uma sugestão de um cardiologista, quando fui me consultar por estar sentindo dores no peito. Após todos os exames, ele me disse que não havia nenhum problema para eu estar sentindo essas dores, mas observou um elevado índice de estresse. Perguntou-me se eu tinha algum hobby e como a minha resposta foi não, e como ele sabia que eu me dedicava exclusivamente ao trabalho, sugeriu que eu me dedicasse, nas horas vagas, a plantas ou criação de algum animal. Perguntou-me, inclusive, o que eu preferiria criar. Respondi-lhe: Pássaros !!! (é que nos anos 60, quando trabalhava no Banco do Brasil, eu tinha uma belíssima criação de Canários de Cor). Curiosamente, quando saí do consultório, cheguei ao meu escritório e vi, num jornal de Blumenau, que naquele final de semana iria acontecer nessa cidade o Campeonato Brasileiro de Ornitologia, perto de minha cidade. No final de semana fui para lá e quando cheguei ao Pavilhão de Exposições, fiquei extasiado com a beleza dos Agapornis, recém chegados ao Brasil. Consegui, com muito custo, comprar meu primeiro casal. Iniciei minha criação com agapornis, isso em 1988, tornando-me logo depois, Juiz da FOB. Mas, em 1991, ao apreciar um Campeonato Brasileiro, em São Paulo, gostei muito dos Periquitos Ondulados Australiados (conhecidos como POAS), padrão inglês, e nesse evento acabei adquirindo alguns "refugos" que estavam à venda. Separei dois casais, colocando-os em duas gaiolas de criação. Depois de 3 meses, um dos casais presenteou-me com 4 filhotes maravilhosos, um deles, no ano seguinte, foi o melhor macho da Exposição do Campeonato Catarinense.

2 - Quais aves você cria atualmente? O que fez você se fascinar por elas?
Hoje dedico-me quase que exclusivamente aos POA´s, embora ainda crie agapornis, principalmente a nova mutação, os Opalinos. O que me fascina nos Periquitos é a sua docilidade ao manejá-los. Quando se entra no viveiro, eles vêm pousar sobre os ombros, cabeça, sendo extremamente curiosos. Um dos maiores criadores de Periquitos do Brasil disse-me, em certa ocasião, sabendo que eu criava Agapornis, que "quando criar periquitos você jamais vai querer saber de criar outras aves". Hoje concordo com ele ! Durante seis anos consecutivos, fui Campeão Brasileiro (1994,1995,1996,1997,1998 e 1999) e Campeão Mundial do Hemisfério Sul, em 1996, no Campeonato Mundial realizado em S.Paulo. Mas, desde 2000 não participo mais de Campeonatos, a não ser os aqui por perto, mais motivado pelo reencontro dos amigos.

3 - Quais as mutações recentes você conseguiu obter em seu plantel?
Fui o primeiro criador brasileiro a buscar periquitos junto ao Jô Mannes, em Freyburg, Alemanha, isso em 1994, quando também trouxe os primeiros Clearbodys (Corpos Claros) ao Brasil, conseguidos junto a um grande criador e amigo (recém falecido), Theo Slagmolen, da Bélgica. Lembro-me bem como esses Clearbodys eram extremamente pequenos. Hoje os encontramos no tamanho dos chamados normais. Atualmente dedico-me a aprimorar a qualidade dos periquitos, principalmente em lhes "devolver" o desenho melânico inicial das penas em diversas mutações, por exemplo: os opalinos. O que se vê hoje são opalinos que mais parecem "normalinos", além de com cabeça e pescoço “sujos”, e sem a marcação melânica do "V" no dorso. O pior, ainda, é que esses opalinos mal marcados acabam sendo premiados em julgamentos, levando o criador a uma falsa orientação do seja um verdadeiro Opalino. Além disso, estou conseguindo aumentar o tamanho dos fulvos. Hoje já possuo portadores de Fulvo que podem competir em igualdade de condições, em Campeonatos, com qualquer série normal. Já estou nesse trabalho há 3 anos. Provavelmente, já no próximo ano poderei apresentar os COP´s (Claros de Olhos Pretos) também no tamanho dos normais. Então, esses "aperfeiçoamentos" é que me dão prazer e alegria

4 - As suas conquistas como criador e ganhador de campeonatos são resultado de constante aprimoramento da técnica e da experiência. Em quem ou no que você buscou tudo isso?
O resultado positivo que tenho obtido em minha criação é oriundo de leitura de revistas alemãs e inglesas, principalmente dos artigos publicados pela Wellensittich Welt (o mundos dos Periquitos). Um exemplo: toda semana coloco nas voadeiras um galho com folhas de Eucalipto. Essa árvore, originária da Austrália, como também são os Periquitos, possui uma seiva que é importantíssima para regular a flora intestinal deles, além de servir (os galhos) como objeto de recreação ou brincadeiras (filhotes).

5 - Um bom criador tem que ser sistemático? Por que?
Um bom criador, na minha ótica, tem que ser sistemático naquilo que já tenha realizado e produzido bons resultados, e não seguir palpites sem embasamento. A mudança constante na alimentação, por exemplo, pode trazer resultados desastrosos. Em tese, não se muda o que deu certo.

6 - Quais seus pensamentos sobre a consanguinidade?
Eu a pratico desde que comecei a criar, evidentemente orientado por ensinamentos que recebi do Jô Mannes e do Theo Slagmollen, já citados anteriormente. Assim, todos meus periquitos, hoje em torno de 700, são parentes entre si. É evidente que há de se cuidar muito para que essa consanguinidade não seja "muito apertada". ex: pai x filha ou mãe x filho, irmão x irmã, etc. É lógico que muitas vezes somos abrigados a valer-nos desses acasalamentos para fixar o máximo das qualidades positivas de um pássaro excepcional. Mas não pode ser de forma continuada, ou melhor, sempre continuar com essa fórmula. O ideal é usar tios x sobrinhas, avós x netas ou netos, primos etc. Mas antes de juntar um casal deve-se verificar cuidadosamente qualquer defeito que possam apresentar. Essa verificação vai desde o tamanho da cabeça, tamanho das pintas, posicionamento das asas, elegância no poleiro, etc., etc. Outra particularidade (importante) a observar é o tamanho das penas. Sabemos que existem 3 tamanhos de penas no periquitos: a Yellow (curta), a pena média e pena longa. Jamais devemos acasalar dois penas longas, porque além de, normalmente, não serem bons reprodutores (mas ótimos para exposição) produzirão filhotes "buff" ( penas muito longas) que, quase sempre, terão encravamento de penas primárias e retrizes. O ideal é usar, ou dois penas médias, ou um pena curta X um pena longa e assim por diante. Levará tempo para o criador aceitar ou fazer dessa forma. Normalmente ele acha que se juntar campeões de exposição terá filhotes fantásticos. No entanto, a decepção será grande.

7 - Quais as principais dicas você daria para quem pretende tornar-se um criador?
Para quem pretende tornar-se um criador, aconselho procurar, antes de comprar qualquer ave que lhe ofereçam, conhecer o criadouro de quem está comprando. Se nesse criadouro houver "barulho" a ponto de quase não se poder falar, é sinal de que os pássaros estão bem de saúde. Verificar a higiene das instalações, inclusive dos poleiros. E nunca iniciar com aves caras, principalmente os campeões de Exposições, porque normalmente não são bons reprodutores. Compre, se insistir ter essa linhagem, os irmãos, mesmo que fenóticamente (as características externas como penas, porte, etc.) não tenham a qualidade dos da exposição. Mas eles têm a mesma carga genética daqueles, e isso é o que interessa.

ÍTENS QUE VALORIZAM UM PERIQUITO INGLÊS

ÍTENS QUE VALORIZAM UM PERIQUITO INGLÊS.

Beleza e elegância são sem dúvida os dois fatores mais importantes, porém nem sempre estão totalmente juntos. A elegância está no equilíbrio entre corpo, cabeça e postura.




O periquito inglês é como um modelo que se apresenta em uma passarela, e fica evidente a exigência de uma boa postura junto ao poleiro. Isto já é o suficiente para desclassificar aqueles que ficam quase deitados ao pousar, constituindo um defeito imperdoável, pois ele deve pousar impecável numa posição imitando os ponteiros do relógio quando marcam 11h25min. Onde sua cabeça é o ponteiro das horas e sua cauda aponta para os 25 minutos (ou 01h35min, da mesma forma). Proporcionalidade do corpo acima e abaixo do poleiro, ou seja, nem muito esticado nem muito encolhido.

Proporcionalidade entre o corpo e a cabeça é fundamental, não adianta ser grande com cabeça pequena. O volume do corpo é um fator importante e pode ser avaliado quando o pegamos com uma das mãos. É motivo de satisfação para um criador quando sente que seu periquito “enche a mão”, demonstra massa muscular bem desenvolvida, portanto, saúde.

Neste momento aproveita para avaliar a plumagem a qual demonstra qualidade superior quando abundante e de textura fofa. Alguns periquitos são muito finos de corpo, apresentam ombros estreitos e isto o desvaloriza, dando-se maior interesse aos de “ombros largos”, apresentando maior massa peitoral.

Na cabeça devemos observar o topete, ou a coroa (fronte), que é branca nos periquitos azuis e amarela nos verdes. Esta deve ser limpa de pontos pretos, (principalmente nos opalinos), devendo ser branca, amarela ou creme em alguns casos. As pintas do colar devem ser grandes, bem destacadas, possuírem equilíbrio em relação á máscara. A máscara também conhecida por babador é a parte onde ficam as pintas e devem ter um comprimento (profundidade), compatível com a coroa, não causando a impressão de enforcado.

Atualmente tem-se observado uma grande tendência nos campeonatos nacionais e internacionais em valorizar-se bastante o tamanho e largura da cabeça em conjunto com a profundidade e largura da máscara. Sem dúvida se torna bastante competitível e fascinante o trabalho genético na busca pelo padrão ideal.

Periquitos Asas de rendas

Periquitos Asas de rendas

É assim que são conhecidos em Portugal, "asas de rendas". Não muito diferente, chamamos asas rendadas aqui no Brasil.
Existem rendados amarelos e rendados brancos, possuem os olhos vermelhos como nos lutinos e nos albinos, porém apresentam melanina marom (canela). Tanto nas asas como no colar a cor é o marrom. Os estudiosos dizem se tratar da mistura entre a mutação "ino" e a mutação asa canela.