3 de jul. de 2011

GLOSTER - Standart

O canário Gloster terá surgido há cerca de 80 anos, e foi o trabalho da sra. Rogerson Chelthenham que contribui para tal, ao cruzar um canário border com um canário vulgar de poupa, mas esta origem não é reconhecido por todos. Acabou por ser apresentado pela primeira vez na Inglaterra, em Londres, por volta de 1930-1932 e foi um grande sucesso. O Gloster tornou-se, sem dúvida, a raça de canários de postura mais popular. O seu baixo custo, facilidade de reprodução e a sua fisionomia simpática tornaram-no uma das raças mais procuradas pelos criadores amadores.

Apresentação
Época: ­­­mais ou menos 1930
Cor: plumagem de diversas cores excepto vermelho
Origem: Inglaterra
Particularidades: bom reprodutor, indicada para criadores inicianters
Tamanho: 11 a 12 cm

Características da raça:
É possível distinguir dois tipos de gloster:
O gloster corona: que possui coroa
O gloster consort: que não possui coroa








Gloster corona
No caso do gloster corona, a coroa deve estar bem redonda e colada ao pescoço, com um pequeno ponto central. O corpo deve ser arredondado com o dorso largo. A plumagem lisa e colada, as patas curtas e as coxas cobertas.






Gloster consort
No caso do consort as características são idênticas, mas sem coroa. A cabeça deve ser redonda e larga, com sobrancelhas bem marcadas. O bico curto e afiado.









Atenção: deve-se sempre acasalar um gloster consort com um gloster corona, pouco importa que seja o macho ou a fêmea. Nunca se deve acasalar dois coronas ou dois consortes. Nestes casos ocorrer defeitos e uma taxa de mortalidade mais elevada.
Como avaliar um gloster?


Poupa no corona: a poupa ou coroa deve ser abundante, simétrica, com um ponto central o mais pequeno possível. A poupa deve pousar sobre a nuca de forma homogénea e sem quebras
Cabeça do consorte: cabeça larga, bastante grande, com sobrancelhas bem proeminentes. O bico deve curto e cónico.
O corpo: o corpo deve ser arredondado, curto e atarracado. O peito deve ser largo sem saliências. O dorso deve ser largo, atenção as costas não devem ser planas. A fixação das asas deve ser invisível assim como o pescoço permitindo traçar uma linha ovóide entre corpo e cabeça.
A cauda: a cauda deve ser estreita, curta, com plumagem serrada e no prolongamento do corpo.
Postura: Muito importante: a ave deve adoptar uma posição semi elevada e saltar de um poleiro para outro sem excitação e nervosismo.
Pernas e patas: altura media, as coxas não devem ser observadas, e as patas sem os dedos tortos e com todas as unhas.
Tamanho: 11 a 11,5 cm
Condição geral da ave: deve-se apresentar saudável e em perfeitas condições de higiene.




Cruzamento Corona x Corona

Por vezes não é fácil para os leigos perceberem porque razão não é aconselhado o cruzamento de duas aves com corona. A explicação é que o factor “corona” é um gene dominante, a dominância de um gene em relação a outro exprime-se pelo facto de um canário heterozigótico para esse gene se exprimir fenotipicamente para esse gene. De uma forma mais simples, um canário que tenha um gene “corona” no seu património genético terá corona. A particularidade dos genes dominates é que eles são letais no estado homozigótico. O embrião que possua o gene corona duas vezes (CC) não será viável. O acasalamento de dois canários coronas é por isso um risco. O quadro seguinte ajuda a perceber melhor o resultado do acasalamento Corona x Corona.






Canários de Canto, Cor e Postura

Canários de Canto

1. Malinois
Criado na região Belga de Malines. O seu canto baseia-se em dezassete estrofes, com tons graves e altos. Também é conhecido como o cantor de água.

Malinois












2. Harzer Roller

O seu canto tem quatro estrofes. Geralmente tem um canto suave, sem estridências. Cantam com o bico praticamente fechado.

Harzer Roller

3. Timbrado Espanhol

O seu canto é mais parecido com o do canário silvestre original. É um canto vital e cheio de energia. O seu repertório também é bastante variado.

Timbrado Espanhol



Canários de Cor

Estes dividem-se em dois grupos:
lipocrómicos e melánicos.

1. Lipocrómicos
Os lipocrómicos devem o seu nome ao pigmento que têm nas suas penas que se chama lipocromo. As suas cores podem ser várias: vermelho, amarelo, branco. Dependendo da intensidade e concentração do pigmento lipocromo, podemos diferenciar três tipos de aparências. Os mosaicos são os que têm este pigmento na zona facial, peito, ombros e uropígio principalmente. Os nevados são os que têm o aspecto de neve sobre as extremidades das suas penas devido ao pigmento. Os intensos têm o lipocromo estendido por todo o seu corpo o que lhes dá uma cor uniforme.

2. Melánicos
Pelo contrário, os canários melánicos têm a característica da melanina preta ou muito escura que formam no corpo do canário formas abstractas semelhantes a estrias. Esta classe também é diferenciada de acordo com a sua categaria, isto é, mosaico, nevado ou intenso em relação ao lipocromo.

Por último, os canários melánicos dividem-se da seguinte forma:
Melánicos Clássicos:
Canário Negro
Canário Castanho
Canário Ágata
Canário Isabel

Melánicos com melanina associada às anteriores:
Canário Pastel
Canário Asa Cinza
Canário Opala
Canário Phaeo
Canário Satiné
Canário Topázio
Canário Eumo
Canário Onix
Canário Cobalto

Canários de Postura

Nesta raça, o principal é o aspecto externo do animal. O que define a ave é a sua forma e posição, não a cor.
São divididos em dois grandes grupos: Os Frizados e os de Postura Lisa.
Actualmente existem 11 raças diferentes de Canários Frizados dos quais os mais imponentes são o Frizado Gigante Italiano e o Frizado Parisiense.

Os mais populares são os Canários de Postura de Plumagem Lisa dos quais se destacam:
Gloster
Tem uma plumagem suave e sedosa e o seu tamanho é reduzido, cerca de 11 centímetros. Existe com e sem poupa (Corona ou Consort).

corona e consort


Border
Tem a cabeça bem redonda. Os seus olhos são grandes e o bico relativamente curto. Corpo bem arredondado, tanto peito como dorso e plumagem bem brilhante. O seu tamanho anda à volta de 14,5cm mas admitem-se maiores.
Border












Crest
Existem duas variedades. Crested e Crestbred. O primeiro tem uma coroa que lhe tapa os olhos, com uma cabeça grande e arredondada. Tem também uma plumagem vasta. O Segundo tem uma cabeça larga em todos os sentidos. Geralmente mede uns 17 centímetros.
Crest















Norwich
É um canário curto e redondo cujo peito é cheio e largo. A cabeça é também redonda, larga e cheia com a fronte elevada e bico curto. A sua cauda é curta e cerrada. O seu tamanho é cerca de 16 cm

Norwich











Yorkshire
Trata-se de um canário de 17 centímetros de comprimento no mínimo, com a cabeça cheia e redonda. A sua posição é erguida e altiva. O seu corpo é redondo e afunila em direcção à cauda.

Yorkshire

ÁGATAS OPALINOS

Revista CPCCF - Junho/2001

O objetivo deste artigo é auxiliar os criadores na seleção de seus pássaros para concurso, bem como divulgar essa maravilhosa série de cores.
A mutação opalino é recessiva autossomal, ou seja, não está ligada ao sexo e é recessiva em relação ao não opalino. Na prática temos os seguintes acasalamentos:

PORTADOR X PORTADOR resulta em:
25% de filhos OPALINOS
50% de filhos PORTADORES
25% de filhos ÁGATAS NORMAIS

OPALINO X OPALINO resulta em:
50% de filhos OPALINOS
50% de filhos PORTADORES

OPALINO X OPALINI resulta em:
100% de filhos OPALINOS

Apesar de a mutação opalino ser conhecida desde 1958, o cientista holandês Frans Kop nos deu maravilhosa contribuição para melhor compreendermos como a mutação atua na pigmentação das penas. A mutação atua nos melanócitos (Células de melanina) de forma a torna-los menos eficientes na sua função de transferência de melaninas aos queratinócitos (células de queratina, que irão formas as penas). Em suas pesquisas, Frans Kop também constatou que esse reduzido depósito de melaninas é feito no lado inferior das penas. Estas alterações atuam visualmente na plumagem do Ágata de duas maneiras:

- Forte redução da feomelanina. (Quando esta ainda existir no ágata clássico).

- Inversão e redução da eumelanina negra.

Nas figuras a seguir podemos acompanhar como a mutação atua na prática. Nas figuras 1, 2 e 3 vemos excelentes canários da cor clássica Ágata e, nas figuras 4, 5, e 6 vemos excelentes exemplares da mutação Ágata Opalino. Note-se que nestes exemplares não se nota presença de feomelanina (marrom) devido ao alto grau de seleção dos mesmos.

CRITÉRIO DE SELEÇÃO

Devemos preferir os pássaros isentos de feomelanina, com todos os desenhos do ágata clássico, contraste entre desenho e cor de fundo e melaninas na cor cinza azulada.
A expressão das melaninas deve ser escura cinza azulada, sem ser confundida com o cinza-chumbo dos verdes e cobres opalinos. Melaninas claras ou escuras demais são defeitos sérios.
A envoltura é indesejável, pois piora o contraste entre o desenho e a cor de fundo. Os defeitos mais comuns são pássaros com envoltura bem diluída, porém expressão de melanina muito clara, e pássaros com envoltura e expressão de melaninas oxidadas (muito escuros). Ambos os casos são indesejados e provêm de pássaros ágatas clássicos de má qualidade.
Os desenhos de dorso e flancos devem ser contrastantes e bem definidos, finos e entrecortados.
As remiges e retrizes (plumas longas das asas e cauda) devem acompanhar o tom da melanina do desenho do dorso e possuírem suas bordas diluídas e coloridas com a cor de fundo, conforme o ágata clássico.
O desenho de cabeça deve apresentar a calota em cima da cabeça, a despigmentação supraciliar, as bochechas e os bigodes. Outros defeitos bastante comuns são desenho de cabeça oxidado e estrias largas. As vezes estrias finas demais são indesejadas, quando não apresentam o contraste desejado.
Há de se ressaltar que nos mosaicos os desenhos do dorso e flancos não conseguem ser tão finos quantos nos intensos e nevados, devido a suas estruturas de pena serem diferentes.
Falamos exclusivamente de seleção de tipo dos canários ágatas opalinos, porém, não nos esqueçamos que os nossos pássaros serão julgados como um todo. Devemos sempre nos lembrar dos outros itens de seleção, que são: variedade (expressão do lipocromo), categoria (distribuição do lipocromo), plumagem, forma, tamanho, elegância e apresentação.
Este artigo não tem a intenção de encerrar o assunto mas sim o de contribuir e emitir opiniões de um criador que cria a mutação a mais de 10 anos e que apresenta excelentes resultados em concurso. Mauro Heineck cria canários a 25 anos e, em 2000, com o Canaril dos Heineck, foi hexa-campeão brasileiro da série ágata sem fator e tetra-campeão brasileiro da série ágata opalino sem fator.



Figura 1 - Ágata Prateado



Figura 2 - Ágata Opalino Prateado



Figura 3 - Ágata Amarelo Intenso



Figura 4 - Ágata Opalino Amarelo Intenso



Figura 5 - Ágata Amarelo Mosaico Macho



Figura 6 - Ágata Opalino Amarelo Mosaico macho

AS MANIFESTAÇŐES MELÂNICAS NOS CANÁRIOS DE COR

Todo criador de canários já ouviu falar exaustivamente sobre as melaninas como elemento integrante da cor dos pássaros da "linha escura". Este componente da cor, apresenta variantes extremamente interessantes e a sua compreensăo é muito importante para o nosso desempenho nos concursos. 
Tentaremos analisá-las da forma maissimples para poder melhorar o conhecimento das mesmas. 
As melâninas presentes na plumagem dos canários pode ser divididas em 2 grandes grupos: Eumelaninas e Feo_melaninas. 
TONALIDADES
Eu-melaninas: se apresentam em duas tonalidades diferentes: marrom e negra.
EU-MELANINAS NEGRAS: está presente exclusivamente nos canários cobres e suas mutaçőes e nos ágatas e suas mutaçőes.
Eu-melanina marrom: está presente nos canários canelas e suas mutaçőes e nos isabelinos e suas mutaçőes.
Feo-melanina: se apresenta numa tonalidade marrom "chocolate" ou "bege". Está presente em todos os canários da linha escura. 
A título de comentário, podemos dizer que recentemente, apareceu na Espanha uma mutaçăo que muda a tonalidade da feo-melanina de marrom para o preto, mas esta mutaçăo ainda năo está reconhecida oficialmente. 
DISTRIBUIÇĂO
As eu-melaninas, tanto pretas como marrons, se apresentam de duas formas diferentes na plumagem: 1) desenho, 2) envoltura
1)Desenho: A eu-melanina tem como característica principal a sua concentraçăo no centro das penas. A superposiçăo das penas com concentraçăo de eu-melanina no centro provoca um verdadeiro desenho na plumagem dos canários, principalmente no dorso e flanco, aparecendo estrias bem características. Nos canários cobres, azuis, verdes e canelas, estas estriais de eu-melanina devem ser o mais largas, escuras e contínuas possíveis.
Nos canários ágatas o desenho deve ser o mais fino possível, além do negro e entrecortado. 
Nos canários isabéis deve ser fina, nítida, de tonalidade bege e entrecortado. 
2)Envoltura: além da presença concetrada do centro das penas, a eu-melanina também se apresenta em forma "dispersa" em toda a plumagem formando um conjunto de tonalidade característica chamado de envoltura. 
Nos canários azuis, cerdes e cobres, a visualizaçăo da envoltura é muito fácil, considerando que a eu-melanina é negra e nesses canários deve apresentar a sua máxima expressăo. Olhando por exemplo o peito desses canários, apreciamos a presença da envoltura da eu-melanina negra sem desenho, o que facilita a compreensăo do conceito de envoltura. 
Nos canários canelas, a eu-melanina marrom também deve apresentar a maior presença possível de envoltura, dando ao conjunto de plumagem uma tonalidade marrom o mais escura possível. 
Nos exemplares ágata e isabel, a envoltura deve ser o mais reduzida possível, sendo esta característica a que mais o diferencia dos anteriores. Desta forma, quando olhamos o peito do ágata e isabéis, devemos poder apreciar a cor de fundo (branco, amarelo ou vermelho) o mais nítida possível. 
As feo-melaninas tem como expressăo mais característica, a presença na regiăo periférica das penas, sempre numa tonalidade que varia do bege ao marron "chocolate". 
IDENTIFICAÇĂO
A eu-melanina é a mais fácil de distinguir, por se tratar da única que apresenta a cor preta. As feo-melaninas e eu-melaninas marrons, apresentam bastante dificuldades quando juntas, devido a que ambas săo marrons, variando apenas a sua tonalidade, fato este que exige bastante experięncia para uma correta identificaçăo.
PADRŐES PARA JULGAMENTO
Nos canários chamados "clássicos"(azuis, verdes, cobres, ágatas, cabelas e isabéis), a presença de feo-melanina deve ser a maior possível, permitindo uma maior nitidez nos desenhos e envoltura desses exemplares.
A presença de feo-melanina também é indesejada em todas as outras expressőes melânicas em que deve aparecer desenho em forma de estrias. Desta forma podemos dizer que a presença de feo-melanina é indesejada em todas as cores de canários da linha escura. Com exceçăo dos canários canelas, pastel isabel, pastel e feos. No caso dos canários canelas opalinos, temos notado na prática que quando utilizados reprodutores com presença de feo-melanina extremamente reduzida, os filhotes apresentam um desenho extremamente reduzido, razăo pela qual temos concluído que nos canela opalinos, embora a presença de desenho eu-melânico e o elemento mais importante, podemos aumentar a carga melânica dos filhotes utilizando reprodutores com feo-melanina.
ACASALAMENTO
Feitas as observaçőes acima, devemos concluir qur dependendo da cor que desejamos obter, será um tipo de reprodutor a utilizar. Considerando por exemplo que desejamos obter um canário canela pastel de excepcionais qualidades, concluímos que devemos utilizar reprodutores com pouco desenho e bastante carga de feo-melanina, o mesmo ocorrendo com os canários feos. Já no caso dos canários clássicos, sempre devemos procurar a reduçăo da feo-melanina. Um excelente canela tem muito pouco feo-melanina, razăo pela qual deverá ser acasalado dentro de um plantel de feos. Já os melhores canelas para obter feo-inos, devem apresentar a maior carga feo melânica possível, e por este motivo, quanto melhores forem para produzir feo-inos, piores serăo como exemplares de concurso.
Como comentário final, gostaria de enfatizar como elemento de extrema importância no ęxito do seu produto, o profundo conhecimento da cor a ser desenvolvida. Utilize sempre como ponto de partida o objetivo final a ser perseguido e em funçăo dele, realizar-se os acasalamentos corretos. Quando o objetivo final é obter canários clássicos, fixe bem a sua atençăo na prioridade do desenho envoltura e ausęncia de feo-melanin, etc. conhecendo bem o seu objetivo final, tenho certeza que saberá escolher sempre o caminho certo. Boa Sorte!!
Álvaro Blasina
Juiz OBJO/FOB de Canários de Cor
Extraído Revista CEDO - 1998