30 de nov. de 2010

CORES DOS PERIQUITOS


CORES DOS PERIQUITOS


CORES

Para os criadores que queiram entender um pouco sobre este pássaro belíssimo e que possui cores das mais variadas possíveis, logo abaixo seguem algumas informações sobre cores e suas variações dominantes e recessivas.

Vale notar que todo o texto descrito neste Blog é baseado unicamente nas experiências durante a criação do periquito australiano padrão inglês realizado no Criadouro LAS.

O Criador ao ler este Blog, deverá também, acessar outros sites de criadores para se aprofundar ainda mais no quesito genética, pois a cada ano aparecem novos estudos e novas experiências neste hobby fantástico que é a criação.

O periquito NORMAL

O periquito NORMAL é aquele periquito que possui em seu dorso listras uniformes que seguem do topo da cabeça até a ponta das asas. Este periquito pode ter diversas cores como: verde, celeste (azul claro), cobalto (azul escuro), cinza, verde cinza, violeta, malva, etc.

O periquito OPALINO

O periquito OPALINO é aquele periquito que possui em seu dorso a formação de um “V”  pelo “desenho” que as penas formam nas costas e as listras não seguem uniformes do topo da cabeça até a ponta das asas como ocorre com os periquitos normais. Este periquito pode ter diversas cores como: verde, celeste (azul claro), cobalto (azul escuro), cinza, verde cinza, violeta, malva, etc.


O periquito CINTILANTE

O periquito CINTILANTE é aquele periquito que possui as asas mais claras em relação as asas dos periquitos normais. Buscando exemplificar: um periquito normal verde possui suas asas pretas, canelas ou cinzas, já o periquito cintilante verde possui suas asas amarelas. Nas série dos azuis as asas são brancas. Vale notar que existe algumas raridades como ocorre com o periquito asa clara que não possui nenhuma marca nas asas, sendo estas completamente brancas (série dos azuis) ou completamente amarela (série dos verdes). Este periquito pode ter diversas cores como: verde, celeste (azul claro), cobalto (azul escuro), cinza, verde cinza, violeta, malva, etc.

DUPLO FATOR

Na série dos cintilantes quando ocorre o aparecimento do duplo fator (acasalamento entre dois cintilantes) o periquito se apresenta todo amarelo (série dos verdes) ou todo branco (série dos azuis). Trata-se de um periquito cintilante apesar de observá-lo todo branco ou amarelo. Suas características principais em relação aos lutinos e albinos são: o porte que apresentam-se bem mais encorpados e a narina que nos machos quando adultos ficam azuis, enquanto nas séries dos INOS ficam cor de rosa.


O periquito ARLEQUIM DOMINANTE AUSTRALIANO (ADA)

O periquito ARLEQUIM DOMINANTE AUSTRALIANO é aquele periquito que possui em seu dorso listras que seguem uniformes do topo da cabeça até o meio das costas do pássaro, terminando as asas com as cores do pássaro (amarela ou branca). O periquito arlequim se diferencia facilmente dos demais por ser manchado no peito e “barriga”, e sempre que o criador se deparar com um periquito que possua estas manchas saberá que se trata de um arlequim. Este periquito pode ter diversas cores como: verde, celeste (azul claro), cobalto (azul escuro), cinza, verde cinza, violeta, malva, etc.

DUPLO FATOR

O periquito ARLEQUIM DOMINANTE AUSTRALIANO DUPLO FATOR é aquele periquito que possui seu corpo quase todo branco ou amarelo, possuindo apenas alguns sinais ou manchas em seu corpo. Este periquito nasce do cruzamento entre 02 periquitos arlequins dominantes.

O periquito ARLEQUIM RECESSIVO (AR)

O periquito ARLEQUIM RECESSIVO é aquele periquito que possui em seu dorso salpicados de canela nas costas e asas. O periquito arlequim recessivo (AR) se diferencia facilmente dos demais por ser manchado na frente apenas na região da “barriga”, ou seja, a mancha azul (série dos azuis) ou a mancha verde (série dos verdes) aparece do peito do pássaro para baixo. Este periquito apresenta-se nas duas séries de cor: azuis e verdes.


O periquito ARLEQUIM HOLANDÊS

O periquito ARLEQUIM HOLANDÊS é uma variação dominante entre os arlequins, e trata-se de um periquito manchado (como é próprio dos arlequins), mas só que não segue os padrões de cores e manchas já pré-definidas entre os arlequins dominantes e recessivos.

O periquito LUTINO

O periquito LUTINO é um periquito todo amarelo e que possui os olhos vermelhos (narina dos machos ficam cor de rosa quando adultos).

O periquito ALBINO

O periquito ALBINO é um periquito todo branco e que possui os olhos vermelhos.

O periquito AMARELO COMUM

O periquito AMARELO COMUM é um periquito todo amarelo e que possui os olhos pretos (narina dos machos ficam cor de rosa quando adultos).

O periquito BRANCO COMUM

O periquito BRANCO COMUM é um periquito todo branco e que possui os olhos pretos (narina dos machos ficam cor de rosa quando adultos).

O periquito FÚLVO

O periquito FÚLVO é um periquito que pode aparecer tanto na série dos azuis quanto na série dos verdes, mas possuem olhos vermelhos. (São periquitos raros).

O periquito FACE AMARELA OU DOURADA

O periquito FACE AMARELA OU DOURADA aparece na série dos azuis, onde estes ao invés de apresentarem cara branca apresenta face amarela (amarelo mais fraco) ou face dourada (amarelo mais forte).

O periquito CORPO CLARO

O periquito CORPO CLARO é também conhecido como Textas Clear Body , apresentam-se como um periquito NORMAL ou OPALINO, nas cores amarelo ou cinza bem claro quase branco.

O periquito RENDADO

O periquito RENDADO aparece tanto nas série dos azuis como nos verdes, trata-se de um periquito amarelo ou branco que possuem suas asas como se tivesse uma renda sobreposta com um tom bem claro e geralmente canela.

O periquito AMARELO ESBRANQUIÇADO

O periquito AMARELO ESBRANQUIÇADO trata-se de um periquito amarelo-verde claro e que possui suas asas quase da cor do corpo e claras, assemelhando-se a um periquito cintilante ou asa cinza só que esbranquiçado.

O periquito ASA CANELA

O periquito ASA CANELA é um periquito que aparece tanto nas série dos azuis como nos verdes, mas suas asas são canelas.

O periquito ASA CINZA

O periquito ASA CINZA é um periquito que aparece tanto nas série dos azuis como nos verdes, mas suas asas são cinzas.

O periquito ANTRACITE

O periquito ANTRACITE é um periquito que mais se aproxima do preto, sendo portanto, um cinza bem forte e escuro.

O periquito COM CRISTA

Este tipo de periquito apresenta um crista na cabeça, da mesma forma que ocorre com algumas espécies de canários.

O periquito FACE PRETA

Trata-se de um periquito raro, podendo aparecer na série dos normais e opalinos, mas apresentam a face bem escura quase negra.


NOTA: Neste Blog estão presentes as principais cores que aparecem na criação de periquitos ingleses, mas deve-se ter em mente que podem aparecer em cada criadouro uma nova mutação e fora dos padrões normais já conhecidos.


Periquitos de Cores Dominantes

Verdes
Verdes Cinzas
Cinza
Violeta
Cintilantes
Face Amarela
Arlequim Dominante Australiano
Arlequim Dominante Holandês
Corpos Claros
Cristas

Periquitos de Cores Recessivas

Celeste
Azul
Arlequim Recessivo
Rendados
Amarelo Comum
Branco Comum
Lutinos
Albinos
Asas Claras
Asas Cinzentas
Face Preta

Todo o teor elaborado nesta página foi elaborado pelo criador Luiz Américo de Souza, através das experiências obtidas durante a prática do hobby, como também, pelos estudos na arte de criar periquitos.

Transferir e Manusear Ovos


Transferir e Manusear Ovos
Transferir ovos de um casal para outro pode ser uma ferramenta de gestão eficaz para aumentar a produtividade, mas requer "timing" e a compreensão dos factores que afectam a eclosão.
A tranferência de ovos deve ser efectuada o mais cedo possível, mas pode também ser efectuada desde quando os primeiros sinais dos vasos sanguíneos começam a aparecer até quando todo o interior do ovo parecer todo rosado/avermelhado. No entanto, nunca se deve perder a esperança, e é possível ter sucesso em todas as etapas de desenvolvimento do embrião, mesmo quando este estiver completamente formado e pronto a nascer num ou dois dias.
Quando se tranferir ovos, deve usar-se uma lanterna para colocar o ovo sobre a luz e estimar assim o estado de senvolvimento do mesmo, de forma a que o ovo a transferir tenha uma idade que se situe entre um e 2 dias de diferença dos ovos do ninho para onde o vamos transferir. O ovo deverá ser colocado virado aproximadamente sobre o mesma lado em que se encontrava no ninho de origem. Se uma postura tiver ovos férteis e inférteis, os inferteis devem ser deixados no ninho, sendo apenas retirados após o nascimento das crias. Se a postura for particularmente grande (mais de 6 ovos) e apenas 2 ou 3 deles forem férteis, retire apenas 1 ou 2 dos inférteis, de forma a facilitar a gestão dos ovos por parte da fêmea. Deve-se sempre ter en atenção que os ovos mais antigos são colocados do lado de fora do circulo, enquanto que os mais recentes se encontram situados no centro. Remover ovos inférteis pode fazer com que os ovos férteis mais antigos se desloquem para o meio, fazendo com que tenham uma temperatura de incubação e uma rotação diferente, o que pode fazer com que se estraguem.
Outra coisa a ter em conta quando se transfere ou manuseia ovos é que, devido à sua composição, permitem a passagem de liquitos e gases para dentro e para fora do ovo. Isto é um fenómeno natural, que é importante para o crescimento saudável do embrião. Um problema, no entanto, é o facto de também permitir que os germes penetrem no interior. A grande maioria dos ovos golos de periquitos (66%) devem-se a infecções. Destes, a maior causa de infecção é a bactéria staphylococci que é de variante humana! Devem utilizar-se luvas descartáveis ou colheres de plástico quando se manuseiam os ovos, ou pelo menos lavar bem as mãos com um desinfectante. Deve ter-se também em conta a temperatura das mãos e da ponta dos dedos que toca nos ovos, que devem estar mais quantes que os ovos, pois o toque das mãos frias pode fazer com que a membrana interior do ovo se contraia ligeiramente, provoando uma acção de sucsão que, apesar de muito ligeira, é suficiente para permitir a passagem de bactérias pelos poros da casca do ovo.

Ovos Sujos


Ovos Sujos
Inevitavelmente, os ovos ficam sujos, quer pelos excrementos da fêmea, quer pelos excrementos de crias que eclodem primeiro. A maioria destes ovos contêm embriões bons, que acabam por não eclodir por nós não tomarmos providências. Os ovos que permanecem sujos de excrementos acabam por não eclodir quer pelo facto de a cria não conseguir partir a casca, quer por morte prematura do embrião devido à absorção de bactérias.
Os ovos podem ser lavados em água morna sem qualquer problema para o embrião. O ovo pode ser colocado dentro de um copo de água morna e, se for ao fundo está infértil ou golo, se flutuar, é sinal que existe um espaço com ar dentro do ovo assim como um embrião bom.
À medida que a água morna vai soltando a sujidade, pode limpar-se com cuidado a sujidade restante e mais agarrada com a ajuda de uma escova de dentes suave ou de uma esponja. Assim que o ovo estiver limpo, deve ser seco e devolvido ao ninho.
A quando deste procedimento, se já existirem várias crias nascidas no ninho, poderá transferi-las a todas menos à mais nova, ou às duas mais novas, para outro ninho para serem adoptadas, de forma a dar uma maior oportunidade à cria do ovo limpo de ser bem alimentada

Limpeza do Ninho


Limpeza do Ninho
Um pormenor a ter em conta na criação de periquitos, é a higiene dos ninhos.
Estes devem ser limpos sempre que se note acolumação de detritos no seu interior, de forma a manter os ovos sempre limpos, e as crias limpas e secas. PAra atingir este objectivo, muitos criadores colocam aparas de madeira (semelhantes às utilizadas nas camas dos roedores) a cobrir o fundo dos ninhos. Este material é bastante bom para absorver dos dejectos das aves, evitando que estes se agarrem aos ovos ou às patas das crias.
Não existe uma fórmula concreta para a limpeza do ninho. Diria que basta verificar com alguma regularidade o seu estado ( de 2 em 2 ou de 3 em 3 dias) e, se necessário, proceder à sua limpeza.
Não utilize detergentes nem molhe o interior do ninho! Se pretender desinfectar o interior, existem no mercado sprays próprios para aves.

Etapas do desenvolvimento de uma cria


Etapas do desenvolvimento de uma cria
1.º ao 5.º dia: O passarinho ainda tem os olhos fechados e é alimentado deitado sobre as costas.
6.º dia: Os olhos do passarinho abrem-se.
7.º dia: As asas começam a crescer.
8.º dia: O passarinho consegue erguer a cabeça e dá os primeiros passos.
9.º dia: As penas da cauda começam a crescer.
12.º dia: O passarinho possui todas as penas.
17.º dia: A cria pesa 30 gramas.
28.º dia: As penas da asas e da cauda têm praticamente o seu comprimento definitivo. O passarinho consegue voar e abandona o ninho.
38.º dia: A plumagem está completamente formada, apresentando contudo uma cor mais pálida que a dos progenitores.
3.º ao 4.º mês: Muda da pena, após a qual a plumagem fica igual à dos progenitores, e as crias atingem a maturidade sexual.

Como Escolher os Casais de Periquitos Ondulados

Como Escolher os Casais de Periquitos Ondulados

     
Existe uma técnica administrativa para ajudar os gerentes a tomar a decisão mais correta: escolhem-se os critérios obrigatórios e desejáveis. Se partirmos dessas premissas primeiramente devemos escolher quais os tipos de periquitos que iremos criar: Normais, Opalinos, Asa Canela, etc. Dependendo de quantos casais partir, é aconselhável não diversificar muito, pois arrisca-se a não conseguirmos bons resultados por falta de concentração de fogo. Para quem vai criar com vinte casais aconselho partir para os normais, opalinos, asa canela, lutinos ou albinos, Ada e Face Amarelas. Caso haja preferência pelas séries mais raras, asa cinza, amarelos, etc, comece devagar, pois naquelas primeiras que eu citei estão as bases para a criação de bons periquitos. Escolhido o tipo de pássaros, vem a cor. Neste ponto, também vale o gosto do fregues, mas considere que os verdes claros, verdes cinzas e cinzas, são portadores de bom tamanho e são cores dominantes (com ela você pode chegar aos azuis e o contrário não é válido). Terminado o critério obrigatório do que você vai criar (e neste ponto consultar também um criador mais experiente é uma boa), vamos para quantos casais você deve alojar. É evidente que o espaço disponível é vital, mas não comece a criar com menos de cinco casais (o ideal para começar são dez) porque vai faltar ambiente para os pássaros. Claro que você pode criar com apenas um casal, mas as probabilidades de sucesso são menores. Os periquitos são na vida natural, pássaros que vivem em bando. Isto feito, vamos para os itens mais técnicos:                                                                                     
- O que o periquito deve ser ?                                                                                                   
- Quais as qualidades que deve possuir ?                                                                         
Conheço muitos criadores que não têm em seu criadouro o desenho do periquito padrão, segundo a "Budgerigar Society". É um erro. Ter continuamente na cabeça a imagem do periquito ideal, é indispensável para qualquer criador que quiser avaliar seus pássaros ou uma possível aquisição. Nos julgamentos os juízes escolhem os melhores buscando como referência o pássaro ideal, então, cada criador deve escolher ou julgar um pássaro referindo-se ao padrão. É relativamente fácil julgar ou escolher um pássaro entre dois ou mais onde existe um belíssimo espécime e um péssimo. O difícil é distinguir o bom do ótimo e principalmente o bom do muito bom. Seguindo nossa técnica de decisão podemos então começar tirando o que é ruim. Quais os defeitos que os pássaros não podem ter e portanto você deve se preocupar em não ter no seu criadouro sob pena de contaminar as descendências; são eles: cauda caída, asas cruzadas, bico saliente, cabeça martelada, máscaras com pintas miúdas ou irregulares, posição muito horizontal no poleiro, pássaro com forma celada, pássaro doente, entrada na linha do pescoço (na lateral ou na nuca). O que você pode aceitar no seu criadouro caso o pássaro possua outra qualidade muito acentuada: pássaro com 4 ou mais anos, cauda muito longa desproporcional, pássaro ligeiramente celado, linha do peito muito acentuada, defeito físico não transmissível. Considerando que as características acima são obrigatórias, as desejáveis são: comprimento acima de 8,5 polegadas, cabeça grande (redonda, longa, vista de frente você não enxerga os olhos do pássaro), olhos bem centrados na face, máscara bem baixa e com seis pintas grandes e redondas, nuca curta e larga, linha das costas concordante com a linha da cabeça, marcação nítida, cauda reta e concordante com a linha das costas, posição no poleiro de 60 graus com a horizontal, peito largo com linha de curvatura suave e concordante com a cauda. O bom criador procura essas qualidades no macho e na fêmea, porém, é muito fácil encontrar pássaros que tem algumas qualidades mais acentuadas que outras. O segredo reside em juntar os casais que se completam, esperando-se que os filhos nasçam com as qualidades dos pais, chegando o mais perto do tipo ideal. Outro segredo, é conhecer pássaros que transmitam bem suas características. Quando for comprar procure conhecer o criador e saber quais foram os pais do pássaro, e principalmente se vem de uma linhagem de confiança. Eu particularmente prefiro comprar pássaros regulares de boa linhagem do que pássaros muito bom de linhagem duvidosa. Muitas vezes em caso de dívida, é melhor optar pelo sangue, do que pelas qualidades visuais de sangue desconhecido. Evite cruzar pássaros com os mesmos pontos fracos, a probabilidade deles serem reforçados nos filhotes é grande. Lendo vários livros e também por experência própria, e em conversa com outros criadores, existem tendências para acreditar que as fêmeas transmitem mais tamanho, máscara e forma geral do corpo. O importante é saber que não há uma lei precisa que defina quem transmite melhor esta ou aquela qualidade; repito que o importante é cruzar pássaro sem defeito e de boa linhagem e conhecer qual característica que é bem transmitida e principalmente qual pássaro a transmite. Afinal de contas, se tudo fosse uma simples matemática estaríamos cheios de "Best in Show". O criador de sucesso aprende a cruzar bem seus pássaros conhecendo-os, ficando horas a fiono seu criadouro, sabendo qual a fêmea que cria melhor (pode ser que suas filhas venham a ser assim), estudando as formas do pássaro ideal, vivendo dia a dia as alegrias e tristezas da criação de periquitos e contando é lógico com uma pitada de sorte.

Como acasalar Periquitos Ondulados

Como acasalar Periquitos Ondulados

Formar os casais de Periquitos é das tarefas se maior importância para um criador. Criador que não saiba formar casais nunca terá bons pássaros, podendo tirar alguns bons, por sorte, mas serão sempre excepção à regra. Neste artigo pretende-se mostrar a importância do método do acasalamento, da consanguinidade para a obtenção de melhores resultados e da importância da existência de registos detalhados sobre as aves.

Quando um criador começa a dar os primeiros passos na criação de Periquitos, o seu objectivo é a produção de Periquitos. Nesse patamar, o objectivo principal é a quantidade, sendo o único patamar em que a quantidade virá antes de a qualidade. É o patamar em que o criador aprende a criar Periquitos. Felizmente para os novatos, os pássaros de qualidade inferior são mais prolíficos e assim quando aumenta a qualidade e as dificuldades na criação, a experiência também é maior.

Depois do período de aprendizagem inicial, a avaliação das boas características que são requeridas para um pássaro, será adquirida gradualmente. Mas por a evolução ser gradual, o modo de seleccionar os casais será também diferente ao longo do tempo. O objectivo deixará de ser produzir em quantidade, e passará a ser a melhoria da qualidade e em desenvolver as características que caracterizam os Periquitos de exposição. Nesta altura cada casal que se forma, tem o objectivo de produzir jovens melhores que os seus pais e que serão mostrados em exposições ou utilizados para produzir novos pássaros no ano seguinte.

A qualidade dos casais

O acasalamento de bons pássaros não implica que só produzam crias de boa qualidade. Muitas vezes acontece precisamente o contrário. Como em muitas outras de espécies de aves ou outros animais, esta teoria verifica-se, havendo uma certa tendência para que cada espécie regrida no sentido da espécie original, tanto na forma e tamanho como na cor. Assim, nos periquitos existe uma força natural para que o periquito volte à sua forma original em tamanho e forma e as próprias variedades tendem a desaparecer, voltando-se ao Verde Claro. Claro que isto é uma tendência e assim se tivermos um casal de pássaros muito bons é de esperar que apenas uma pequena percentagem as crias sejam de qualidade igual ou superior à dos progenitores.

Para contrariar esta tendência, é indispensável que só os melhores pássaros sejam usados para a reprodução. Ao mesmo tempo os pássaros devem estar relacionados entre sí, ou seja, sejam do mesmo sangue. A existência de consanguinidade é a melhor garantia de fixar determinadas características, evitando que desapareçam. Devem ser introduzidos pássaros de outro sangue se forem de qualidade superiores aos existentes, tornando-os reprodutores principais e cruzando-se os seus descendentes de modo a tentar fixar as características da ave introduzida.

Para entendermos a teoria de que a consanguinidade é fundamental na melhoria da qualidade das nossa aves, temos que entender que a maioria das características boas e más das nossas aves transmitem-se de forma recessiva. Se nos aparecesse no ninho um pássaro com uma variedade nova, o que deveríamos fazer para preservar essa nova variedade é acasalar esse pássaro com o seu pai ou com a sua mãe. As variedades podem ser dominantes, ligadas ao sexo ou recessivas. Se essa nova variedade for recessiva este é o único processo de ter mais aves dessa nova variedade, se não, é a melhor maneira de tirar um maior numero de aves dessa nova variedade. Suponhamos que essa nova variedade é recessiva e que a ave é uma fêmea e que acasalada com o pai não produz crias dessa nova variedade. Então significa que o gene vem da mãe e como não se pode acasalar mãe com mãe, teremos de acasalar esta ave com um dos seus filhos para perpetuarmos essa nova espécie. Com este exemplo é fácil de entender com a consanguinidade é fundamental para mantermos uma nova espécie. Com as boas e más características nos Periquitos passa-se a mesma coisa. Se temos um pássaro muito bom e queremos que as suas características passem para as crias, a única solução viável é o uso da consanguinidade. O que temos de ter em conta é que isto só se deve fazer com aves muito boas, porque o que acontece com as características boas acontece com as más e temos de ter muito cuidado para não darmos ênfase às más características dos Periquitos mas sim às boas. É aqui que está um dos grandes dilemas na elaboração dos casais.

Características específicas

Ao longo do tempo, o criador descobrirá que determinadas famílias de pássaros mostrarão características específicas como resultado da reprodução dos indivíduos dessas famílias. Estas poderiam manifestar-se tanto em fêmeas melhores do que os machos ou em normais de boa qualidade e canelas de pior qualidade, por exemplo. Nestes exemplos o processo de selecção das aves a manter ou a dispensar é feito de acordo com estes resultados. A maneira de tirar proveito das linhas de sangue é ganhar o conhecimento de forças e de fraquezas de cada família e combiná-los então na tentativa de fortalecer a criação

Para uma pessoa que está a dar os seus primeiros passos neste passatempo, o uso do inbreed é limitado já que, na maioria dos casos, os antecedentes de cada pássaro em questão não são bem conhecidos. O objectivo de todos os criadores deve ser desenvolver uma família de pássaros da sua própria origem. O melhor ponto de partida para começar para este exercício é ter um macho muito bom que seja altamente fértil e seja prepotente. Prepotência significa simplesmente que tem uma capacidade em acasalar para transmitir as suas características boas à sua prole. Mais uma vez, este pareceria ser um processo simples mas infelizmente, é mais provável falhar do que ter bons resultados, já que machos prepotentes de qualidade superior são muito poucos e é melhor é prosseguir lentamente e com cuidado. O primeiro objectivo seria a consistência dum grupo de pássaros e quando a qualidade tem um alicerce comum, então o verdadeiro avanço pode começar.

Pássaros obtidos através de bons casais sem parentes em comum tendem a regredir alguns anos. Também, no geral, os pais contribuem em partes iguais para o resultado das crias e é evidente que um grau de maior consistência pode ter como consequência crias com mais características comuns dos seus pais. Com uma regularidade surpreendente, a natureza faz com que aquelas características que vemos como faltas nos nossos pássaros venham à superfície. Uma selecção cuidadosa usando a perícia de cada criador para erradicar tantas dessas faltas quanto possível, é o caminho para produzir pássaros campeões.

Duas áreas de observação

Nesta base existem duas áreas distintas de observação na selecção de casais aceitáveis. O primeiro tem a ver com os atributos de cada pássaro desde a aparência e ponto de vista do pedigree para cada pássaro. Este critério permitir-nos seleccionar um casal compatível e equilibrado com o objectivo de produzir melhores crias. O segundo, que é igualmente importante, é a consideração a ser feita na altura de acasalar os pássaros assegurando a voluntariedade e capacidade dos pássaros em se reproduzirem.

Quando dois pássaros são seleccionados para serem acasalados, uma das primeiras considerações a ter em conta deve ser baseada na sua compatibilidade visual com muita ênfase para evitar a duplicação de faltas. Aquilo que se pode observar numa ave é uma parte da composição genética da ave, já que existem muitas outras características genéticas escondidas. É neste ponto que surge a necessidade da existência dum sistema organizado de criação, tão extenso quanto possível, que é um requisito essencial para que um criador possa estar ciente da natureza destas características escondidas. Neste contexto os nossos pássaros não são muito amáveis porque escondem os seus pontos maus ao longo de gerações ao lado dos bons e deste modo qualquer um pode emergir.

Um sistema de criação organizado é reconhecido sob todos os aspectos dos pássaros reprodutores como o uso de técnicas de criação que visam aumentar as boas características e eliminar as menos boas através da criação entre famílias. A proximidade familiar entre casais irá depender dos processos usados. Assim, quando se acasalam pais com filhos, este processo é conhecido como “in-breeding” enquanto o processo onde se cruzarem primos com primos é conhecido como “line-breeding”.

Fazer correcções

Aqui tornamo-nos cientes da importância de manter registros detalhados, não apenas do parentesco, datas de nascimento e hábitos dos nossos periquitos mas também das suas virtudes e defeitos visuais, de modo que possamos seguir para trás até à origem, o motivo de resultados inesperados e assim fazer uma correcção. Por exemplo, se inesperadamente começarem a aparecer jovens com fleck, de pais aparentemente limpos, os nossos registos devem dizer-nos em que ponto no passado existe um elemento na família que originou esta característica que é recessiva e que se tornou agora visível. Munidos desta informação podemos tratar da sua eliminação.

Todos nós já fomos vitimas do desejo da natureza de retornar os nossos pássaros ao seu estado natural e este fenómeno deve ser tido em conta ao escolher os pares. É altamente improvável que se possuirmos um macho perfeito e uma fêmea perfeita, quando acasalados, produzam crias que sejam réplicas dos pais. Devido à força da natureza em querer que os nossos pássaros retornem à forma original, certas características desejáveis do casal têm de ser exageradas para compensar esse fenómeno da natureza.

Depois de planearmos a selecção de acasalamentos antes do inicio da criação, chega a altura de juntarmos os casais. Já decidimos o nosso destino até agora em relação à qualidade neste processo e agora é tempo de ver se esta tarefa será cumprida em termos de qualidade. Para tal é necessário induzirmos nas nossas aves a vontade delas se reproduzirem.

Estimulantes externos

Foi descoberto ao longo dos anos que para além da aptidão física e da maturidade, existem determinados estimulantes externos que resultam na produção de hormonas específicas que criam as tão desejadas condições requeridas para a reprodução. Estes incluem o calor, a luz, o alimento, um companheiro amável e condições para nidificar.

Os periquitos, ao contrário de muitas outras espécies de pássaros, não são particularmente susceptíveis à estimulação da luz ou ao foto periodismo como é cientificamente chamado. No entanto, muitos criadores em todo o mundo induzem a muda dos seus pássaros três meses antes do início da sua época de criação, eliminando a luz artificial. Antes do início da época da criação o tamanho do dia é gradualmente aumentado até às 16 horas diárias e ao mesmo tempo, assegurando uma temperatura mínima semelhante à da primavera.

É talvez vantajoso parar por um momento e considerar o que são os indicadores da condição de reprodução nos Periquitos. Para ambos os sexos a perfeição da plumagem não é requerida, mas no entanto, não devem estar em muda. Para o macho a condição de criação pode-se medir pela intensidade do azul da cera e pela sua actividade. Serão vistos voar com excitação e entusiasmo e aterrar com um salto grande. Serão vivos e dançarão em cima dos poleiros. Os machos em boas condições batem com os bicos nas grades, poleiros ou nos outros periquitos, podendo-se ver a dilatação nos seus olhos. Alimentam também os outros periquitos. Quanto às fêmeas têm a cera castanha e roem tudo o que podem. São também muito vivas e podem também dar comida aos outros os pássaros.

A preparação

Quando se pretendem acasalar os periquitos devem ser preparadas as gaiolas e ninhos. Depois disso, as fêmeas podem ser colocadas nas gaiolas de criação já com os ninhos colocados. No estado selvagem, é a fêmea que escolhe e prepara o local para o ninho. No sentido de imitar este método, devem ficar nas gaiolas sozinhas durante três dias, afim de se habituarem às mesmas e de começarem a explorar os ninhos sem os machos a desviarem-lhe a atenção. Deve ser colocada serradura no interior dos ninhos. A serradura não é nenhum estimulante mas dará à fêmea uma oportunidade de arranjar o ninho à sua maneira e sempre é melhor que a fêmea roa o ninho todo. Algumas fêmeas deitarão fora a serradura e outras a arranjem para colocar os ovos sobre ela. Durante este período elas examinarão a gaiola e o ninho e ganharão confiança com o seu novo lar.

Depois desse tempo, podem ser introduzidos os machos.

A introdução do macho

Quando o macho é introduzido na gaiola, dependendo da predisposição da fêmea, assim que esta der pela presença do macho, estará pronta a acasalar. Mesmo que o acoplamento não ocorra de imediato, não existem motivos para preocupações, já que nem todos os periquitos reagem do mesmo modo. Existem mesmo casais que acasalam uns dias depois. Desde que aparentem estar bem um com o outro, não deve haver problemas. Podem haver alguns casais que nunca os vemos a acoplarem e os seus ovos estarem férteis, já que poderão acasalar no ninho, se tiver uma boa área, ou quando não estamos presentes. Ao contrário, podemos ver casais a acoplarem e os ovos serem inférteis. Raramente os periquitos são estéreis mas os machos têm uma produção de esperma cíclica, pelo que poderão acoplar sem que haja produção de esperma.

DIARREIA

A DIARREIA

A diarréia é um aumento no teor hídrico da porção fecal dos excrementos. A área pericloacal, a área que circunda o ânus, fica freqüentemente suja com fe¬zes acumuladas nas penas e na pele. As fezes podem conter bolhas, sangue ou muco e podem ficar fétidas. Em muitos casos, o proprietário da ave acredita que a ave apresenta uma diarréia quando na verdade apresenta uma poliúria (um au¬mento na urina nos excrementos).

Diagnósticos Diferenciais para• Diarréia

1. Infecciosos

a) Bacterianos: bactérias Gram-negativas (Borrelia, Campylobacter, Citrobacter, Escherichia coli, Pasteurella, Salmonella, Yersinia, outras), bactérias Gram-positi¬vas (Clostridium, megabactérias, Mycobacterium, Streptococcus, outras).

b) Clamidiais: Chlamydia psittaci.

c) Micoplasmáticos: Mycoplasma.

d) Virais: adenovirose, astrovirose, calicivirose, coronavirose, enterite viral dos patos, enterovirose, hepatite com corpúsculos de inclusão dos pom¬bos (herpesvirose), influenza, doença de Marek, ortovirose, doença de Pacheco, parvovirose, poliomavirose, paramixoviroses 1, 3 e 5 (incluindo a doença de Newcastle) , OBPP, reovirose, rotavirose, doença causada por um agente semelhante a um togavírus, retrovirose (grupo leucosel sarcoma).

e) Fúngicos: Candida.

f) Parasitários: ascarídeos, Atoxoplasma, Capillaria, coccídios, Cochlosoma, Cryptosporidium, fascíolas, Giardia, Hexamita, Histomonas, Microsporum, Sarcocystis, solitárias, Toxoplasma, Trichomonas.

2. Metabólicos: hepatopatias. (Iipidose, hepatite), nefropatias, pancreatite, in¬suficiência pancreática.

3. Nutricionais: alteração dietética, malnutrição crônica, alimentos com baixo teor em fibras ou alto em gor¬duras, teor hídrico alto na dieta (fru¬tas, legumes e verduras).

4. Tóxicos: carbamatos, chocolate, colecalciferol, chumbo, nicotina, nitratos, organofosforados, sal, xampus, zinco.

5. Físicos: obstrução gastrointestinal, corpo estranho, hérnia abdominal, fecálitos, impactação com areia, pos¬tura de ovos iminente, atravessamento de oval peritonite.

6. Comportamentais: estresse.

7. Neoplásicos: papiloma cloacal.

8. Latrogênicos: antibióticos.

9. Não classificados: síndrome hemorrágica das ararinhas.

Sinais

As causas comuns de diarréia nos psitaciformes incluem clamidiose, ente ri te bacteriana, toxicose por chumbo ou zinco, ascarídeos e hepatopatias e, no caso das cacatuas e dos papagaios cinzen¬tos africanos importados, as fascíolas. A doença de Pacheco, poliomavirose, reovirose e candidíase também constituem causas razoavel¬mente comuns nos psitaciformes. Os canários e os passeriformes apresen¬tam comumente diarréia como resul¬tado de enterite bacteriana ou de coccidiose. A diarréia nos mainás e nos tucanos resulta comumente de hemocromatose, enterite bacteriana ou coccidiose. Os coccídios constitu¬em uma causa importante de diarréia nos pombos e nas aves de quintal.

As causas comuns de diarréia em aves jovens incluem enterite bacteriana, candidíase, poliomavirose e corpos estranhos gastrointestinais. Em geral, as aves jovens exibem sinais de infecção mais severos no caso de doenças parasitárias e virais.

As aves isoladas e as de coleções fechadas ficam comumente doentes devido a enterite bacteriana, toxicoses, hepatopatias, doenças nutricionais, neoplasias, candidíase e corpos estra¬nhos. Também se observam doenças bacterianas e virais crônicas (por exemplo, clamidiose, micobacteriose) e doenças com estados portadores.

As aves recém-expostas a outras aves ficam comumente doentes como resultado de doenças infecciosas, incluindo doenças bacterianas, virais e parasitárias. Isto resulta de um estresse e de uma exposição a uma doença infecciosa. As enfermidades que ocorrem em aves isoladas tam¬bém ocorrem em situações de grupo.

As más técnicas de manejo, tais como a falta de procedimentos de qua¬rentena, a compra de aves a partir de fon¬tes não familiarizadas e a má higiene, aumentam o alastramento das doenças infecciosas. As dietas deficientes podem aumentar a suscetibilidade a doenças.

Suspeitam-se de etiologias infec¬ciosas e tóxicas quando muitas aves são afetadas.

A anamnese dietética importan¬te para uma ave com diarréia inclui o tipo da dieta, seu frescor. As dietas com baixo teor em fibras, os alimentos ricos em gorduras e as dietas com um teor hídrico alto, por exemplo, abundância de frutas, legumes e ver¬duras, resultarão em fezes líquidas. O acesso irrestrito a areia pode resultar em uma impactação com areia. Os ali¬mentos embolorados ou anteriormen¬te afetados podem conter micotoxinas que podem causar hepatopatias. As di¬etasricas em gorduras (por exemplo, rações de sementes) e as dietas não balanceadas (deficientes em biotina, colina e metionina) podem levar a uma lipidose hepática.

Os fatores ambientais importan¬tes incluem o acesso a toxinas poten¬ciais, higiene e a exposição a aves sil¬vestres ou a vetores patológicos.

Porém em caso de diarréia, pro¬cure assistência veterinária, especi¬alizada em Aves, para um diagnóstico eficaz.

Ovos Brancos

Ovos Brancos
O maior número de reclamações dos criadores de pássaros durante a fase de reprodução é a incidência de ovos brancos. Inúmeras são as causas dos altos índices de ovos brancos, dentre estas podem-se incluir as causas ambientais, nutricionais, infecciosas e de manejo.
CAUSAS AMBIENTAIS
O ovo mantido em ambiente com ar de má qualidade absorve através dos poros da casca a sujeira, os gases nocivos e os microorganismos patogénicos. O embrião morre antes do sétimo dia da incubação, fazendo com que o criador fique confuso no diagnóstico de fecundação. As causas ambientais e suas soluções são:
Ventilação insuficiente - procure abrir janelas na parte de baixo do canaril, usar tela ou invés de vidro nas janelas, conter vento com cortinas.
Renovação do ar insuficiente - fazer saídas de ar nos pontos mais altos da sala de criação, ou nas paredes opostas a entrada de ar, excepto na parede voltada para o Sul. Fazer sempre saídas altas de ar.
Qualidade baixa do ar – veja renovação de ar, mantenha limpeza do canaril diária.
Ausências de saídas de ar – o ar quente sobe, juntamente com partículas de sujeira e microorganismos, dificultando as trocas de ar.
Sujeira em excesso – Procure trocar ninhos sujos, bandejas com odor forte, bandejas húmidas e fétidas. · Trocas de bandeja inadequadas - Troque as bandejas pelo menos 1 vez por semana. Não acumule papéis sobrepostos nas bandejas.
Varredura de penas – Procure usar aspirador de pó para limpeza do canaril, pois faz pouco pó.
Excesso de pó na criação – use aspirador de pó, ou molhe o chão antes de varrer. Use uma bisnaga de água que faça uma pulverização fina sobre a sujeira.
Mudanças bruscas de temperatura - fora do controle dos criadores, as alterações bruscas de temperatura podem causar baixa fertilidade no macho, morte embrionária na primeira semana da incubação e perda "da libido", ou seja , os reprodutores não ficam mais fogosos.
CAUSA DE MANEJO
O ovo contamina-se no meio ambiente através dos poros. Microorganismos da mão dos tratadores e dos criadores podem contaminar o embrião. Da mesma forma como descrita anteriormente, o embrião morre antes do sétimo dia da incubação, ou um pouco mais velho, fazendo com que o criador fique confuso no diagnóstico de fecundação ou perca a postura da fêmea no choco. As causas de manejo e suas soluções são:
Ventilação dos ovos na espero do choco - deposite os ovos que aguardam a volta para o choco em algodão, ou em sementes redondas como o nabo.
Contaminação – Nunca coloque os ovos em espera sobre sementes como o alpiste, pois estas riscam a casca do ovo e seus fungos e bactérias entram através dos poros do ovo, matando o germe do embrião.
Bactérias da mão das pessoas – Streptococcus e Staphylococcus são bactérias que existem nas mãos das pessoas, e que passam para a casca dos ovos, matando filhotes. Pesquisas revelam que foram a causa de morte de 85% de embriões de periquitos australianos. Causa a mesma morte em canários e outras aves. Use luvas ou pinças de plástico para segurar os ovos para ovoscopia e para o repouso antes do choco.
Ovoscopia – choques térmicos e choques mecânicos matam os embriões. Cuidados com ovoscópios sem protecção térmica para apoio dos ovos para a leitura. Forre a borda com cortiça renovável ou espuma. Evite choques do ovo com o ninho ou com o ovoscópio, ou mesmo choques ao transportá-los.
Medicações indevidas – as Sulfas causam ausência de produção de espermatozóides nos machos durante 30 a 40 dias, a chamada azoospermia. Nenhum ovo será galado nestas condições. Não use Sulfas para reprodutores próximo à fase de reprodução.
CAUSAS NUTRICIONAIS
As principais causas de ovo branco são as de origem nutricional:
Desbalanceamento nutricional das papas caseiras – fazer testes de bromatologia e suplementação das deficiências. Use papas comerciais registradas.
Falta ou excesso de vitaminas – nestas condições os sintomas são semelhantes, e de difícil diagnóstico. A história da criação é a melhor forma de diagnóstico.
Falta de minerais – os ovos podem ficar frágeis, com casca porosa ou irregular, causando fracturas de casca, contaminações mais frequentes, perda de fêmeas em acidentes na oviposição. Use cálcio líquido específico para aves, ele melhora a formação da casca dos ovos, prevenindo a ocorrência ovos de casca mole, aumenta a resistência do ovo à incubação. Promove contracção sincronizada do oviducto, prevenindo a retenção de ovos virados nas fêmeas em postura. Previne a baixa postura.
Acção do complexo de vitaminas - usado para manter e restabelecer a saúde dos com desgaste da reprodução e da cobertura nos machos, desgaste da postura e criação dos filhotes pelas fêmeas, desgaste físico do desmame, calor e frio excessivos, variações bruscas de temperatura, deficiências nutricionais, todas causas de ovo branco. Tem grande indicação na reprodução para melhorar a fertilidade de fêmeas e de machos, e preparar os jovens reprodutores, age nos picos de produção de ovos.
Deficiência de aminoácidos – exemplo metionina e lisina. A Metionina promove aumento no tamanho dos ovos das fêmeas em postura, aumento da fertilidade dos machos e melhora da eclosão dos ovos. A Lisina previne o canibalismo de filhotes e de ovos. · Vitamina A actua em casos de baixa fertilidade.
Vitamina E encontrada na Levedura seca tem acção importante na reprodução. Previne a morte embrionária, a baixa eclosão dos ovos, a degeneração testicular dos machos.
Biotina é uma vitamina indicada na baixa eclosão de ovos, morte embrionária.
Levedura é um alimento natural rico em proteínas, minerais, vitaminas do complexo B (vitamina B1, B2, B6), bem como vitaminas do tipo ácido nicotínico, ácido pantotênico e ácido fólico, e quando usado de forma contínua, auxilia na reprodução das aves, colaborando com a acção das outras vitaminas importantes para a reprodução, citadas acima.
ode ser encontrado da forma pura ou agregado à outras vitaminas.
CAUSAS INFECCIOSAS
As principais causas infecciosas de ovo branco são micoplasmose e bactérias secundárias encontradas no meio ambiente ou na mão dos tratadores. O micoplasma afecta os reprodutores de forma lenta, podendo se manifestar até 1,5 ano após a contaminação. Devemos utilizar medicações preventivas de forma estratégica nas fases críticas da criação.
Micoplasmose – causa infertilidade de machos (diagnosticada como ovos brancos), infertilidade de fêmeas, morte do embrião no ovo, principalmente antes da eclosão. Fraqueza de filhotes, morte de filhotes na primeira semana de vida.
Nos filhotes a micoplasmose age - controlando os agentes que acometem os filhotes na primeira semana de vida e na semana seguida ao desmame. Nestas fases os filhotes fiquem stressados, com queda de resistência, acarretando as grandes perdas da criação. A medicação preventiva reduz quadros de "pinta-preta", retenção de saco da gema, diarreia de ninho, morte do filhote na primeira semana de vida, auxilia na reabsorção perfeita do saco da gema, reduz problemas respiratórios e a diarreia dos filhotes no desmame.
Nos adultos a prevenção actua na infertilidade dos machos, na causa de ovos brancos, e de ovos não galados, na mortalidade do embrião e na bicagem do ovo.
Pesquisas mostram que os bioflavonóides contribuem para o aumento da produção de ovos e sobrevivência dos embriões.
Probióticos – são indicados para a formação de uma flora microbiana gástrica e intestinal saudáveis nos adultos, pois desta forma, quando regurgitarem o primeiro alimento para o filhote, estarão passando esta flora para formação nos filhotes.
A melhor forma do criador evitar ou reduzir a formação de ovos brancos é a realização de exames dos ovos e dos reprodutores na época da postura, e organizar um programa de prevenção na criação, que inclui desde a desinfecção do ambiente de criação, até o fornecimento das medicações preventivas e mesmo curativas para todo o plantel. O esquema de prevenção com medicação não pode falhar em nenhuma ave, pois aquelas que não participam da prevenção podem se tornar portadoras caso estejam com o
agente. Procure identificar e corrigir todos os pontos descritos neste artigo, para que possa minimizar os riscos de ovos brancos na criação.

Ivomec

Ivomec® : Mocinho? Vilão? Ou outra vítima de mau uso???
Por: Rodrigo Silva Miguel

É médico veterinário e Criador de aves ornamentais - CCCC - 293
l- Introdução
O uso do Ivomec na criação de aves ornamentais começou como o de vários outros
medicamentos, como antibióticos, antiinflamatórios, etc.: com adaptações de fármacos
produzidos para mamíferos como cães, bovinos e até mesmo humanos, ou da avicultura
de produção, onde considerando-se os pesos das aves, as doses são altíssimas.
A rigor esta atitude não é condenável pelo fato de que naquela época e até mesmo
hoje haver uma carência de medicamentos específicos para passeriformes. Essa prática
pode e até deve continuar por facilitar o tratamento de nossas aves, porém, se algumas
observações básicas não forem feitas, isso pode levar ao fracasso, o melhor plantel do
mundo.
A ivermectina (Ivomec está no mercado desde 1981 e até hoje é um dos
antiparasitários de maior sucesso no tratamento de endoparasitas (nematóides),
ectoparasitas (ácaros e piolhos sugadores). Isto se deve por sua ação particular no
sistema nervoso (GABA) dos parasitas, o que dificulta o aparecimento de resistências.
Por essa capacidade de ação no sistema nervoso, começou-se a estudar uma possível
ação, do fármaco no sistema nervoso dos hospedeiros (aves, bovinos, cães, etc.).
detectando-se alguns efeitos colaterais em algumas raças de cães e também em animais
que receberam superdosagem. Esses efeitos colaterais variam de incordenação motora e
tremores transitórios, perda de fertilidade por algum tempo em mamíferos até mortes em
alguns casos.
Devido à carência de estudos a respeito do uso e efeitos colaterais de ivermectina em
aves, decidimos desenvolver um trabalho específico, em conjunto com o departamento de
Farmacologia, Toxicologia e Patologia da USP, patrocinado pelo CNPq. Este trabalho
ainda está em andamento sob os estudos da Dra. Camila G. Pontes (formanda da USP),
e a cada nova fase, mais subsídios são somados aos resultados demonstrados a seguir:
II - Objetivos
A intenção de se tratar a ação e os possíveis efeitos colaterais da ivermectina em aves
teve como principais objetivos confirmar a eficácia da dose recomendada no tratamento
de endo e ectoparasitas, determinar os efeitos na reprodução (número de ovos, ovos
brancos, morte embrionária e viabilidade de filhotes), além de fixar o que seria uma
superdosagem prejudicial às aves.
Foram usados 36 casais de manons (Munia demonstica) em gaiolas separadas onde
observou-se por 2 ninhadas os parâmetros reprodutivos acima indicados. Os dados foram
anotados e logo após essas duas ninhadas. os casais foram divididos em quatro grupos
para a administração da droga.
Grupo 1 - Controle injetado apenas propilenoglicol* (diluente)
Grupo 2 - Machos tratados com Ivomec
Grupo 3 - Fêmeas tratadas com Ivomec
Grupo 4 - Casal tratado com Ivomec
A aplicação foi feita na dose de 0,01 ml por kg de peso vivo (dose recomendada na
literatura) por via intramuscular peitoral. Para conseguir um volume significativo para a
aplicação houve necessidade de diluição do Ivomec em propilenoglicol. Observou-se a
reprodução e na análise das ninhadas houve um aumento na produtividade (número de
ovos e de filhotes) explicado pela desparasitação das aves.
A partir desta constatação começamos a aumentar as doses na ordem de 10 vezes
para cada ninhada onde começaram a aparecer alterações reprodutivas como queda do
número de ovos e/ou queda de fertilidade (ovos brancos).
Hoje o experimento continua e já está em uma dose bastante elevada sem apresentar
sinais clínicos de efeitos nas aves, a não ser diminuição da reprodução.
III - Conclusões
1 - Confirmou-se a eficácia do Ivomec no tratamento de endo e ectoparasitas das aves
ornamentais.
2 - Confirmou-se a dose recomendada e a ausência de efeitos colaterais tanto nas
aves quanto na sua reprodução nessas condições.
3 - Confirmou-se o efeito prejudicial se usado em dose errada ou de forma continua.
4 - Em dosagens muito elevadas pode provocar convulsões, tremores, cegueira e até
morte.
5 - É o medicamento de maior eficácia para o tratamento de ácaro de traquéia e com
os resultados rápidos
6 - Pela dificuldade de diluição a campo, foram feitas algumas adaptações como
colocar uma gota de seringa de insulina na musculatura do peito, ou usar a formulação
Pour-on (azul) pingando no bico ou na nuca da ave.
7 - Seguindo essas formas de administração, não se consegue atingir doses
prejudiciais podendo ser usado com segurança tanto para a ave quanto para a sua
reprodução.
8 - O único cuidado deve ser com a época e a freqüência de administração do Ivomec,
que deve ser determinada pelo veterinário responsável pelo plantel de acordo com a
espécie, época de reprodução e grau de parasitismo.
IV - Considerações Finais
Esses dados foram extraídos de trabalho científico realizado por nós dentro da
faculdade de Medicina Veterinária da USP e confirmados na prática em nossa criação
situada no município de Batatais, São Paulo, onde tratamos diferenciadamente 3000
matrizes de 28 espécies de aves.
Revista Técnica Anual / junho 1998