5 de ago. de 2011

EVITANDO OS ANTIBIÓTICOS

EVITANDO OS ANTIBIÓTICOS
Álvaro Blasina-Revista UOVP
O uso indiscriminado de antibióticos na cria de pássaros e principalmente na época de
cria é algo quase que alarmante. Muitos criadores os utilizam forma sistemática e
rotineira, com o objectivo de “bloquear” a entrada de germes patogénicos que possam
causar baixas principalmente nos filhotes. Outros, quando aparece alguma mortandade,
recorrem imediatamente a um antibiótico para tentar erradicar o mal. Recorre-se,
portanto ao último recurso, sem o auxílio de algum profissional da área sem antes ter se
tentado exaustivamente outros métodos preventivos de significativa importância. A
intenção é das melhores. Evitar a mortandade, proteger a saúde dos plantéis e desta
forma aumentar a produção. A grande pergunta quando chegamos a este ponto, é: será
que quando lançamos mão do último recurso (o uso de antibióticos) já fizemos
efetivamente tudo que estava ao nosso alcance para evitar que a doença se instalasse?
Será que o simples fornecimento de antibióticos via oral poderá definitivamente “varrer”
o germe instalado? Desejo antes de tudo, esclarecer que esta reflexão não tem o menor
intuito de invadir o campo veterinário, mas simplesmente analisar do ponto de vista do
nosso manejo qual seria o melhor caminho para que nós criadores pudéssemos atingir
um nível mais elevado de sanidade e produtividade.
A nossa proposta consiste em utilizar todos os meios possíveis ao nosso alcance para
prevenir a entrada de germes patogênicos nas criações deixar o uso de antibióticos
como sendo o último recurso a ser utilizado e dentro do possível, coma ajuda de um
médico veterinário especializado que possa nos orientar sobre a forma e o princípio
activo mais adequado para cada situação.
As infestações podem vir por bactérias, fungos, vírus, ou parasitas. Todas elas se
transmitem das mais diversas formas e cabe a nós bloquearmos a entrada destes seres
aos nossos planteis.
Medidas preventivas existem inúmeros aliados na prevenção de doenças infectocontagiosas
para tentarmos prevenir “surpresas desagradáveis”. Alguns extremamente
simples, outros de alta tecnologia.
Vejamos algumas delas que consideramos interessantes:
Renovação de ar.
O simples fato de renovarmos o ar do nosso Canaril será de por si só, um grande aliado.
Onde existe uma super população de indivíduos, também existirá uma superpopulação
de microorganismos por eles gerados. Se deixarmos o ar confinado, esses
microorganismos aumentarão a sua concentração de forma perigosa e preocupante. A
renovação de ar é uma forma simples de “varrermos” o ar contaminado do interior das
instalações permitindo a entrada de ar puro isento de microorganismos indesejados.
Entrada do sol.
O sol é um germicida eficaz e reconhecido, além de ser fundamental fonte de energia,
favorecimento da absorção da vitamina D, etc. Higiene. De fundamental importância,
este tema é extremamente complexo e de larga abrangeria. A eliminação dos germes de
forma direta, eliminando sujeiras, materiais orgânicos, etc. Esta prática pode ser feita
com inúmeros produtos desinfetantes existentes na praça, mas deve se tomar extremo
cuidado no sentido de que muitos deles apresentam toxicidade para as aves. Existe um
produto novo e verdadeiramente revolucionário de fabricação inglesa chamado Virkon
que elimina vírus, bactérias, fungos e esporas, permite a fumigação direta nos animais,
filhotes, ovos, etc., que ajuda sensivelmente neste sentido.
Vestiário: O nosso vestiário, mãos, cabelos, etc, são verdadeiros portadores de
microorganismos. Resulta para nós criadores, muito difíceis a realização de uma
assepsia completa antes de entrar no Canaril. De todas formas resulta fundamental a
utilização de pediluvio para desinfecção de sola de sapatos, e a desinfecção das mãos
antes da entrada no criatório.
Vacinação: Existe uma doença especificamente transmitida por vírus (canaril pox)
chamado popularmente de bouba que pode ser prevenida vacinando todos os animais
anualmente. Considerando que é contra-indicada a sua aplicação em filhotes com menos
de 60 dias, geralmente é aplicada quando os últimos filhotes chegam a essa idade.
Quarentena: Quando ingressamos reprodutores trazidos de fora, além de novas
características genéticas, podemos estar trazendo novos germes que possam afetar
nossos planteis, de forma que resulta recomendável uma fumigação, e coloca-los numa
instalação separada que nos permita observar seu estado de saúde por
aproximadamente 30 dias e tomar as devidas medidas caso verifiquemos alguma
anormalidade na saúde deles. Esta quarentena também pode ser utilizada para isolar
exemplares do nosso plantel com problemas de saúde. Estas são apenas algumas das
medidas que poderão evitar dores de cabeça, despesas desnecessárias, uso incorreto de
medicamentos, e finalmente, a morte dos nossos pássaros, que tanto nos desanima.
O uso de antibióticos, antimicóticos, etc. Nunca está descartado, mas sempre sendo o
último recurso e com o acompanhamento de pessoas profissionalmente capacitadas
para indicar o produto certo, dosagem, etc.,
Boa Sorte!

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